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Não desafie a morte

Sebastião Evilásio

Diante de tanta notícia ruim acerca da pandemia que assombra o mundo sob a frustração das expectativas e incerteza temporal, o valadarense decididamente optou por desafiar o coronavirus. Basta dar uma passadinha pelos grandes supermercados, bares mais badalados ou as academias de ginástica e musculação,  pra constatar que a população parece “não estar nem aí” para a ameaça do Covid-19, dada a grande frequência nestes locais públicos.

Talvez esta forma de ousado enfrentamento abraçado pelo povo, seja a razão na qual o Executivo municipal se debruça para formatar os decretos para a saúde nestes tempos difíceis.

Mesmo com o crescente número de óbitos registrados mundo afora, mas de maneira bem particular,  Brasil afora, a população insiste em não deixar sua “ficha cair” e perceber a seriedade da situação.

Perderam o medo da morte ou o gosto pela vida?

Aí me vem um segundo questionamento: vamos esperar acontecer uma tragédia local pra tomar medidas mais severas de proteção?

Ver o que ocorre em São Paulo, Manaus,  Maranhão e outras metrópoles que já não conseguem frear o avanço do contágio,  não seria suficiente pra antecipar o aumento dos cuidados?

Agora me atenho a um público bem especial: a igreja (católica, porque não vivo a realidade e conceito das demais). Sinceramente não consigo compreender a decisão da igreja que opta por abrir as portas, mesmo que para ocupações limitadas, num momento em que deveria ser a primeira instituição a demonstrar maior interesse pela defesa da vida. Igreja aberta significa aglomeração,  se não no seu interior, nos seus pátios. Pior ainda, não adianta dizer aos idosos, diabéticos,  hipertensos para evitarem ir, porque a maioria não vai acatar, pois o povo está ávido pra sair da prisão de casa, e ir à igreja seria o pretexto que precisam.

E perceba que nem me referi àquele público que já ia à igreja mais pela obrigação social do que pelo exercício da fé.  Estes, pelo menos neste tempos de quarentena, têm  um novo argumento para não irem.

Falo especialmente daqueles que ainda não enxergaram os riscos de se exporem somado aos riscos de se fazerem também  canal transmissor do vírus.

Defendo firmemente o fechamento dos templos, e me sustento na convicção de que a presença de Deus na minha vida independe se estou em casa ou na igreja. Óbvio,  a oração em comunhão é a proposta da igreja de Cristo, fundada em Pedro, porém, uma vez que Pedro, hoje sucedido por Francisco “LIGA” aqui na terra a oração em casa por forças circunstanciais,  certamente estaremos “LIGADOS” no céu. Não sou eu quem diz, mas o próprio Jesus Cristo.

Passou da hora de tomarmos decisões em defesa de nossa própria saúde física e espiritual. E se ir menos ao supermercado, farmácia, evitar outros locais que possam ocorrer aglomeração significar a diminuição dos riscos de contrair o coronavirus,  que tenhamos também a maturidade e equilíbrio pra também dialogar com Deus, no silêncio do quarto, porque com certeza Ele ouvirá nossas súplicas e logo-logo estaremos de volta à normalidade de nossas vidas.

Um grande abraço virtual e que Deus nos cuide.


As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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