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Consequências do transtorno obsessivo-compulsivo

FOTO: Yanalya/Freepik

por Dr. Adão Leal (*)

O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) começa na puberdade, no término da adolescência ou logo no início da idade adulta e seus danos podem durar por toda vida. As mulheres e os homens são acometidos igualitariamente. Não tem preferência por fronteiras culturais, geográficas, étnicas ou raciais.

Os indivíduos que enfrentam esta doença são prejudicados por uma série de rituais típicos do TOC, por exemplo: só sai de um determinado lugar na mesma porta que entrou; tem de bater na madeira três vezes para as coisas darem certo; ritual de limpeza… O TOC é classificado como uma variedade do transtorno de ansiedade.

Dificilmente suas vítimas se recuperam espontaneamente. A maioria (66%) não buscam tratamento especializado, mas procuram combater seus sintomas de forma temporária. Crianças com TOC querem amigos, mas não procuram fazê-los. O TOC oferece chances aumentadas para desemprego, de se manterem solteiros, ao celibato e tendência ao divórcio quando se casam. Constitui uma doença social, provoca enorme mal-estar e um grande incômodo para os doentes e a sociedade.

Geralmente as pessoas com TOC têm pouco insight, não se veem adoecidos e consequentemente não procuram ajuda de um profissional. Porém, identificam aflitivamente os pensamentos obsessivos e fazemtudo para evitá-los.               

Os sintomas obsessivos são característica do TOC, mas alguns deles fazem parte de nosso dia a dia, são normais e não levam à doença mental. Algumas obsessões normais são: não conseguir tirar algo da cabeça(como uma música que gruda no pensamento) ou uma pessoa atraente que fica na mente; por sapatos; comidas variadas; etc., e em dado momentos tais obsessões se soltam e ficam coladas em nossa mente, mas não se caracteriza como um transtorno mental.

Porém, no TOC, é diferente. Acontecem os pensamentos obsessivos que incomodam,os mais comuns são os relativos à doença e sujeira e resultam em 33% dos casos; depois aparecem as aflições cotidianas, correspondem a 25% delas; outros travam batalha com simetria. Menos frequentes são: as obsessões com o corpo e sintomas físicos, com ideias religiosas e ações violentas. As obsessões são polêmicas, causam desconforto e seus portadores a escondem, não a revelam.

As raízes das obsessões são os pensamentos estranhos, que estão em todo lugar e invadem a mente das pessoas. Mas nem sempre evoluem, pois é possível contê-los quando o entendemos, descobrimos como funciona e de onde surgem.

O obsessivo sofre muito porque fica refém de seus pensamentos esquisitos e cria criaturas monstruosas em sua mente. O cérebro que é seu aliado se revolta contra as ideias anormais e começa uma briga conflituosa e intensa.


(*) Dr. Adão Leal –Médico Psiquiatra da Associação Brasileira de Psiquiatria e Psicogeriatra pelo PROTER (Instituto de Psiquiatria da USP).

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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