Caro leitor, recentemente lendo a Revista do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (CREA-SP), me deparei com um tema muito interessante. Estamos em um momento importante devido ao grande desenvolvimento em todas as áreas do conhecimento. Muitas novidades têm origem no estudo e observação avançados do universo e seus astros, algo que segue em contínua progressão com o passar dos anos e o surgimento de novas ferramentas tecnológicas. O que está por trás da transformação que hoje vislumbra soluções de sustentabilidade da vida e da manutenção dos diversos setores da economia é justamente o conhecimento técnico e multidisciplinar que desafia profissionais de tantas modalidades envolvidas nessa relação extraterrestre.
O avanço da conquista do cosmo, tanto na proximidade do sistema Terra-Lua quanto na parte externa (planetas exteriores), ou fora do nosso Sistema Solar (exoplanetas), é resultado da pesquisa e tecnologia de materiais apropriados para utilização no espaço, do desenvolvimento de modelos matemáticos que descrevem as trajetórias dos objetos (naturais ou artificiais), da evolução na parte computacional para análise da grande quantidade de dados, e dos telescópios e missões espaciais.
A exploração espacial, atualmente, tem o objetivo de desenvolver mecanismos para diminuir os detritos, evitando o acúmulo de lixo estratosférico; otimizar o uso de satélites artificiais, que são cada vez mais essenciais; e estudar objetos dispersos para evitar uma colisão em intervenções estratégicas de defesa planetária.
Além disso, uma outra possibilidade pode fazer a diferença no futuro: a mineração em asteroides. Por serem ricos em metais preciosos para a tecnologia, como ferro, níquel e platina, os elementos estão no foco das explorações. Com a evolução considerável dos meios tecnológicos e a demanda que acabou surgindo por todo o contexto em que a sociedade moderna se encontra (sustentabilidade ambiental, energética e de negócios), o mundo virou os olhos para a imensidão do espaço sideral.
Segundo pesquisadores da Universidade do Vale do Paraíba ainda existe a chance de adquirirmos água em corpos celestes. Sendo o conhecimento técnico o caminho para tais descobertas, a prática acadêmica e o incentivo à pesquisa científica são os recursos que pavimentam essa jornada tecnológica e universal. O fato é que não existe país no mundo que seja desenvolvido sem força expressiva em tecnologia, ciência e inovação.
A computação tem um papel fundamental nesse processo. Apesar de ter alguns de seus enigmas já respondidos, o espaço se mantém como instigador para perguntas das quais ainda não se tem muitas respostas. O espaço sideral sempre mexe com o imaginário de uma forma extremamente introspectiva, dando margem para o lúdico. No que tange ao que podemos descobrir, se faz um oceano bem vasto e muito profundo, de múltiplos fios que vão se alinhando. Precisamos como sociedade estimular as novas e futuras gerações a seguirem olhando para os céus em busca de soluções para os desafios terrenos.
(*) Engenheiro-agrônomo e teólogo; fiscal estadual agropecuário do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA); professor universitário; especialista em solos e nutrição de plantas e em geografia, meio ambiente e sustentabilidade.
As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.