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Não consigo “me desligar do trabalho”, o que estou fazendo comigo?

Dileymárcio de Carvalho (*)

O que estou me tornando quando me dedico só ao trabalho, estou fugindo do que? Por incrível que seja, muita gente foge de rotinas, chamadas mais simples no dia a dia, como arrumar a própria cama, ou simplesmente fazer uma atividade física, como justificativa de trabalho. E isso não significa necessariamente frequentar uma academia. Tem muitos valores renegados ou camuflados emocionalmente quando me torno um “louco por trabalho”.

E não vale dizer que é por dignidade e sobrevivência. Aprendi com um cliente de psicologia que essas duas palavras são desculpas para apenas trabalhar por necessidade de comer, pagar as contas e seguir uma “vida”. “Afinal ninguém está no meu lugar para saber o porquê trabalho tanto”.

Então eu fico no trabalho 14/16 horas por dia. E não é só por sobrevivência e muito menos por dignidade. Por certo há outras formas mais dignas de você se dedicar tanto a um trabalho que lhe tira outras funções do existir. E olha, quando a empresa resolver te dispensar, amanhã é outro dia para ela. E nenhum dia da sua dedicação será mais dignidade. Também não significa que você deva deixar de se dedicar como profissional.

Um workaholic “louco por trabalho” não tem vantagem nenhuma. Na prática é o preço de um custo emocional que normalmente as empresas não querem assumir a conta, mas que na prática é lucro para elas. E esse comportamento pode ser um pretexto de negligenciar coisas básicas. Até aquela louça em casa que você poderia “dar uma mãozinha” deixando limpo, aquele um minuto a mais com quem realmente te valoriza, mas não faço por causa do trabalho.

A questão é que o comportamento workaholic é levado para todas as áreas da vida. E a impaciência e intolerância com quem está mais próximo fora do trabalho é uma das marcas. Por certo, você não olharia ou responderia a sua chefia, por exemplo, no mesmo tom que faz em casa, quando está em plena loucura pelo trabalho. E se faz, já entrou em outro estado emocional que é o de Burnout.

Mas vamos lá: todas as vezes que eu me entrego tanto ao trabalho assim, estou me distanciando do que é mais valoroso para mim. E se falta valor, anote: há muito mais na vida do que dignidade e sobrevivência.


Dileymárcio de Carvalho – Psicólogo Clínico Comportamental- CRP: 04/49821 E-mail: contato@dileymarciodecarvalho.com.br

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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