por Coronel Celton Godinho (*)
O clima é soberano em nosso planeta, visto que nenhum ser humano até o presente momento conseguiu controlá-lo. Uns incautos, aqueles que gostam de brincar de Deus, andam tentando, com estudos e mais estudos, fincados nessa velocidade frenética da onda tecnológica. Ah! Pobres moços! Esses moços! Não sabem o que fazem, e tudo indica que não chegarão a lugar algum.
A natureza é sábia e indomável, mesmo sendo agredida pelos seres humanos todos os dias. É bela, mas pode se tornar vingativa. Aliás não é bem a natureza que reage, mas tudo que está ao seu redor, pois, afinal, estamos TODOS CONECTADOS!
A chuva é um presente da natureza, dizem uns que a bendizem, mas há outros que a amaldiçoam. É um fenômeno natural, que faz parte do ciclo da vida na Terra.
E ainda temos agora a tal da chuva ácida, decorrente da emissão de gases poluentes que reagem com a água, tornando-a ácida. Os seus impactos são nefastos para a vida terrestre, diminuindo o pH de rios, lagos e oceanos, afetando a vida aquática e vegetal, podendo levar à morte de espécies da fauna ictiológica, bem como de vegetais. Podem contaminar, inclusive, o lençol freático.
Mas a despeito da chuva ácida, graças a Deus, temos a chuva normal, a chuva boa, que leva a vida a todos os seres viventes no planeta Terra!
Prefiro bendizer a amaldiçoar. Tem gente que reclama de tudo, especialmente da chuva. Óbvio que não pode ser em demasia, que cause transtorno, mas aquela chuvinha que vem molhar os campos e refrescar mais os nossos dias é muito bem-vinda, não é mesmo?
Recordações
Ainda me recordo dos dias de chuva em minha infância na rua em que morava com a minha família, no interior dessas “Gerais”. Chegava “ensopado” de água, do grupo, isso mesmo, GRUPO. Era assim que se chamava a escola primária. O tal de guarda-chuvas, mais molhava do que protegia dos “torós” que a gente pegava!
Era uma festa! A gente se juntava aos outros meninos da rua e ia pra enxurrada tomar banho de chuva, e muitas vezes arrumávamos umas tábuas velhas para “surfar“ (rsrsrs). Já viram surfe na enxurrada? E não é que ficamos bons nesse troço!
A rua era bem mal calçada, com pedras, e se soltavam a cada temporal. E dá-lhe água descendo do morro. Era um espetáculo ver toda aquela água da chuva descer em forma de enxurradas bem caudalosas. Minha mãe gritava da varanda: menino, cuidado com as pedras! Vem pra dentro e vá direto para o chuveiro!
Depois do banho de enxurrada e do banho quentinho, aí começava outra festa: minha mãe estava terminando de fritar uns “bolinhos de chuva” e também tinha acabado de assar uma broa de fubá, daquelas que só ela sabe fazer!
A chuva só me traz boas recordações, e certamente para muitas outras pessoas, também.
Chuva vem de Deus
Até hoje, quando vai chover, ao sentir aquele cheirinho característico anunciando que vem chuva, meu coração se enche de alegria. Aquele sentimento muito maior do que a saudade, a certeza de que tudo o que vivi e vivo até hoje vale a pena, e, principalmente, aquela sensação eterna de que mesmo pensando que estamos sozinhos, nunca estamos! Há um Deus que proporciona essa chuva, que cuida da gente e nos dá essa alegria toda!
Coitados dos que amaldiçoam a chuva!
“Ele cobre o céu de nuvens, concede chuvas à terra e faz crescer a relva nas colinas”. (Salmos 147:8).
“Se vocês seguirem os meus decretos, obedecerem aos meus mandamentos e os puserem em prática, eu mandarei a vocês chuva na estação certa, e a terra dará a sua colheita e as árvores do campo darão o seu fruto”. (Levítico 26:3-4)
(*) Advogado militante | Coronel da Reserva da Polícia Militar. Curso de gestão estratégia de segurança pública pela Academia de Polícia Militar e Fundação João
Pinheiro
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