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Não chores por nós, Argentina

por Ricardo Dias Muniz (*)

A Europa do sul, conhecida por seu elevado padrão de vida, seu pomposo comércio exterior, agoniza no seu leito de morte. Mas o peronismo continua forte. Quem o fortalece? A média, a mediocridade, o centro, o isentismo, o pacifismo? A falta de posição certamente é maior receita para a tragédia de um povo. Não chores por nós, Argentina; guarde as lágrimas para seus próprios dramas.

A derrota social de um povo parece algo indiferente, distante da realidade de uma pessoa comum. Não é. Nem por um segundo sequer deixe esse engano lhe convencer. Seu país é boa parte do que você é, e tem. Fundamental demonstrar isso. Por exemplo, sua casa e todos os bens, todos mesmo, de uma calcinha aos bilhões que porventura tenha na sua conta bancária, todos esses bens só lhe pertencem porque o país que você adotou tem uma ordem de direitos que lhe permite ser livre para possuir o que deseja, bem como dispor dele. Mas não para por aí: o pai e mãe de uma criança somente pode educar os filhos da forma que querem porque, da mesma forma, uma ordem jurídica social e cultural assim os confere esse direito. Duvida disso? Observe a triste condição das pessoas que nascem sem pátria, os conhecidos apátridas. O próprio povo judeu viveu quase dois milênios sem um país, foram vítimas de toda “sorte” de tragédias. A última, o terrível holocausto.

Nossa vizinha, a Argentina, está próxima de um grande colapso. O ex-presidente Maurício Macre, moderado, social democrata, limpinho, elegante, polido nas palavras, foi a última tentativa equilibrada de tentar salvar o país do trator peronista, atualmente liderado pelo casal Kirchner, com o poste de hora Aberto Fernandez. Macre perdeu, não teve casca grossa o suficiente para suportar o ataque da rede de poder argentina, composta por: velha mídia, universidades, jornais e, principalmente, sindicatos de servidores públicos, estimados em algo perto de 40% da força de trabalho do país. Aliás, essa é a receita da esquerda no continente: incha o serviço público e domina os servidores com sindicatos, inviabilizando um governo adversário, seja com estrangulamento fiscal ou imobilidade técnica. Assim, só a esquerda governa; um verdadeiro sequestro da democracia.

Se os funcionários públicos pensam que, por estar próximos ao governo, estão protegidos do caos… Mera inocência, quanta inocência! Pense… O que adianta um funcionário público venezuelano ter uma aposentadoria de 10.000.000 de bolívares se isso representa apenas US$ 3,50 (cálculo 03/05/2021, fonte: Gazeta do Povo). Primeiro incham a máquina pública, gastam tudo que podem, exercendo o populismo. Depois vêm o amargor da inflação, que destrói todos os salários, sendo no futuro miserável funcionário público, ou não. Veja só! Funcionário público aposentado, milionário e ainda miserável. Milagres da esquerda ao redor do planeta.

O processo está em adiantadíssima fase na Argentina. E o Brasil pode vivenciar um destino semelhante, em breve. O Chile, que resistia, já elegeu uma assembleia constituinte majoritariamente de esquerda e extrema esquerda. Estamos a pleno vapor da venezuelação da América do Sul. Ou seria cubanização? Enquanto isso, Maurício Macre, o limpinho e polido, continua derrotado, vendo seu país definhar em miséria e morte. Um verdadeiro tango portenho.

(*) Ricardo Dias Muniz


Especialista em Gestão Estratégica, Engenheiro de Produção, estuda Direito e Ciências Políticas.
Contato: munizricardodias@gmail.com.
Redes sociais: https://linklist.bio/ric

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