[the_ad id="288653"]

Brasil lidera os casos de Burnout durante a pandemia: mais uma vez o desastre das chefias avassaladoras

por Dileymárcio de Carvalho (*)

Em breve vou apresentar aqui uma série sobre a Síndrome de Burnout: a exaustão causada no ambiente do trabalho. Milhares de pessoas afetadas, depressão, afastamento e em muitos casos a instalação de um grande sofrimento mental, com consequências que vão desde doenças orgânicas e um algo muito sério: casos de suicídio.

Hoje destaco a pesquisa dessa semana da Microsoft sobre Burnout no mundo durante a pandemia. E os dados não são nada positivos para o Brasil. O país, aparece em primeiro lugar como a nação mais impactada pelo Burnout durante a pandemia.

A Microsoft ouviu seis mil pessoas em oito país. A maior identificação vem do Brasil, com 44% de casos. Depois Singapura, com 37%. Os Estados Unidos com 31%, Índia com 29% e Austrália com 28%. O que todos têm em comum? Sentem o peso da falta de separação entre vida pessoal e trabalho.

Conta o distanciamento e também o medo de contrair o vírus. Mas é a tortura dos chefes que mais pesa no desenvolvimento da Síndrome do Burnout. O setor que mais levou seus “colaboradores” à exaustão, por incrível que possa parecer foi o da educação. Não são todas, mas no nível do ensino superior, modelos de gestão avassaladores são gatilhos para o sofrimento mental no trabalho.

Os destaques estão para séries de “treinamentos” intermináveis na pandemia, mesmo diante das adaptações dos professores em terem de dar conta da aula e também em manter a confiança do aluno no mundo virtual, bem como reuniões, “sem pé, nem cabeça só para “vigiar” o professor. Planos mirabolantes, pesquisas de desempenho e uma rotina que ultrapassa o presencial, sem o respeito a esse profissional que também teve a vida “virada” em casa fazem parte da conduta da opressora de gestões acadêmicas.

O Burnout faz parte da atualização da CID 11, a Classificação Internacional das Doenças, já para o próximo ano. O desafio é em ajudar profissionais de todas as áreas, não apenas os professores oprimidos a reorganizarem suas emoções.

Nesse momento acompanho um grupo de educadores que se reuniram e buscaram juntos ajuda profissional. Todos estão sob medicação de psiquiatras e estamos desenvolvendo um Plano de Segurança Psicológica para a retomada presencial.  E eles precisarão de novas habilidades emocionais, porque na maioria das vezes, as empresas e instituições que geram o Burnout, principalmente suas chefias, não aceitam acompanhamento psicológico e não se reconhecem como opressoras.


(Se você quiser conhecer um pouco de como funciona um Plano de Segurança Psicológica, pode me enviar um e-mail)
dileymarcio.carvalho@gmail.com
Dileymárcio de Carvalho- Psicólogo Clínico Comportamental: CRP -04/49821

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

Cuide do cap table da sua startup

🔊 Clique e ouça a notícia A distribuição de ações em uma startup pode influenciar significativamente seu potencial de investimento e a forma como ela é percebida pelos investidores. Inclusive,

Igreja viva

🔊 Clique e ouça a notícia Caros irmãos e irmãs, desejo que a ternura de Deus venha de encontro às suas fragilidades e os apascente de muito amor, saúde e

Se o esporte é vida e educação…

🔊 Clique e ouça a notícia Luiz Alves Lopes (*) Doutos, cultos e muitos que se dizem entendidos das coisas mundanas, enchem e estufam o peito para dizer que “o