[the_ad id="288653"]

Bom pai ou boa mãe

por Heldo Armond (*)

A maneira como concebemos o que é ser bom pai ou boa mãe, as expectativas que criamos a respeito da tarefa de educar filhos, as dificuldades pessoais que transparecem em nossos relacionamentos e os mitos culturais que se entranham em nosso modo de pensar, tudo isso constitui o arcabouço do relacionamento entre pais e filhos. Na maior parte do tempo, essa rede de fatores atua sem que percebamos, como base de inúmeras dificuldades e obstáculos no relacionamento entre esses entes. Na medida em que se toma consciência dessa “infraestrutura”, aumenta a probabilidade de se fazer as mudanças necessárias para superar inúmeros entraves e “pontos cegos”.

Com essas palavras, a psicóloga Maria Tereza Maldonado, em seu livro “Comunicação entre pais e filhos”, Ed. Vozes, inicia sua explanação sobre a imagem de “Bons pais” que carregamos conosco em razão dos mitos culturais que se entranham em nosso modo de pensar, como já foi dito.

Continuando a sua explanação, ela diz que “para muitos pais, ser bom assume o significado de ser perfeito – não ter falhas, acertar sempre, fazer tudo de modo impecável, como manda o figurino, para ser o melhor pai ou mãe do mundo. Geralmente são pessoas que sentem necessidade de fazer tudo perfeito também em outras áreas da vida, e transportam essa característica para o relacionamento com os filhos. Trata-se, essencialmente, de criar um ideal sobre-humano que se procura inutilmente preencher, com muita tensão, ansiedade e a sensação de estar permanentemente aquém do que deveria ser.

Quando os pais constroem altas expectativas para si, passam inevitavelmente a exigir muito da criança, pois filho de pais perfeitos tem que ser perfeito. Essa exigência em relação à criança pode manifestar-se de várias maneiras: esperar que se comporte sempre de modo exemplar, que sempre tenha rendimento escolar excelente, que sobressaia em tudo o que faz, para ser melhor que outras crianças. Essa exigência muitas vezes é combinada com a atual valorização excessiva da competição, da precocidade e do ativismo: a criança passa a ter inúmeros compromissos – aulas de natação, inglês, francês, judô, balé, de tal forma que logo fique muito sabida, mesmo que isso implique em não ter tempo para brincar.

Nesse contexto, o filho fica com a missão de aumentar a autoestima dos pais, como se fosse um cartão de apresentação: sendo maravilhoso, permite que os pais se sintam maravilhosos, com a certeza de que fizeram um bom trabalho. O filho passa a ser a promessa ou a esperança de atingir metas que os pais não conseguiram em suas próprias vidas.

A superexigência em relação a nós mesmos como pais pode nos tornar eternos prisioneiros do sentimento de culpa pelas imperfeições inevitáveis e inerentes ao simples fato de sermos humanos – como pude agir dessa maneira? – eu não podia ter deixado de perceber aquilo, – foi só por nossa culpa que ela não está bem agora.”

Neste mês de fevereiro, quando analisamos o 2º princípio do Amor Exigente – Os pais também são gente –, entendemos que ser gente é ser pessoa sensível, humana, compreensiva, generosa. Ser gente é aproveitar o grande potencial criativo que tem e, em contrapartida, ser vulnerável a erros e sujeito a frustração. Não somos super-heróis. Somos apenas gente. Analisemos este 2º princípio com o foco em nós mesmos:

  • Em que situação eu me destaco melhor como gente? No relacionamento com os outros? Nas conquistas pessoais?
  • Entendo que os insucessos podem ser consequência de erros, mas que também posso usá-los como alavancas para acertos?
  • Comumente, como reajo quando algumas pessoas não me tratam como gente?
  • Às vezes também tenho atitudes que não condizem com a natureza de quem é gente?

(*) Grupo de  Apoio Amor Exigente
Coordenação local: Berta Teixeira Rodrigues
Coordenação Regional: Washington J Ferreira/Penha
Reuniões às terças-feiras das 19h30 às 21h30 no Colégio Franciscano Imaculada Conceição

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

Cuide do cap table da sua startup

🔊 Clique e ouça a notícia A distribuição de ações em uma startup pode influenciar significativamente seu potencial de investimento e a forma como ela é percebida pelos investidores. Inclusive,

Igreja viva

🔊 Clique e ouça a notícia Caros irmãos e irmãs, desejo que a ternura de Deus venha de encontro às suas fragilidades e os apascente de muito amor, saúde e

Se o esporte é vida e educação…

🔊 Clique e ouça a notícia Luiz Alves Lopes (*) Doutos, cultos e muitos que se dizem entendidos das coisas mundanas, enchem e estufam o peito para dizer que “o