Sebastião Evilásio (*)
“E vós, quem dizeis que eu sou?”
Inicio meu artigo deste domingo com este questionamento feito por Jesus a Pedro, porém, não é especificamente sobre este evangelho a minha mensagem.
Me refiro a algo também intenso no momento em que a igreja nos exorta a estudar de modo mais aprofundado sobre a Carta de Paulo aos Efésios.
A história nos leva a conhecer que esta carta, Paulo escreveu quando foi preso pela primeira vez. E preso, podemos pressupor que o apóstolo meditava sobre a fragilidade humana, mais diretamente analisada sob sua fé.
Êfeso era um povo recém-convertido, mas carecia de um cuidado especial, pois a instabilidade da fé que experimentamos vez ou outra pode afetar com maior impacto àqueles que conhecem Jesus, mas não mantêm uma relação de intimidade espiritual com Ele.
Assim, diante de tantas vezes e tantas situações diferentes em nossa caminhada de fé, nos deparamos com incertezas e dúvidas que podem nos “balançar” se ouvirmos abruptamente: “… e vós, quem dizeis que eu sou?”.
Você, que lê este artigo neste momento, teria uma resposta consistente se Jesus assim lhe fizesse?
Como está a sua jornada na sua igreja, independentemente da denominação?
Você é um cristão porque lhe ensinaram assim, ou é cristão por entender o sentido de sua existência?
Sabedoria de Paulo
A sabedoria de Paulo soube enxergar as lacunas que nos fazem nos perder, especialmente quando a proposta de Jesus exige de nós renúncias e disponibilidade.
Assim, podermos não só dizer: “Tu és o Messias, o filho do Deus Vivo…”, mas nos entregar como instrumentos nas mãos do Criador e nos fazer misericordiosos, mansos, humildes e compassivos. Tudo por amor verdadeiro, e não um “amor de cartilha”.
A igreja do mundo inteiro necessita urgentemente ouvir o que Paulo nos ensina em sua carta ao povo de Êfeso.
Assim como somos muitas vezes aqueles coríntios, romanos, tessalonicenses, e como tantos outros povos orientados por Paulo, este ano, muito oportunamente somos chamados a ter os ouvidos dos efésios.
Igreja que age unida
Tudo bem. Pode até ser que sejamos igreja que reza unida, mas será que estamos nos comportando realmente como igreja que age unida, por compreender quem é e qual a proposta de Jesus Cristo?
Um pensamento de São João Crisóstomo ilustra bem as vezes que pensamos conhecer Jesus. Assim disse São João Crisóstomo: “Existem pessoas que os homens consideram santas e irrepreensíveis, mas assemelham-se a sepulcros caiados, e possuem somente peles de ovelhas. Não são estes os que Deus procura, e sim aqueles dos quais diz o profeta: “Segundo a pureza de minhas mãos”.
Então meu caro leitor, se inspire e se oriente pela igreja, para que possamos todos abraçar a nossa missão e nossa vocação conforme o desejo de Deus, entendendo Jesus não como um Deus distante, mas quer não apenas estar entre nós, mas muito intensamente dentro de nós.
Afinal, fomos criados à Sua imagem e semelhança. Então ajamos de forma a honrar esta condição.
Paz e bem a todos, e até o próximo artigo. Abençoados domingo e semana.
(*) tiaoevilasio1@gmail.com
As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.
