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Tratamento diferenciado

Luiz Alves Lopes (*)

0 louco e desproporcional futebol dos dias atuais permite àqueles que buscam se firmarem como detentores do “quarto poder” – a mídia raivosa, ocuparem espaços nobres com altíssimos índices de audiências em programas que pouco ou quase nada constroem.

Em tempos outros o palavreado e outras condutas do ex-atleta (e não craque como se intitula e se faz passar) Neto seriam censuradas, com razão. Totalmente despreparado para a atividade/função proposta. Grande parte da parafernália de atrações esportivas disponibilizadas não são diferentes. São pérolas sobre pérolas.

Raríssimas e honrosas exceções – existem sim -, querem ditar normas, condutas e procedimentos, inclusive fazendo julgamentos os mais diversos. Donos de verdades absolutas, colocam-se acima do bem e do mal, em assuntos diversificados e para os quais não detém conhecimentos. Achismo para dar e vender…

Quando o futebol era bonito de se ver – haja saudosismo -, um tal de Telê Santana montou um jovem time do Fluminense e acabou sendo campeão carioca em 1969. Em 1.971 deu ao Galo das Alterosas o título de 1º Campeão Brasileiro. Em 1977, tirou o Grêmio de uma fila de 8 anos, dando-lhe o título gaúcho. 0 que fez no São Paulo é covardia e não vale registrar, com títulos nacionais, sul-americanos e mundiais.

Em 1960 um jovem desconhecido – Jorge Vieira – fez do América do Rio o campeão carioca, desbancando os maiorais da antiga capital brasileira.  José Macias – o PEPE -, teve a ousadia de levar a Inter de Limeira ao título paulista de 1986. Emerson LEÃO com uma meninada se tornou campeão brasileiro pelo Santos em 2.002.  0 Paulista de Jundiaí venceu a Copa do Brasil de 2.005 sob a batuta de Wagner Mancini.

Um tal de Airton Moreira – mais um dos MOREIRAS -, montou um time de futebol encantador e que contava com Raul, Piazza, Zé Carlos, Evaldo, Natal, Dirceu Lopes, Tostão, Hilton Oliveira, etc., ganhando títulos aos montões.

Elba de Pádua Lima -o TIM que não era de Valadares, fez bonito dirigindo a seleção peruana na copa de 1970, sem falar no sucesso como treinador do Fluminense e do Bangu, colhendo resultados altamente positivos.

Nas Minas Gerais m 1964, Dorival Knippel ou Yustrich como queiram, levou o Siderúrgica de Sabará ao título mineiro daquele ano, enquanto o “senhor” Ênio Andrade como gostava de dizer Roberto César Itacarambi, conquistou o título brasileiro de 1985 com o Coxa do Paraná.

Tantos outros profissionais dignos, corretos, exemplares e sobretudo educados dignificaram a carreira de técnicos de futebol em nosso país, sendo eles brasileiros ou não. Martin Francisco, Vicente Feola, Carlos Alberto Silva, Zezé Moreira, Fleitas Solich, Danilo Alvim, Paulinho de Almeida, Carlos Castilho e gente que não acaba mais.

Abel Ferreira, colecionador de cartões amarelos e vermelhos de todos os tipos, Jorge de Jesus, Vitor Pereira, Jorge Sampaoli, Eduardo Coudet e outros mais que vieram e já se foram, qualidades à parte, só trabalham com a disponibilização de craques em quantidade e qualidade, concorrendo para a deterioração financeira dos respectivos clubes. Quando partem, deixam problemas que não são poucos.

Por aqui, são idolatrados, bajulados e endeusados. Porque não são vencedores lá fora?  Bom seria vê-los campeões pelo Ibis de Pernambuco, pela Desportiva de Guaxupé, pelo Canto do Rio de Niterói ou mesmo por alguns outros clubes tradicionais dos antigamente do vistoso futebol brasileiro. É querer demais?

Vivem curtos períodos de conquistas de títulos – o que interessa ao apaixonado e desinformado torcedor e aos dirigentes vaidosos. De autor desconhecido e sempre lembrada a frase ” o tempo é sim o senhor da razão”.  A conta tem chegado e continuará a chegar. E tome SAF’s.

Notaram que depois que derrubaram o CUCA não mais falam de seu caso? Hipocrisia pura. 0 próximo a ser derrubado é o “Professor”. Querem que faça milagres? Fernando Diniz – um diferenciado, inovador, sem plantel, se não fizer mais algum milagre como fez no CARIOCA, vai sofrer demais.

Bom seria se a Maurício Barbieri, a Roger Machado, a Oldair Helman, a Antônio Carlos Zago, a Wagner Mancini, ao PEPA, ao velho Mano Meneses, a VOJVODA, a Luiz Castro, a Dorival Júnior, a Paulo Turra e a tantos outros treinadores em atividades no futebol brasileiro, fossem dispensados tratamentos respeitosos, com análises e críticas compatíveis com os respectivos clubes por eles dirigidos, capacidades financeiras, momentos que vivem e qualidade e quantidade dos plantéis disponibilizados. Não são milagreiros…


(*) Ex-atleta.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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