Recebemos de Paulo Hilel “Catuaba” interessante e riquíssimo texto da lavra de Nélson Rodrigues, jornalista como poucos além de inúmeras outras qualificações (inclusive ferrenho torcedor do Fluminense), em cujo texto abordou, com muita propriedade e conhecimento de causa, parte da história e importância de GUIOMAR (esposa) na vida do mestre Waldir Pereira, mundialmente conhecido como DIDI ou doutor “folha seca”.
Retratou, na oportunidade e com muita propriedade, dúvidas que pairaram na cabeça do consagrado craque nos momentos que antecederam a partida do escrete brasileiro rumo à Suécia, para a disputa do Mundial de 1958, ocasião em que o Brasil conquistou seu primeiro título de campeão do mundo, e DIDI teria sido o melhor jogador do certame.
Marchas e contramarchas ocorreram, com os cartolas não permitindo que GUIOMAR acompanhasse o craque na disputa apontada, e cujo resultado os mais velhos bem conhecem.
Já pensaram se tal ocorresse nos dias atuais? Hoje até hotéis são reservados e disponibilizados para as esposas e familiares dos craques e pretensos craques.
Os tempos mudaram. De Guiomar só se falava à época coisas boas, de cunho positivo. Companheira exemplar e participativa. Teria cuidado, e muito bem, do notável craque até seus últimos dias. Teria sido exemplar.
Outro exemplo razoavelmente semelhante teria sido o de Elza Soares, que também teria, à sua maneira, cuidado de um tal de Mané da cidade de Pau Grande (RJ) e que nos deu dois títulos mundiais. Há relatos confiáveis de que teria ela feito de tudo em prol do craque, obcecado pela água que passarinho não bebe, não logrando êxito por muito tempo. Mané sucumbiu diante do vício. O álcool falou mais alto. Guerra perdida. Uma pena! Foi-se uma lenda.
Os tempos são outros. A evolução e inserção da mulher em todos os setores da sociedade, inclusive na política, se operou em percentual altíssimo. Com altivez, personalidade, conhecimento e coragem de fazer inveja, vão elas derrubando mitos e fazendo diferença. Às vezes, até demais. Fazer o quê?
Aqui na terra que não se sabe mais se de Serra Lima, na vida bonita e sofrida de nosso glorioso Esporte Clube “Pantera” Democrata, duas senhoras marcaram épocas, não nas arquibancadas ou cadeiras cativas, mas simplesmente nos corredores do estádio alinhados ao alambrado do campo de jogo, setor apropriado e infestado dos chamados corneteiros (palpiteiros).
Queremos registrar e enfatizar, de forma positiva, as presenças de Dona Graça e dona Núbia nos corredores do estádio, não só incentivando seus maridos Ziquita e Wildimark, como também infernizando a vida dos dirigentes com cobranças de compromissos constantes dos contratos, afora promessas outras.
Ziquita teve duas passagens pelo clube da rua Osvaldo Cruz. A primeira, como meteoro, em 1975, quando se tornou artilheiro da Taça Minas Gerais. Lá estávamos e somos testemunha das ferrenhas cobranças de dona Graça.
A segunda, tempos depois, quem “sofreu” foi Almyr Vargas e sua equipe. Tempos que não voltam mais.
Quanto a Wildmark, o Marquinhos do São Raimundo, também nos bons tempos de Almyr Vargas, era da bonança, delegava à então esposa Núbia a solução de alguns impasses com a diretoria alvinegra. E esta, diferentemente de dona Graça, agitava e esbravejava no corredor. Em determinadas ocasiões, o palavreado era impróprio para menores.
Este nosso Democrata tem histórias e histórias. Bom seria se nossos universitários em seus trabalhos de conclusões de cursos – os chamados TCCs – buscassem trazer à baila um pouco da atraente e encantadora história do mais querido. Fariam um bem danado. O que achas, Paulo de Tarso?
Em relação às damas referenciadas, pessoas dignas e merecedoras dos mais elevados encômios, foram exemplos positivos no compartilhamento de objetivos e interesses que devem nortear todo núcleo familiar. Seus procedimentos se justificaram e os adotaram com sabedoria e firmeza exemplar. Fizeram história.
E o tempo passou…dona Graça ao lado de Gilberto-Ziquita curtem as maravilhas da quietude do Conjunto Sir, acompanhados de familiares que não são poucos. Enfermo o nosso “goleador”, recebe carinho e atenção dos seus e de todos admiradores, que não são poucos.
Quanto a dona Núbia – doutora Núbia melhor dizendo (é odontóloga), se mandou para Araçatuba-SP, sua terra natal. Wildmark, radicado faz tempo nos EUA, visita anualmente Valadares, presta assistência digna a seus familiares e, no anonimato, contribui e muito com as ações do Projeto Pingo D’Água em suas pequenas ações solidárias. Um grande exemplo.
A vida de todos, de cada um em particular, deve ter um sentido e um objetivo. Daqui nada levamos. Exercitar a partilha faz um bem danado. Olhemos à nossa volta, ao nosso redor. Olhemos o horizonte. O desafio é grande, porém nada que nos assuste.
Dona Graça e dona Núbia, com coragem e sabedoria se impuseram pela firmeza de caráter. Belos exemplos a serem seguidos em todos os momentos da vida mundana.
Está em Romanos,12,2: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
E qual é a vontade de Deus? Que nos amemos mutuamente. O que é amar? Fazer o bem, sem olhar a quem. Que assim seja! Reflitamos todos.
N.B.- a você que integra grupo de Whatsapp de boleiros e ex-boleiros, incluindo simpatizantes, caso tenha alguma ideia interessante para o encontro de fim de ano, que dificilmente será realizado na forma tradicional (aglomeração de pessoas), passe-a para os cabeças pensantes Paulo Catuaba e Hoberg Batata. Uma LIVE será a saída? Dê sua sugestão.
(*) ex-atleta
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