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Reforma do Ensino Médio

FOTO: Mindandi/Freepik
por Marizete Belo da Silva (*)

No governo Temer, em 2017, foi colocado em votação o novo Ensino Médio, que foi implantado em 2022. A Lei nº 13.415/2017 estabeleceu a reforma do Ensino Médio, alterando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Considerando as novas demandas do mercado de trabalho e da sociedade contemporânea, a nova lei foi aprovada para garantir educação de qualidade para todos e aproximar o ensino da realidade dos alunos.

De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), os piores índices de aprendizagem e os maiores índices de evasão escolar estão no Ensino Médio.

Modelo único

A grade curricular anterior do Ensino Médio era modelo único [nacional e federativo] de currículo. Todos aprendiam o mesmo conteúdo. Agora os alunos “escolhem” uma área do conhecimento e se aprofundam nela. Ou seja, uma formação técnica ou profissionalizante. Vale ressaltar que o propósito do Ensino Médio é preparar o aluno para o Ensino Superior. Então por que uma formação técnica ou profissionalizante?

Conteúdos como Física, Geografia e História perdem espaço. A nova grade curricular propõe formação em marketing e empreendedorismo. A permanência dos alunos na escola deve aumentar, de 800 para 1.000 horas, o que afeta diretamente os alunos que trabalham.

O intuito é aproximar a escola da realidade dos alunos. No entanto o aumento da permanência dos estudantes em sala de aula exige adaptações desses espaços escolares. Muitas escolas, sobretudo as públicas, não têm infraestrutura para manter este novo formato de ensino. Assim como formação adequada dos professores.

Aprovada sem consultar educadores, estudantes, especialistas e organizações da sociedade civil, atualmente, a reforma está sendo alvo de várias críticas e polêmicas.

Tudo isso aumenta ainda mais a crise no sistema educacional.

Unesco

De acordo com a Unesco, “a educação como direito humano e bem público permite às pessoas exercer os outros direitos humanos. Por essa razão, ninguém pode ficar excluído dela. O direito à educação se exerce na medida em que as pessoas, além de terem acesso à escola, possam desenvolver-se plenamente e continuar aprendendo. Isso significa que a educação terá de ser de qualidade para todos e por toda a vida. Um maior nível educacional de toda a população é um elemento decisivo para o desenvolvimento humano de um país, tanto para elevar a produtividade como para fortalecer a democracia e ampliar a possibilidade das pessoas na opção por maior qualidade de vida.

O Ministério da Educação planeja uma pesquisa para avaliar a mudança. No entanto não deu sinal de mudar o modelo ora aprovado.

O governo precisa abrir amplo diálogo com a participação de educadores e estudantes. Em uma discussão que ofereça oportunidades a todos os alunos. Um ensino médio que seja comprometido com a democracia e a justiça social. Aliás, o Governo tem recebido diversas cobranças para revogar esta medida.

Além disso, uma avaliação precisa ser feita com toda classe estudantil sobre os reais motivos da evasão escolar e dos piores índices de aprendizagem para, a partir daí, ser construído um novo modelo de ensino médio. Rever como está sendo recebido o ensinamento.

Por que não uma reforma do sistema educacional?


(*) Revisora do DIÁRIO DO RIO DOCE, formada em Pedagogia e aluna do curso de Letras | Email: marizetebelo@yahoo.com.br | (33) 99820-8619

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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