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A EMPRESA QUE VOCÊ ESCOLHEU RECONHECE SEUS POTENCIAIS?

Dileymárcio de Carvalho (*)

A resposta mexe com os sentimentos e emoções das pessoas nas empresas. Essa pergunta foi feita pela consultoria Gallp América Latina a cem empresas no Brasil durante 2019. Responderam profissionais com formação superior e pessoas que também não cursaram uma faculdade. As informações vão compor um relatório que será publicado ainda esse ano, sobre como são organizadas as “emoções de dedicação” de um profissional que não se considera reconhecido pela empresa e o que muda tanto no nível de produtividade, como também no sentimento de “bem-estar subjetivo”, que está relacionado aos níveis de felicidade com o trabalho.

Entre as pessoas com curso superior, o sentimento de não reconhecimento chegou a 92%, e entre os profissionais com nível de ensino médio a 85%. A pesquisa analisa que a mudança nas duas percepções está diretamente ligada ao nível de compreensão do quanto o profissional diz que se “entrega” a empresa e o quanto ele percebe de reconhecimento. Em termos de formação, a diferença dessa percepção não é significativa. Mas essa consideração tem implicações emocionais no dia a dia dos trabalhadores de ambas as qualificações.

Um nível de detalhamento das questões mostra também que o profissional que não vê seus potenciais reconhecidos, apresenta um percentil de insatisfação geral com a vida, de sete pontos, em uma escala de dez pontos. Ainda mais específico, quando esse mesmos profissionais são questionados sobre o quanto pensam na falta de reconhecimento, mesmo executando tudo que a empresa pede, eles chegam a dizer que “em quase todos os momentos do dia de trabalho”. E, se essa é uma situação comentada fora do ambiente corporativo por eles, a resposta é que sim, todos os dias em casa e sempre quando saem com amigos, mesmo os que não trabalham na mesma empresa.

O cruzamento e análises das perguntas sobre estresse e produtividade no trabalho revela ainda uma ligação direta com o “bem-estar subjetivo”, um termo da Psicologia Positiva para felicidade. As respostas dizem do quão uma pessoa se sente infeliz e qual área da vida que mais impacta em seu bem-estar. A resposta não é outra: quando a questão é o trabalho, o não reconhecido de potenciais gera sensação e estados de infelicidade.

Mais infelizes, os profissionais rendem menos e estão sujeitos a adoecimento não só emocional, com maior propensão a depressão, mas também à falta de resistência aos cenários de Burnout. O que fazer? O primeiro passo é ouvir os colaboradores. E isso deve ser feito como prioridade dentro das empresas.

Tenho realizado programas de desenvolvimento cognitivo para o fortalecimento de habilidades técnicas em profissionais em diversas empresas. Uma demanda recorrente é a criação de repertórios emocionais para garantir às pessoas o desenvolvimento de seus potenciais. Esse programa tem a duração de seis meses e logo depois realizamos outra pesquisa de nível de reconhecimento e valorização. Em quase todos os casos, para com a felicidade no emprego, vemos o percentil de insatisfação ser totalmente modificado.

O grande ganho também é que quando os profissionais podem repensar a forma de executar uma atividade, a partir de seus potenciais, eles “entregam” mais criatividade e são diretamente motivados, e esse envolvimento ajuda na prevenção de doenças emocionais e físicas.

Chamo a atenção para que essa integração, não seja apenas um protocolo raso de fazer de conta que está se valorizando e reconhecendo os profissionais. A resposta percebida por eles, está no quanto de ação de suas potencialidades eles podem passar a modificar das estruturas rígidas, que na maioria das vezes as empresas só querem mesmo uma execução técnica por parte do profissional. E a argumentação é de que eles foram contratados só para aquilo. Mas agora você já sabe as consequências. Cuide das emoções dos seus profissionais!


(*) DILEYMÁRCIO DE CARVALHO
PSICÓLOGO CLÍNICO COMPORTAMENTAL (CRP/04/49821)
Email : contato@dileymarciodecarvalho.com.br

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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