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A diferença

Por Crisolino Filho

Por falar em eleições, democracia e política, o Brasil precisa aprender muito com os Estados Unidos da América. A população americana é mais politizada do que a brasileira, e participa como aqui ordeiramente dos pleitos, apesar de o sistema americano ser bem diferente do nosso. Por exemplo, lá não adotaram a urna eletrônica, apesar de ser o país mais desenvolvido do mundo, dotado de tecnologia imbatível.

Apesar de ter dois fortes partidos políticos, o partido Republicano – do qual faz parte o atual presidente Donald Trump -, e o partido Democrata, o arranjo eleitoral da grande potência é composto de vários outros partidos de pouca visibilidade, como o Partido da Constituição, o Partido Libertário, o Partido da Justiça e o Partido Verde, que vêm crescendo, já com diversos representantes em cargos públicos, incluindo prefeitos, executivos de condados, membros de câmaras municipais, membros de conselhos escolares e outras autoridades locais.

A plataforma política do Partido Libertário reflete a defesa do liberalismo, a regulação mínima da economia, o mercado “laissez-faire” – expressão que significa “deixar fazer”, uma das principais bases da economia liberal -, a proteção das liberdades civis, a não regulação das fronteiras e o não intervencionismo na política de outros países.

A plataforma do Partido Verde enfatiza o ambientalismo, a democracia participativa, a justiça social, o respeito à diversidade, a paz e a não violência.

Já o Partido da Constituição, com quase 400 mil filiados, faz dele o terceiro maior partido dos EUA. O Partido defende uma plataforma baseada naquilo que acredita ser a intenção original dos Paises Fundadores da Pátria, princípios estes que estão na Declaração de Independência e na Bíblia.

Os EUA são considerados a maior democracia do planeta por uma série de razões. Primeiro, o voto não é obrigatório; portanto é um direito e não um dever, vota quem tem vontade e sente liberdade para se manifestar.

Segundo, com uma população de 330 milhões de habitantes (110 milhões a mais que o Brasil), é a nação mais rica e poderosa do mundo, sua Câmara dos Deputados é bastante enxuta.

Ao contrário dos 513 deputados e 20 mil servidores do parlamento brasileiro, lá são 435 parlamentares e 10.600 servidores, sendo que aí estão computados os 4.200 funcionários da Biblioteca do Congresso, a maior do mundo. Sim, porque a responsabilidades com o gasto público é sinônimo de democracia forte.

Enquanto a federação americana é composta por 51 estados INDEPENDENTES, aqui são 27 DEPENDENTES. Como parece que tudo por aqui é “up side down”, tem parlamentar que ainda defende o aumento de cadeiras no parlamento, alegando falta de representatividade, como se isso viesse resolvendo os eternos problemas desse empacado Brasil.

O americano é densamente politizado, porque carrega o conceito mais clássico que se conhece da palavra nação, “um povo politicamente organizado”, e não apenas no sentido partidário, mas nos valores éticos, morais, na unidade e na justiça imparcial, associados aos ícones considerados sagrados, como a bandeira, instituições eficientes, economia forte que beneficia a todos e uma história pontuada de vitórias e grandes invenções. O orgulho americano em si já é uma demonstração de unidade.

É muito comum no Brasil confundir política e politização com politicagem. Até parece que esta última é uma mistura de política e malandragem. O voto obrigatório favorece a criação dos currais eleitorais, troca de favores e do famigerado voto de protesto que elege incompetentes. Como as obras e serviços públicos americanos são de qualidade, o eleitor americano não vota porque um candidato promete que vai calçar a sua rua, até porque lá isso é coisa muito rara. Ele vota se sentir vontade e ponto final. Aqui é comum o eleitor votar porque foi seduzido pela promessa de emprego, porque vai se dar um jeitinho de conseguir um equipamento médico para um posto de saúde ou construir uma quadra.

Alguém pode até dizer que lá também tem corrupção, tem mau político e pobreza. Tem, é claro, em todo o planeta tem isso. Mas igual aqui é impensável, incomensurável, inigualável. Até nosso mapa tira sarro da nossa cara. Visto de frente, parece que o Brasil se equilibra numa pontinha do Rio Grande do Sul, ao contrário do mapa dos EUA, que se assemelha a um retângulo assentado em uma base sólida.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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