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O futebol dos dias atuais e seus atores

Luiz Alves Lopes (*)

Dúvida não há, para o torcedor brasileiro, de que o futebol é muito mais do que apenas um jogo, um esporte. Futebol, na terra de Cabral, é uma movimentação cultural, política, até religiosa e étnica, algumas vezes. É uma VIDA!

Com origem que remonta mais de 5 (cinco) mil anos, o futebol sabidamente é o esporte mais popular do mundo. Na era contemporânea, teria surgido na Inglaterra, no século XIX. No Brasil aqui chegou no final do mesmo século, trazido que foi por Charles Miller, tido e havido como o “pai do futebol” brasileiro.  

Natural de São Paulo, filho de ingleses, Charles Miller foi jogador, árbitro, dirigente e tudo o mais no futebol na terra de Cabral, sendo ele o organizador da primeira partida de futebol em nosso país. 

No passado, o futebol – a alegria do povo – foi marcado pelo romantismo, pelo amor ao clube e sua camisa, por alegrias e tristezas incontestes, fruto de resultados favoráveis e desfavoráveis no campo de jogo.

O primeiro FLA x FLU; a inicial rivalidade Rio e São Paulo; os saudosos torneios nacionais de seleções estaduais – Seleção Mineira de 1964 sob o comando de Marão, desbancando os maiorais e tornando-se vencedora; as intromissões dos mineiros e gaúchos nas disputas tidas e havidas como favas contadas pelos cariocas e paulistas; o surgimento de um tal de Édson Arantes do Nascimento, bem como de um tal de Mané Garrincha, fazem parte da história do futebol de nosso país. Tem muito mais…

Vieram globalização e transformações mundiais, alcançando e atingindo, também, o futebol em sua totalidade. A chamada modernidade e profissionalismo autêntico. Deixou de ser esporte também de pobres, desequilibrando as disputas em função do poderio econômico.

Clubes tradicionais e interessantes desapareceram, sucumbiram ou estão agonizando em decorrência das mudanças ocorridas, com o esporte das multidões perdendo seu colorido, suas emoções e brilhantismo, cedendo espaço para disputas nem sempre republicanas.

Nos dias atuais, quase sempre longe dos estádios – verdadeiros palcos de guerras, antes, durante e depois das partidas em quantidade -, o espectador em casa, nem sempre um torcedor, assiste a todo o tipo de descalabro, de cenas repugnantes e até hilárias mesmo, decorrentes de ações ou omissões dos atores que dominam o futebol. Vejamos alguns:

Raríssimas exceções, os atuais DIRIGENTES de clubes e entidades dirigentes e correlatas adotam condutas repugnantes, intempestivas, arrogantes, ofensivas e que atestam a imaturidade ou mesmo falta de qualificação para os cargos que exercem. São exemplos negativos.

Os futebolistas – que um dia foram atletas – se consideram deuses, de outros planetas, intocáveis e desprovidos de um minimo de formação ética e moral. Contra tudo se insurgem, inclusive com a prática de simulações nojentas e repugnantes. Certamente não foram trabalhados na base. Uns deslumbrados e despreparados, raríssimas exceções.

Técnicos e seus auxiliares: reclamam demasiadamente de tudo e de todos, inflamam e concorrem para climas belicosos em que estão se transformando as partidas do mais atraente esporte mundial. Altamente despreparados em todos os sentidos.

Os árbitros e suas arbitragens, com VAR e tudo, têm sido ponto de discórdias e debates em todos os locais apropriados ou não, envolvendo quem conhece e também neófitos e palpiteiros. Normatizar e dinamizar a arbitragem brasileira se apresenta como um de nossos maiores desafios na área do futebol.

E a mídia? Valha-nos Deus. Tem de tudo e muito mais. Saudades de Rui Porto, Luiz Mendes e outros da mesma espécie. O que há de gente frustrada, despreparada e raivosa tentando comentar e analisar futebol nos dias atuais dá para encher alguns vagões, destinando-os a Marte. E os comentaristas de arbitragens?

Finalmente, porém não menos importantes, temos os torcedores e mequetrefes que não se limitam a torcer, vibrar, sorrir e chorar por seus clubes. Intrometem-se na vida do clube, dão palpites sem serem chamados, provocam arruaças de todo o tipo e descaracterizam o lado festivo que no passado foi marca maior do futebol de nosso país. Vândalos, sim; torcedores, jamais. Triste a realidade atual do futebol que já foi o melhor do mundo. Foi. Não o é mais.


(*) Ex-atleta

N.B.-1-  Associação de Proteção e Defesa da Dignidade da Pessoa – APDDP – é o pomposo nome proposto para o Projeto Pingo D’Água e que estará sendo submetido a assembleia convocada para o dia 28 de agosto, nas dependências do Coopevale Futebol Clube.

N.B.2 – Tendo em vista interpretações equivocadas do último texto sobre ESCOLINHAS, há de se registrar que Tostão virou médico, Sócrates também, Normandes virou dentista, Edgar Maia virou engenheiro, Samarone também se tornou engenheiro. Por aqui, Bida, Húdson, Hoberg Batata, Catuaba, Beto Cabral, Welington, Alex, Thébit, Gilberto Boechat, Roberto Felipe, Pena, Luizinho, Marcelo Melo e tantos outros se tornaram profissionais liberais. Curtiram o esporte  das multidões mas acordaram para a vida mundana. Cuidado, minha gente, muito cuidado!

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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