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ALÔ! AQUI É O TAVINHO… O OTÁVIO

por Luiz Alves Lopes (*)

Limiar de 1962; aproxima-se o término de 2021. Quase seis décadas se passaram. Pouco tempo depois de aqui aportarmos conhecemos, convivemos e nos relacionamos com uma figura ímpar do futebol amador de Governador Valadares, do antigo futebol de salão também.

Otávio Alves de Oliveira que nos deixou no último dia 21, vítima de um AVC. O exemplar filho do saudoso e sempre lembrado “velho Marcos”, do Cruzeiro valadarense dos tempos de Malvino Caldas, de Otávio Coelho de Magalhães, de Francisco Conceição, do senhor Odilon da Casa de Couros e mais alguns, época em que seriedade, dignidade e respeito eram a tônica do querido e tradicional clube de nossa cidade.

Para os amantes do futebol amador, Otávio foi tudo e muito mais quando o assunto e desafios diziam respeito ao futebol de nossa cidade e de suas nuances.

Foi atleta por décadas e décadas, tanto no futebol quanto  no salonismo. De uma força física descomunal, como diziam os de antigamente, “chutava como um cavalo”. Dele nos lembramos, na década de 60, defendendo as cores do CIVISA, quanto o assunto era futebol de salão.

No futebol bretão, inúmeros foram os clubes que defendeu – dente eles Gráficos, Botafogo, Palmeiras etc., etc. Contudo, um apaixonado pelo Cruzeiro, por razões óbvias, em especial pela trajetória marcante de seu pai – o velho Marcos – no clube celeste, não só como atleta de renome, mas também como treinador e dirigente.

Se como atleta Otávio figurou na classificação dos bons, em relação à sua participação e presença por décadas e décadas na Liga de Futebol Amador de Governador Valadares – como funcionário e dirigente -, ele foi excepcional, monstruoso, incansável na arte de servir.

Os da velha guarda – alô Maleiro, Mairson, Josino e cia. – bem sabem do que falamos. De uma liga “infurnada” no corredor da propriedade do saudoso Mendes Barros, funcionando em  sala improvisada no então Hospital Municipal da cidade, ou mesmo de pequeno espaço na propriedade do Cruzeiro, na Av. Brasil.

Tempos da velha máquina de datilografia, do papel carbono dupla face, da fita para máquina de duas cores, do mimeógrafo, do fax, do telex e da bicicleta como meio de transporte, Vinocruz à parte.

Organização da papelada de um clube para sua filiação, orientação e fiscalização nas inscrições de milhares de atletas, transferências de atletas de clubes da cidade, de outras ligas, de outros estados… e a reversão à categoria de atleta amador de quem se aventurara no futebol profissional.

Elaboração de regulamentos para os mais diversos campeonatos, confecções de tabelas, viagens e diligências junto à Federação Mineira de Futebol –  Departamento de Futebol Amador do interior.

Alguém ainda se lembra dos antigos TORNEIOS INÍCIOS? De seu glamour? Do entusiasmo e movimentação que durava todo um domingo com o local dos jogos totalmente tomado pelos torcedores? Da expectativa nas cobranças dos pênaltis?

E nos palpitantes torneios regionais? Nas rivalidades afloradas ou mesmo nas já existentes, para lá se mandava, na condição de mesário-delegado, o experiente, competente e compreensivo Otávio Alves de Oliveira. Garantia de que tudo correria dentro dos conformes.

Na trajetória profissional, mecânico e motorista dos bons, trabalhou com denodo na Delegacia Regional de Saúde (Estadual) e Secretaria Municipal de Saúde do município, em vários programas. Funcionário exemplar.

Na parte de mecânica, herdou a habilidade e competência do pai, passando-a para o filho de mesmo nome. Quem não se lembra da ‘furreca’ do velho Marcos?

Pois é, aquele que constantemente ligava, iniciava com um ‘alô’, identificava-se como Tavinho e completava com a afirmativa de que se tratava do Otávio, nos deixou. Mais uma lacuna, cratera mesmo no futebol amador da terra de Serra Lima. Obrigado, Otávio.

(*) Ex-atleta

N.B. – Em relação à coluna do domingo próximo passado, inúmeras cobranças alegando ausência de 599 nomes de atletas consagrados em Governador Valadares e que não figuraram na extensa listagem apresentada na ocasião. A expressão… “e inúmeros outros…” se mostrou ineficaz. É, tem alguns gatos pingados lendo a coluna.

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