Não tem como negar que a pandemia do coronavírus vem ceifando milhares de vidas, se transformando numa tragédia absurda. Por outro lado, arruinou economias de vários países, que, dependendo do tamanho do PIB e capacidade de recuperação, vão levar anos para se reerguer.
No caso do Brasil especificamente, não se espera um milagre, mas que todos os setores somem forças para evitar que um mal maior ocorra. Do ponto de vista institucional está tudo certo no país, as instituições funcionam, a democracia se mostra consolidada, no entanto, há uma expectativa duvidosa sobre as próximas eleições municipais, que, provavelmente, ocorrerão ainda este ano, talvez em dezembro. Por isso, não seria nenhuma presunção afirmar que é preciso reorganizar a atividade política no país. A coisa desandou, a tal ponto que, parece ser ela sinônimo de desconfiança, tal é o nível de corrupção sistêmica que vem povoando os noticiários. Publicações aquelas que valem para os veículos que ainda são considerados imparciais e sérios.
É preciso dizer que continuamos otimistas, continuamos acreditando numa virada que irá transformar muito em breve este grande e bobo país no melhor do planeta. Mas com o quadro atual, cada um querendo levar sua vantagem, esquecendo-se dos interesses difusos e coletivos dos brasileiros, não podemos e não devemos colaborar com a fragilização da nossa democracia.
Há muito tempo que alguns setores do Congresso brasileiro se tornaram um grande balcão de negócios; tantas são as denúncias de escândalos apresentadas quase diariamente e que, se para a sociedade é chocante, para a classe política é uma coisa normal. A sensação que se tem é a de que perderam a referência da ética, dignidade, respeito e patriotismo. É tudo muito estranho.
Não se pode conceber uma democracia liberal, limpa, organizada, moral, transparente e sólida com o velho dilema do “toma lá da cá”, ainda que chamem isso por aqui de governo de coalizão. Não se pode colocar em cargos técnicos importantes e específicos políticos inábeis e desconhecedores da verdadeira natureza de uma pasta, cargos que, normalmente deveriam ser ocupados por funcionários de carreira.
Não bastasse esse lado sombrio, a máquina pública brasileira é pesada, gasta-se muito, e muito mal, com resultados pífios para o contribuinte. Se o gasto público fosse de qualidade, as verbas destinadas à essa engrenagem irrigariam de forma salutar quem de fato precisa dela: os setores da saúde, educação, segurança pública, tecnologia, etc.
Por outro lado, especialistas são unânimes em afirmar que, a equação que vai de fato mudar o Brasil é a soma das reformas tributária, previdenciária, sindical, trabalhista, política, judiciária e administrativa. Sem essas reformas o país avança pouco, centímetros ao contrário de metros. A reforma política é um pilar fundamental dessas reformas. Não se pode permitir que sejam reconduzidos ao Parlamento candidatos, gestores e parlamentares que estão sendo processados por crimes contra a administração pública, como, por exemplo, improbidade administrativa, peculato, prevaricação, concussão, gestão fraudulenta, crime contra o sistema tributário, sonegação fiscal, evasão de divisas, entre tantos outros.
Já passou da hora dos atores da cena política brasileira se unirem e traçarem metas e trajetórias arrojadas, assim como fazem os cidadãos das nações mais desenvolvidas. As lideranças têm de agir com grandes competências e buscar forças junto ao inconsciente coletivo, para realizar MUDANÇAS e propor que, em 10, 20 anos, vamos ser uma das nações mais prósperas deste planeta, e que vamos chegar lá. Não precisamos personificar ninguém. O brasileiro é criativo, trabalhador, inteligente, empreendedor e, acima de tudo, um vencedor.
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