[the_ad id="288653"]

Choro de Bebês no Condomínio: Um Lembrete Amoroso no Dia das Mães

FOTO: Freepik
Cleuzany Lott (*)

Hoje é um dia especial para celebrar e homenagear todas as mães do mundo. Porém, em meio às comemorações e alegria, surge um tema delicado que causa desconforto: o choro de bebê. Dependendo da criaturinha, o  volume pode chegar até a 110 decibel, ruído mais alto do que uma britadeira.

Este tipo de barulho não está previsto na lei do silêncio nem no Regimento Interno mas  causa divergências com vizinhos que buscam um ambiente tranquilo para descansar e relaxar. Quando esse direito é interrompido, o síndico deve entrar em cena para manter o equilíbrio.

Os pais são os primeiros a tentar parar com o chororô, mas criança não vem botão de liga e desliga. Entretanto, é necessário ficar atento a comunicação dos pequenos, pois apesar do excesso de fofura  e da empatia dos vizinhos, o som é tão alto que pode causar danos à audição de um adulto que ficar por 30 minutos ouvindo o berreiro.

O volume pode até ser maior. Os professores do Departamento de Fonoaudiologia da Universidade de São Paulo em Bauru, quantificaram a intensidade sonora de recém-nascidos. Eles concluíram que o ruído pode chegar a 110 decibel. É mais alto do que o som uma britadeira!

Impunes

Neste contexto, se considerarmos as definições da Associação Brasileira de Normas da Técnicas,  que tratam sobre a aceitabilidade de ruídos em locais urbanos, um bebê cujo choro ultrapasse 55dB durante o dia e 50dB, teria problemas com o síndico.

Na questão ambiental, o Conselho Nacional do Meio Ambiente entraria na lista das reclamações. O Conama considera que a pressão sonora nos apartamentos, dormitórios, cinemas e bibliotecas esteja entre 35 e 45dB. Logo, como o berreiro pode ultrapassar  esses níveis, ele estaria causando uma “poluição sonora”.

Ainda bem que as paredes reduzem em até 50 dB o ruído. Porque senão, os pequeninos também cometeriam uma contravenção penal por perturbar o sossego alheio.

Apesar de ser fato, é improvável que alguém use esses argumentos para chamar a polícia ou ingressar com uma ação judicial na tentativa de impedir o barulho e manter o silêncio no residencial. Afinal, além da situação ser temporária e natural, todo juiz já foi criança e sabe que este é o único meio de comunicação dos pequenos.

Psicoacústico

Mas a inocência das crianças não deve ser motivo para evitar problemas. Pesquisas comprovaram que o choro intenso e alto dos bebês provoca um “curto-circuito” na cabeça de algumas pessoas. Elas ativam o comportamento de cuidado,  ficam em alerta e muitas vezes estressadas. 

Outras pessoas não querem o prêmio por sobrevivência em meio a fofura barulhenta. Elas se sentem esgotadas física e mentalmente.

Para que a jornada maravilhosa e repleta de desafios seja uma experiência bem sucedida no lar, algumas providências podem ser tomadas para evitar o barulho.

Se não quiser investir muito em isolamento acústico profissional, os especialistas sugerem vedar as portas com o rolinho ou veda-portas em espátulas (borracha preta colocada na parte de baixo das entradas e saídas), vedar as janelas com fitas, instalar cortinas mais grossas, dar preferência aos papeis de parede antirruídos e tapetes ou carpetes que abafam o som.

Se tudo mais falhar e o choro persistir, chame o síndico para ajudar a mediar a estabelecer a paz e a tranqüilidade. Já os vizinhos, ao invés de buscar uniformidade ou silêncio absoluto, se coloque no lugar dos pais e lembrem-se de que todos nós já fomos crianças e passamos por  momentos semelhantes.


Cleuzany Lott é advogada,  especialista em direito condominial, síndica empreendedora, conselheira profissional, jornalista, publicitária,  diretora Associação de Síndicos, Síndicos Profissionais e Afins do Leste de Minas Gerais (ASALM) e membro da Associação Nacional da Advocacia Condominial (Anacon).

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

Melhor lugar

🔊 Clique e ouça a notícia Neste mundo, estamos em constantes e frenéticas mudanças, sejam físicas, temporais ou espaciais. Desde muito tempo, ouvimos muitas frases, referentes a lugares onde estamos

A crise moral na pós-modernidade

🔊 Clique e ouça a notícia Vivemos em uma era marcada por profundas transformações culturais e sociais, onde a crise moral tem se sobressaído de maneira sutil, mas impactante. Em

Aprendendo mais sobre hackathons

🔊 Clique e ouça a notícia Se você está por fora do que é um hackathon, não se preocupe, porque hoje é o dia de entender como esse evento pode

‘I have a dream’

🔊 Clique e ouça a notícia Não importa se parodiando Martin Luther King ou o grupo ABBA. “Eu tenho um sonho”, de magnitude ímpar, se coaduna com caminhadas terrenas de