[the_ad id="288653"]

Passado, presente… e o futuro?

Luiz Alves Lopes (*)

Nas décadas de 1960, 1970 e 1980 na antiga Figueira do Rio Doce, transformada em GOVERNADOR VALADARES por obra e graça do Governador Benedito Valadares ou de seus aliados e seguidores, o que não faltava era liderança, entusiasmo, movimentação, iniciativa e participação em várias modalidades esportivas, o futebol em especial. Por conseguinte, a rivalidade aflorava, a cobra fumava e a vaca tossia.

Até quase o final da década de 1960, com a Liga Amadora inativa, o VARZEANO corria solto graças à liderança marcante de MENDES BARROS e sua turma, que não era pequena – eis que se tratava de um ser humano ímpar sob todos os aspectos.

Coube ao próprio Mendes Barros, por volta de 1968, ressuscitar a LIGA AMADORA sob todos os aspectos, dando-lhe personalidade, credibilidade, confiabilidade e solidez, com muito bom trânsito junto ao  Departamento de Futebol Amador do Interior da Federação Mineira de Futebol. Tempos de ouro. Ah! Os Regionais… Os CERTAMES DE DENTES DE LEITE.

Em relação à legislação esportiva vigente à época no país – tempos do CND – Conselho Nacional do Desporto -, estar um atleta inscrito em uma Liga de Futebol Amador devidamente regularizada junto à FEDERAÇÃO  de seu estado, sintetizava e assegurava direitos claros e definidos. Por uma LIGA regularizada entende-se, dentre outras exigências, a elaboração e cumprimento mínimo de um calendário anual de competições.

É passada mais de uma década – repita-se, mais de UMA DÉCADA, que na terra que já teve o ciclo da mica, o da madeira, o da pecuária, o do dólar e que hoje exporta mão de obra barata para a terra do Tio SAM, o futebol amador não tem em funcionamento REGULAR sua entidade dirigente. Uma lástima! As poucas explicações não convencem. São por demais frágeis e inconsistentes.

LIDERAR. LIDERANÇA. Não é tarefa fácil. O líder sempre partilha, coloca seus pares em posição de co-responsabilidade. A formação de um líder exige inteligência, estudo, esforço, maturidade, equilíbrio, boa vontade, disponibilidade, humildade e outros requisitos.

Uma liderança positiva necessariamente precisa ser participativa para conquistar coisas boas, delas desfrutando. Ter sabedoria para afastar as maléficas ou mesmo inoportunas. Deve deixar-se questionar, sabendo que não é o dono da verdade. Trabalhar em equipe, delegando, acompanhando e apoiando. Escolher pessoas qualificadas para o mister.

Aos olhos do grande público – os críticos Tião Nunes e Beto Teixeira fazem uma falta danada -, permite-se concluir que não houve renovação de lideranças esportivas no futebol amador de Governador Valadares ou sua renovação teria sido minoritária, com estes últimos sucumbindo diante do poder dominante e acomodado. Esta parece ser a realidade atual.

E sendo assim, há mais de uma década, resta-nos os “Torneios do QUIEL” e os Torneios do Município, ambos muito bem-vindos, acompanhados de outros tantos promovidos por idealistas da urbe. CAMPEONATOS OFICIAIS, promovidos pela Entidade Dirigente, faz um tempão que não são promovidos e realizados.

Ficamos assim? Todos satisfeitos e acomodados vendo a banda passar? Não há alternativa alguma? Não vale a pena sequer tentar? O oposto de regular ainda é irregular? No momento em que a entidade dirigente não elabora, não aprova e não dá cumprimento a um calendário anual por inúmeros anos consecutivos não configura situação IRREGULAR?

Em cidades que não são poucas, criaram-se e funcionam LIGAS MUNICIPAIS DO DESPORTO, abrangendo mais de uma modalidade esportiva, normatizando-se os procedimentos de cada modalidade e promovendo o registro na Federação respectiva.

Despolitizar a LIGA de FUTEBOL AMADOR de Governador Valadares seria o primero passo. É querer demais? Se relacionar bem, de forma independente com os entes federativos (União, Estado e Município) é desafio para lideranças visionárias.

Quanto a uma LIGA plural na cidade, comporta estudos, reflexões e conversações. Alguém se propõe a puxar o debate? Ou é melhor deixar como está para ver com é que ficará?

O certo é que em um passado não tão distante tivemos na terrinha um futebol amador pujante, rico de valores – desportistas em geral que faziam a alegria do torcedor.  No presente que vivemos, sentimos uma ausência danada de competições futebolísticas oficiais, num marasmo de fazer dó.

E quanto ao futuro? O que nos está reservado  BOLIVAR ‘Magalha’? Lembrar de Tião Carioca Nunes e sua famosa frase de que “Valadares é a cidade do já teve?” é de se entristecer e de arrepiar.  Ah! Lideranças…


(*) Ex-atleta

N.B.- Momentos para reflexões sobre a vida mundana: Waldir ‘Baianinho’ Neves passa bem depois de ser hospitalizado e submetido à intervenção cirúrgica. Heyer José de Barros também entrando ou prestes a entrar na ‘faca’. E Thomaz, irmão de Vicentinho Saraiva e primo do Bacalhau, nos deixou, indo a encontro do PAI Celestial.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

Melhor lugar

🔊 Clique e ouça a notícia Neste mundo, estamos em constantes e frenéticas mudanças, sejam físicas, temporais ou espaciais. Desde muito tempo, ouvimos muitas frases, referentes a lugares onde estamos

A crise moral na pós-modernidade

🔊 Clique e ouça a notícia Vivemos em uma era marcada por profundas transformações culturais e sociais, onde a crise moral tem se sobressaído de maneira sutil, mas impactante. Em

Aprendendo mais sobre hackathons

🔊 Clique e ouça a notícia Se você está por fora do que é um hackathon, não se preocupe, porque hoje é o dia de entender como esse evento pode