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Condomínio: mulheres dominam o mercado com força, mas sem perder a ternura

Elas são a maioria na gestão de condomínios. Aliás ultrapassaram os homens no mercado onde, até pouco tempo, a presença masculina era predominante.

Cleuzany Lott (*)

A constatação é da ABRASSP (Associação Brasileira de Síndicos e Síndicos Profissionais). Uma pesquisa revelou que cerca de 68 milhões de pessoas moram em condomínios. Assim sendo, são mais de 420 mil síndicos e síndicas administrando os residenciais brasileiros. Desse total, 51% são mulheres e 49% homens. A publicação é de setembro de 2017.

O estudo mais recente, porém, menos abrangente, é o Censo 2021 do SindicoNet com a participação de cinco mil pessoas e 3.220 síndicos em todo país. Apurou-se que a representação feminina subiu 22% em comparação ao Censo realizado em 2018. Apesar disso, de 60% dos gestores ouvidos, 39% são do sexo masculino e 32% feminino.

É indiscutível que a competência não se mede pelo gênero. Porém, deduzo que essa virada tem a ver com a visão holística feminina. Elas descobriram o potencial das minicidades, que abrigam um terço da população brasileira e movimentam R$ 165 bilhões na economia nacional, de acordo com a plataforma eletrônica Triinder.

Enquete

Em uma enquete de forma virtual com síndicas de várias regiões do país, descobri o que os indicadores já previam. Muitas colegas optaram pelo cargo após o desinteresse dos demais moradores, a insatisfação com a gestão anterior e o desejo de valorizar o patrimônio da família.

Quando se trata de empreendimentos que contrataram síndicas, três características se destacaram: a atenção aos detalhes, a capacidade de resolver conflitos e a tendência à cooperação.

A empatia, o aperfeiçoamento de habilidade, o compartilhamento de experiências, a delegação de tarefas e promoção da socialização são os pontos em comuns entre as síndicas moradoras e as que prestam serviço nos condomínios.

Nesse sentido, a nova cultura de gestão tem tudo a ver com os atributos intrínsecos da mulher, como a responsabilidade e o zelo por tudo e todos que estejam em seu redor.

Obstáculos

Mas nem tudo é motivo de comemoração. O preconceito, a discriminação e a violência sofrida são relatos frequentes no desempenho do cargo.

Algumas adversidades são perceptíveis. Basta observar o comportamento das pessoas em relação à atitude das mulheres. Se resistem investidas de forma firme e segura, são rotuladas, inclusive, por outras mulheres, como agressivas e autoritárias.

Porém, quando reagem com delicadeza, evitando um confronto, são taxadas como fracas e incompetentes.

Apoio

Então atitudes como essas, quando não “cancelam” a mulher no mercado de trabalho, deixam cicatrizes. As consequências das feridas transcendem a figura da pessoa. Alcançam o condomínio e a coletividade.

Mas as mulheres não fogem à luta. Com apoio da sociedade elas estão cada vez mais fortes e atuantes. Sem abrir mão da ternura, transformam realidades e contribuem para a formação de um mundo melhor.

Desejo, portanto, que este mês dedicado às mulheres seja de reflexão e mais conquistas.


(*) Cleuzany Lott é advogada, especialista em direito condominial, síndica, jornalista, publicitária e diretora da Associação de Síndicos, Síndicos Profissionais e Afins do Leste de Minas Gerais (ASALM).

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