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Recordar provoca tristezas

Luiz Alves Lopes (*)

Saudosista e conservador como poucos, cobra-nos José Arnaldo Silva uma viagem ao passado, mais ou menos umas cinco ou seis décadas, listando ou mesmo tecendo pequenos comentários sobre a imensidão de nossos clubes amadores ou varzeanos que se foram ou que se encontram no CTI, em estado terminal.

Para os menos avisados, ‘ZÉ ARNALDO também foi boleiro, funcionário da COOPERATIVA e figurante da lista dos fundadores do Coopevale Futebol Clube nos idos de 1.969. Aposentado, curte a vida de pernas para o ar, não podendo deixar de ser feito o registro de que figurou no grupo vencedor do Tiro de Guerra de 1.966, cheio de cobras criadas.

Falar do nosso futebol amador ou varzeano de décadas passadas, invariavelmente nos leva a Mendes Barros, a Dolfino ‘Italiano’ Chisté, Luis Bento Marreco, Braulio Mesquita, Daniel Mathias, Hormando Leocádio, Cleber Teixeira e outros mais, quando o assunto e gestão, entusiasmo e muita paixão. E coloque paixão…

Quanto aos clubes, quantitativa e qualitativamente, a listagem é grandiosa e provoca as mais diversas e variadas reações. Certamente nem todos serão lembrados, sendo certo ainda que não comportam  reclamações tipo ‘time’ do Epaminondas, ‘time’ do Pelezinho. etc.

Gráficos, Ypiranga e Botafogo do bairro Santa Terezinha; Vila Isa, Alterosa, Ibituruna e Estrela do Mar, da Niterói valadarense; Volante e Tupinambás de nossos distritos; União e Santa Rita do bairro dos capuchinhos; Independente da JK; Tupã de Zé Borges e Badú; Santo Antonio da antiga Shell; Guarani do Altinópolis; a Desportiva; COAB do Conjunto Sir, Ponte Nova  e alguém ainda pode falar do Milionários; do  Vasquinho; do Estrela Negra. E…

…TÁXI do velho Maleiro; VERMELHO 27 do Messias; INTERNACIONAL da família trapo; Periquito do Buchecha; América/Remac; Associação Atlética Aparecida da Ilha; Coopevale Futebol Clube, Palmeiras do Mairson Siman; Bangú AC de Almir Lordes; Santa Helena de Joaquim Inácio; Evereste de César de Assis; Almirante Barroso da gloriosa Policia Militar, Juventus do Zé Rodinha; Cruzeiro da Av.Brasil; Esporte Clube do Rio Doce de João Rosa; C.A.Pastoril da baixada; o MUNICIPA L de muitos descontentes, sem falar no DEMOCRATA Pantera. E já tivemos  D.R. e Bancários.

Da vizinhança, em bons tempos, tivemos as companhias do Santa Cruz de Frei Inocêncio; do Marilac EC da mesma cidade; do timão do Bené de Jampruca; o Suaçuí de Mathias Lobato e do Tabajara de Alpercata, todos eles valorizando nossos certames oficiais. Davam muito trabalho…

O que temos nos dias de hoje? Um Vila Isa com seu patrimônio fragmentado; um Cruzeiro marcado por desconfianças e descartando interessante negociação com o Município; um Internacional com sérias dificuldades para se manter; um COAB distante lá para as bandas do SIR e um COOPEVALE com a indelével chancela de SERAFIM LEITEIRO, de ANISIO COSTA, seus coadjuvantes  e de seus sucessores, fazendo algo diferente, promissor mesmo.

É bem verdade que a entidade dirigente do Município em nada concorre para que o marasmo impregnado no futebol amador e varzeano de nossa cidade seja combatido e afastado, com a realização de competições futebolísticas que lhe cabem. Uma pena.

Os clubes ou os times se foram. Grandes dirigentes também. Incentivadores e motivadores, idem, idem. Campos e espaços para a prática do esporte das multidões não mais existem em quantidade mínima suficiente ou necessária.

Vale a pena registrar que o esporte é vida, que o esporte é saúde, que o esporte é educação? Que programas e projetos sociais de massificação esportiva, o futebol especial, devem fazer parte de uma boa política pública?

É chatice sim recordar a célebre frase de sua excelência Sebastião CARIOCA Nunes nos microfones das emissoras locais quando dizia que ‘Valadares é a cidade do já teve…’Tivemos sim, muita coisa boa, inclusive um deslumbrante e emocionante futebol amador e varzeano.

Assim com Zé Arnaldo, inúmeros outros da velha guarda gostariam de ver a volta de alguns de nossos clubes mais tradicionais nas acirradas disputas futebolísticas próprias do atleta amador, daquele que batalha a semana toda esperando  a manhã ou a tarde do domingo para colocar para fora toda sua ansiedade, seu estresse e…sua energia.


(*) Ex-atleta

N.B. – A Princesa do Vale perdeu nesta semana JORGE LUIZ DONDE, um de seus mais tradicionais personagens em todos os sentidos. Cidadão exemplar, agente político da  velha guarda, advogado militante e de uma religiosidade impar. Que o céu o tenha recebido.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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