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SAUDADES, RECORDAÇÕES e LEMBRANÇAS DO BARRÃO

Luiz Alves Lopes (*)

Sem estardalhaço ou barulho algum, foi noticiado o centenário de nascimento de Sebastião Mendes Barros, ocorrido em 3 de maio de 2023. Poucos desta urbe se deram conta da notícia ou mesmo de quem se tratava ou se tratou.

Dizer que se trata ou se tratou de um farmacêutico dos velhos tempos, de coração magnânimo, de uma simplicidade a toda prova, homem religioso e temente a Deus, e que veio a este mundo para servir e não ser servido, é necessário. Felizes foram aqueles que com ele conviveram. Se tornaram pessoas melhores e distribuíram felicidades.

Sebastião Mendes Barros – O BARRÃO da Política com P maiúsculo -, eis que incorruptível, sendo dotado de uma receptividade pouco vista em relação às demandas que lhes eram apresentadas, as dos deserdados em especial.

Com carisma imensurável, ao lado de sua Ieda Barros e numeroso grupo de simpatizantes, desafiou os poderosos caciques políticos valadarenses e se tornou Prefeito Municipal no período administrativo 1971/1972. Se tornou Deputado Estadual por Minas Gerais em duas legislaturas, ocupando ainda uma Secretaria de Estado, com méritos. Lealdade, inclusive política, também foi sua marca.

O Papo é de Boleiro, preferencialmente para boleiros e ex-boleiros e pessoas que vivenciaram e vivenciam o mundo esportivo de Governador Valadares e região. Aqui, também, de forma descomunal foi a atuação de Mendes Barros – o nosso BARRÃO.

Nas décadas de 60, 70 e 80, Valadares tinha campeonatos varzeanos? Tinha sim, senhor! Valadares tinha campeonatos amadores? Tinha sim, senhor. Valadares tomava a frente na promoção de Torneios Regionais? Sim, senhor!

Os saudosistas se lembram do Independente da JK, do Ypiranga (de Dorly Caldas) e Gráficos (de Antor Santana) ambos do bairro Santa Terezinha, do Tupinambás de Xonin, do Ibituruna da ‘pedra forte’ de São Raimundo, do Tupã (de Chisté, Badú e Zé Borges) do Santo Antônio (do velho Euclides e outros) e inúmeros outros clubes de nossa outrora várzea?

A não bem esclarecida história da exclusão do Almirante Barroso (Sexto Batalhão da PMMG) dos certames varzeanos locais, atribuindo-se a Dorly Caldas a liderança de movimento orquestrado para tal finalidade?

A reativação da Liga de Futebol Amador da cidade, implicando no retorno de nossos campeonatos amadores de várias categorias, afora os fantásticos TORNEIOS REGIONAIS com disputas gigantes de clubes tradicionais?

A aquisição de terreno e construção do ‘campo da liga’ no bairro São Paulo, meritoriamente oficializado de Estádio Mendes Barros e que se constitui de uma das maiores riquezas do futebol valadarense?

Pois bem, minha gente: Governador Valadares não tem campeonato amador faz tempo. Torneio não é campeonato. Legitimidade é para quem tem. A frieza e indiferença dos dirigentes da liga amadora de Governador Valadares, e que conta com a aquiescência dos dirigentes de nossos clubes amadores, nos faz lembrar e recordar a trajetória de Sebastião Mendes Barros à frente dos destinos de nosso futebol amador. Os olhos enchem d’água. Provocam uma SAUDADE danada.

O botafoguense nascido em Nova Era e que adotou Governador Valadares e sua gente sabia liderar, ouvir, transigir, dialogar e fazer acontecer. Com sabedoria, dentre tantos, soube arrebanhar Hormando Leocádio, Bráulio Mesquita Conceição, José Neri Dias, Bóris Silva, Cléber Teixeira Siqueira, Otávio Alves de Oliveira, Orcy Rocio e inúmeros outros, montando uma extraordinária equipe de trabalho. O sucesso não foi por acaso.

“Há homens que não morrem, apenas se calam; apenas se despedem. Viajam apenas, porque sempre serão lembrados nas coisas mais sublimes; estarão sempre presentes e vivos todas as vezes que alguém falar de amor, de humanidade, de compreensão, de fraternidade, de abnegação, de paz e liberdade”. Lembramo-nos de Sebastião Mendes Barros (adaptação de texto de Moisér Esper).


(*) Ex-atleta 

N.B. – 1 – Ao que tudo indica mais um escândalo se instala no futebol brasileiro, envolvendo atores heterogêneos. Efetivamente “este não é um país sério”,  já dizia Charles De Gaulle.

N.B. – 2 – A coluna já estava pronta quando Roberto Salles Borges – o Burraldo – comunica o falecimento de José Neri Dias, dos velhos e saudosos tempos de nosso futebol. Fiel escudeiro de Mendes Barros. O bairro Santa Terezinha ficou mais pobre.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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