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A FACE OCULTA DO FUTEBOL BRASILEIRO

Luiz Alves Lopes (*)

Em que consiste o futebol? Qual a sua origem? Que rumo tomou? Em especial, como anda o futebol brasileiro?

Sem dúvida alguma, o futebol é o esporte mais praticado no mundo. Disputado por dois grupos ou equipes, cada uma delas com 11 atletas ou jogadores, cujo objetivo maior é o de colocar a bola entre as traves adversárias o maior número de vezes, sem fazer uso das mãos ou braços. Quando alcançado o objetivo, ocorre o chamado gol.

Há o registro de que na Grécia antiga e em Roma os jogos de bola eram utilizados para preparar soldados para a guerra.

Referências outras à parte, tem-se que o futebol propriamente dito teria começado na Inglaterra, por volta de 1863. Seguiram-se Escócia (1.873), País de Gales (1.875) e Irlanda (1.880). Posteriormente, proliferação geral pelo mundo todo. Chegou, inclusive, à “terra de CABRAL”.

Nos últimos tempos o futebol deixou de ser atraente, bonito de se ver, transformado que foi em um grande negócio, inclusive na China, onde não faltam espertalhões, trambiqueiros, grandes empresários, investidores de outras áreas, calculistas e oportunistas de todo o tipo. Acabaram com o esporte das multidões.

Por aqui, por décadas e décadas, praticou-se um vistoso e atraente futebol que maravilhou o mundo, em que pese o amadorismo de nossos dirigentes. O pior é que o amadorismo deu lugar a uma corja de corruptos, interesseiros e toda sorte de pessoas com ideias malucas, inapropriadas e com intenções outras que estão levando um enorme grupo de clubes tradicionais do país a estágios falimentares.

Questão de tempos para uma grande maioria, eis que um pequeno grupo já enfrenta adversidades.

Em inúmeros países, em especial na Europa e na milionária China, buscando relativo equilíbrio nas disputas, foram limitados os gastos nas aquisições de atletas, naquilo que se denominou de fair-play financeiro e cujo objetivo principal foi o de melhorar a saúde financeira dos clubes, limitando-se um teto para aquisição de atletas por uma ou mais temporadas, ou mesmo definindo o máximo do déficit financeiro em igual período.

Tal medida, ainda que salutar e necessária, comete um pecado pouco notado: concorre, e muito, para a desvalorização da formação de craques nas divisões inferiores, raras exceções.

No BRASIL varonil, tentou-se, a partir de 30 de setembro de 2013, um movimento que visou um bom futebol para quem o joga, para quem torce, para quem transmite, para quem patrocina e para quem apita.

Sob a liderança de Paulo André, Alex, Rogério Ceni e outros mais (grupo inicial com 75 integrantes), surgia o BOM SENSO com propostas interessantes, viáveis e renovadoras, incluindo-se, também, a moralização. Porém, a falta de novos líderes e novas adesões contribuiu para que em julho de 2016 o movimento fosse encerrado. Ficou, pelo menos, o legado do PROFUT. A clareza das ideias dos líderes iniciais, combinada com a experiência destes, não teve continuidade. Uma pena!

Certa feita, disse Paulo André: “nosso país agride quem pensa e se posiciona”. Verdade inconteste que merece reflexão profunda. E disse mais: “estamos defendendo algo que é em benefício de todos. Tentamos apresentar benefícios para a televisão, que é quem banca o futebol, e para as instituições”.

Colocações feitas, no intrigado futebol brasileiro, dentre tantas situações repugnantes, está a falta de uma política esportiva voltada para o relacionamento profissional da classe de treinadores de futebol e nossos clubes. A grande ressalva é que tanto os clubes e seus passionais dirigentes, bem como os profissionais treinadores, não se dão ao respeito, raríssimas exceções. Murici Ramalho, mestre Telê Santana, Abelão e pouquíssimos outros representaram o lado digno do comportamento da classe.

Ingerência indevida e agressiva de grupo de torcedores (marginais), dirigentes incompetentes e sem planejamento, mídia raivosa e percentual altíssimo de atletas profissionais totalmente despreparados, colocam na corda bamba os treinadores de futebol no seu dia a dia. Estes, também, quase sempre não se fazem por respeitar. Se quedam.

Quem derrubou Luxemburgo? E o Domenet? Por que atletas tidos como craques aqui na terrinha (por demais bajulados) não vingam lá fora? Lá o “beicinho” não cola. Há normas a serem seguidas e cumpridas. Ninguém é contratado como cláusula especial prevendo garantia de titularidade.

Porém, não menos verdade que as condutas de Rogério Ceni e Cudet, recentíssimas, deixando, respectivamente, as direções de Internacional e Fortaleza, não foram republicanas. O brasileiro, em especial, negritou sua biografia. Assim estamos naquela de que ‘pau que dá em Chico, dá em Francisco’. Ou, como diziam os mais antigos: ’chumbo trocado não dói.’ Nivelamento por baixo?

Lá fora, nos grandes centros, ex-atletas como Pep Guardiola, Joachim Low, Marcelo Gallardo, Frank Lampard, Steven Gerrard, Niko Kovac, Becknbauer, Frank Rijkaard, Luis Henrique, Roberto Mancini, Blanc, Jupp Heynekes, Simeone, Ramon Dias, Johan Cruyff, e tantos outros, tiveram o respeito do mundo futebolístico e corresponderam à altura. Sem falar que Platini, grande craque francês, chegou à presidência da UEFA.

Jorge de Jesus, aqui exageradamente idolatrado, não está se dando bem em sua terra natal. Lá, não lhe deram “um caminhão “de craques para montar a equipe. Não é profissional que trabalha com aproveitamento de jovens valores. Foi por aqui, muito inteligente. Saiu por cima da carne seca, tudo bem planejado. Tinha ciência de que o que ocorreu em 2019 não se repetiria este ano.

Verdadeiramente, há uma face oculta do futebol brasileiro que poucos se atrevem a abordar e discutir. Alguns poucos da mídia que se atrevem desaparecem da programação ou mesmo da emissora. Efetivamente, “tá tudo dominado’.

A dança dos técnicos, incluindo competentes e incompetentes, é parte integrante do futebol brasileiro, terra do Rei Pelé e de tantos monstros sagrados.

Quem se lembra dos atletas do Bayern de Munique chegando ao Mineirão para enfrentar o Cabuloso em final do Mundial de Clubes (por ele vencido), cada um tendo a tiracolo uma bolsa-mochila com seu próprio material esportivo? Liderados por Becknbauer, minha gente!

Atleta de futebol profissional no Brasil nos dias atuais: quanta pobreza (de caráter), quanto orgulho, quanta mesquinharia! Haja treinadores para derrubarem! E a esses faltam união, coragem e determinação, e, em alguns casos, a boa conduta, que não tem estado presente.

(*) – Ex-atleta.

N.B.1 – Alguém notou, ao final de Flamengo x São Paulo, o tratamento frio de Rogério Ceni em relação ao jovem Hugo Souza? Único culpado?

N.B.2- Na terra do Tio SAM o presidente eleito conclama seus compatriotas ‘implorando’ pelo uso de máscaras e adoção de medidas preventivas em relação a Covid-19, dizendo tratar-se de doença grave e preocupante. Por aqui, na Terra de Cabral, incluindo a outrora Princesa do Vale, parece que o vírus não existe. Perdas e mais perdas estão ocorrendo, sob olhares complacentes e indiferentes. Vulgarização da vida. Maldita política! Maldito poder!

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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