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Um espelho chamado Zé Roberto

Luiz Alves Lopes (*)

É certo que, ainda que questionável em alguns aspectos, o futebol brasileiro evoluiu no quesito calendário nos últimos anos. Sujeitá-lo às normas da FIFA e alinhar-se ao calendário da CONMEBOL não deixa de ser tarefa desafiadora. Tem se saído bem, noves fora alguns imprevistos e improvisações.

Neste 2022 da era que o Cristo veio ao mundo, marcado por momento em que se escolhe o mandatário maior do país e seus coadjuvantes, acrescido da Copa do Mundo com calendário diferente, para atender interesses inconfessáveis, perfeitamente aceitáveis alguns registros envolvendo a SEGUNDONA do Brasileirão, que caminha para seu final.

Há de se registrar que a disputa deste ano envolve(u) gigantes do futebol nacional, verdadeiro desfile de campeões – Bahia, Grêmio, Machão da Gama, Guarani e o Cabuloso – afora os tradicionais e aguerridos Sport de Recife e Ponte Preta de Campinas, e alguns outros intrusos, como Ituano, Londrina e Criciúma. Uma verdadeira batalha pelo acesso.

Ao contrário das duas últimas temporadas, o CABULOSO, de “dono” novo, planejou-se e foi buscar no pequenino Uruguai o jovem e desconhecido Paulo PEZZOLANO para comandá-lo, cabendo-lhe a tarefa da montagem de um time jovem, de desconhecidos, salvo o goal keeper, culminando com o retorno à elite até de forma surpreendente. Parece que organização e planejamento caminharam juntos, daí… o resultado alcançado.

O IMORTAL Grêmio, com toda a sua rica história e estrutura invejável, a trancos e barrancos, não encantando seus torcedores, retorna à elite, ainda que crucificando o jovem treinador Roger Machado – que parece ser uma pessoa serena e digna – voltando com o nada simpático Renato Gaúcho. Vai precisar melhorar muito para a próxima temporada.

O BAHIA porreta, da terra de todos os santos e orixás, caminhou longas léguas com o GORDO Guto Ferreira, derrubado e substituído por Ederson Moreira, que também perdeu ou teve tomado o seu boné, e encerra a temporada com outro GORDO – o simpático BARROCA. Tem na massa de torcedores uma arma poderosa, mas a equipe é limitada e terá que ser reforçada para a próxima temporada, senão…

O Machão da GAMA – em terrível crise financeira no início da temporada e equacionada através de uma SAF – veio/foi para a disputa com uma equipe jovem, mesclada com dois ou três veteranos, e nas mãos de Zé Ricardo caminhava bem. Surgiu o mundo árabe, o treinador se mandou e o clube de São Januário viveu maus momentos. JORGINHO chegou e o milagre aconteceu. Assim, sem zebras na série B do Brasileirão de 2022. Apenas sustos.

Em determinados momentos da competição, o SPORT de Recife chegou a incomodar, porém a falta de planejamento e convicções, as trocas de técnicos, que é uma prática danosa no futebol brasileiro, e a impaciência de seu torcedor deixaram o clube Pernambuco na série B, recomendando rever conceitos para a próxima temporada.

Na série A, o registro importante e positivo foi o acerto do Flamengo com Dorival Júnior, com o clube da gávea voltando a praticar um futebol vistoso, produtivo e vitorioso. Mas a impaciência com os “treineiros” se fez presente. Sem sucesso. AVAÍ, CUIABÁ, CEARÁ, CORITIBA, ATLÉTICO GOIANIENSE e JUVENTUDE equivocadamente entenderam que a simples troca de treinadores seria suficientes para lhes dar tranquilidade. Equivocaram-se todos.

Os episódios e narrativas alusivos às séries A e B do Brasileirão de 2022 nos remetem e nos permitem o registro e constatação de algo novo, positivo, extraordinário mesmo, que ocorre em nosso país no momento atual e que atende pelo nome de JOSÉ ROBERTO GUIMARÃES.

Independentemente da modalidade esportiva, nem todo ex-atleta, ao se aposentar, pensa em se tornar técnico esportivo. Pelo contrário, passa pela cabeça de poucos. Foi o que ocorreu com José Roberto Guimarães – ou simplesmente ZÉ ROBERTO.

O então jovem atleta de voleibol teve o privilégio de participar da Olimpíada de Montreal, no Canadá, em 1976 e, provavelmente, nos dias atuais é o mais consagrado e respeitado técnico de voleibol no Brasil, embora alguns prefiram Bernardinho. Questão de gosto.

Desnecessário dizer e registrar a quantidade de títulos importantes conquistados à frente das seleções canarinhas de voleibol – masculina e feminina -, mas os dois títulos olímpicos em 1992, na Espanha, e em 2008, na  China, são inesquecíveis.

Passada a trajetória das monstras sagradas do voleibol feminino do Brasil, ZÉ ROBERTO apresenta para todos nós e para o mundo,uma nova impressionante safra de estrelas do voleibol feminino, chegando a duas finais num  curto período de tempo –  o Grand Prix e o Mundial. Foram dois valorosos vices, impensáveis e surpreendentes, se considerarmos a renovação encetada no grupo. Milagres do ZÉ.

Quando um canal de  TV fechada nos apresenta rico documentário sobre a preparação da seleção brasileira feminina de voleibol para as competições citadas, se fazem presentes entendimento, compreensão e constatação do que é seriedade, capacidade e organização na busca de resultados. Trabalho sob a batuta de José Roberto Guimarães. O que é bom pode ser copiado, mesmo por clubes de futebol.


(*) Ex-atleta

N.B.- Quando João Paulo II era o Papa, por sua simpatia ao Brasil (e ao Fluminense), pedíamos “a bênção, João de Deus…”.  Mas agora o Papa é Argentino e, embora simpático e encantador, certamente não nos atenderá.  Então, que DEUS OLHE PARA O BRASIL.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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