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Guerra declarada: o pacífico Centrão quer a cabeça de Ernesto Araújo

por Ricardo Dias Muniz (*)

Com ameaça de guerra… Guerra… Veja bem… Guerra, um deputado do equilibradíssimo Centrão, os radicais da ponderação, falou que o ministro Ernesto Araújo precisa ser mais diplomático, no seguintes termos: “As relações internacionais precisam ser mais presentes em um ambiente de maior diplomacia”. A birra é a intolerância dos adeptos do “radicalcentrismo” com a direita ideológica. É preciso desenhar sobre o que significa um regime democrático, para esses modernos intolerantes.

Democracia é uma figura de linguagem. Antes de tudo, importa muito entender isso. Seria uma inocência acreditar que essa figura é uma coisa, como o aparelho que está usando para ler essas palavras. Coisas podem se descrever com grande exatidão, já as figuras de linguagem, diferentemente, não. Elas são enfeites, adornos linguísticos, para tornar uma palavra ou expressão mais bonita, enriquecendo seu significado. Porém, como o que é belo pra uns não é pra outros, o sentido varia tanto quanto o número de pessoas que vivem no planeta. É impreciso.

Para que democracia fosse uma coisa, ela deveria existir no campo da realidade, e não apenas no campo dos ideais, como sempre ocorreu. Observe: “demos” significa povo em grego antigo; “kratos”, poder. Assim, juntando, ficaria “demokratos”, que significa o povo no poder, ou melhor, como disse Lincoln: “governo do povo, pelo povo, para o povo”. Porém, não se pode ser literal. Obviamente, é impossível que todos governem ao mesmo tempo. Imagine todos assinando cada ordem executiva, cada lei, cada sentença judicial. Inimaginável. Daí a necessidade da divisão do governo. Sendo assim, damos aos sistemas com mais participação popular o apelido de democráticos. Mero eufemismo.

Nessa lógica, o que atualmente se acredita como democracia engloba mecanismos que garantem ao povo direitos que qualquer um possa pensar e expressar livremente; e, também, proteção para que cada um possa pensar e manifestar suas visões de mundo, sua ideologia. Repare! Ao negar o direito de existir politicamente a um grupo ideológico, nega-se a possibilidade de diálogo, destruindo a ideia de democracia no seu ninho. Correto?

O deputado, ao afirmar sua intolerância a uma ala ideológica, seja ela qual for, está destruindo a democracia. Estranho é que em outros tempos governos radicalmente ligados a ditaduras, a esquemas de corrupção, inclusive internacional, não tenham recebido o mesmo protesto dos radicais do centro. Absurdamente, sustentar regimes que matam e perseguem seus próprios cidadãos parece que era uma boa política externa na visão deles. A ideologia do “bem”, essa sim permitida e apoiada por eles. Pelo jeito, ser conservador no Brasil é o pior crime da humanidade. Esses conservadores não merecem piedade, é guerra. Cabeças rolarão na guilhotina centralizada. Tudo em nome do equilíbrio e da ponderação. “Grandes”… “Grandes”…Veja bem… “Grandes democratas”.

(*) Especialista em Gestão Estratégica, Engenheiro de Produção, estuda Direito e Ciências Políticas. Contato: munizricardodias@gmail.com.

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