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Crise da pandemia: que tanto vale a competência técnica?

Dileymárcio de Carvalho (*)

Qual o limite do seu conhecimento? E quando falta humildade para entender que sempre há algo a mais que o domínio técnico? Segundo o Instituto Dale Carnegie (EUA), 85% das habilidades que levam uma pessoa ao sucesso profissional são competências relacionais. As habilidades técnicas só representam 15% das composições para o sucesso em qualquer área. E esses são comportamentos aprendidos, ou melhor, que se treinados são transformados em repertórios de competências.

Em funções de liderança a Inteligência Relacional é mais do que nunca uma prioridade. A própria pandemia exigiu dos profissionais que fossem “além” de suas expertises. Em tempo de mudanças, o domínio estritamente técnico precisou do equilíbrio do relacional. Não foram as máquinas apenas que conectaram e garantiram o home-office. Convencer as pessoas a manterem suas atividades exigiu muita habilidade emocional, psicológica e algo que só os humanos têm: a troca relacional.

Então, antes de pensar em qualquer estratégia, planejamento, definições de metas, treinamentos e domínios tecnológicos, foi preciso entender como cada pessoa se movimenta em suas necessidades emocionais e psicológicas. Líderes que não fizeram isso levaram equipes ao extremo do estresse e saltam em todo país novos casos de Burnout.

Para ter o retorno do que se quer de resultado prático por meio de uma técnica, modelos e uso de aparatos tecnológicos é preciso conhecer todo o contexto dos envolvidos. Se eles são tecnicamente “competentes”? Essa é uma resposta anterior à exigência de resultados, porque já deveria ter sido respondida na seleção.

Entender o contexto dos profissionais a quem são exigidos resultados em tempo de crise, como a que vivemos é primeiro um entendimento do contexto dessa pessoa. Atendi a uma professora dos anos iniciais que foi levada a trabalhar home-office sem nunca ter passado pela experiência. Mas é em casa, que além dos três filhos e agora do marido, representante comercial que ficou desempregado, que ela cuida do pai com alzheimer. Sem nenhuma capacitação, ou mesmo sem entender o seu contexto, a exigência para ela foi: “se adapte, quem não se adaptar está fora, quem usa mídias sociais dá aula tranquilamente”. Nem precisa dizer o estado em que essa profissional chegou ao meu consultório de psicologia.

Do outro lado da ponta recebo no mesmo período no consultório um gerente de projetos com várias certificações internacionais e que foi selecionado para atuar na empresa em que trabalha passando por uma rigorosa seleção técnica. No comando de uma equipe de quase quarenta pessoas, ele se encontra numa espécie de surto: “ essas pessoas estão loucas, estão muito carentes, acham que tudo é motivo para chorar.  Eu tenho certeza das minhas habilidades técnicas, quem não tem não consegue me acompanhar”. Aconselhado pela direção da empresa a buscar ajuda, ele chega ao consultório com uma arrogante postura baseada em seu excelente conhecimento técnico.

Novamente me recordo dos dados do Instituto Carnegie a competência relacional é mais do nunca uma estratégia. São respostas emocionais que precisam ser aprendidas.  Habilidades relacionais são comportamentos aprendidos e que modificam estruturas rígidas psicológicas. Se você está em algumas dessas fases, esse é o momento de buscar ajuda e transformar literalmente a crise em oportunidade. Isso pode modificar positivamente sua carreira.

(*) Dileymárcio de Carvalho
PSICÓLOGO CLÍNICO COMPORTAMENTAL – CRP 04/49821
Email: contato@dileymarciodecavalho.com.br

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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