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Nuvens escuras, porém passageiras

Luiz Alves Lopes (*)

O romantismo, o idealismo e o espírito olímpico marcaram, num passado razoavelmente distante, a história esportiva de Governador Valadares, em especial a do esporte das multidões, paixão maior de muitos que vão às raias da loucura e sofrimento.

Rabiscando despretenciosamente nos finais de semana, temos nos limitado, graças à memória que nos foi dada pelo Criador do Universo, a fazer registros históricos de disputas, acontecimentos, entreveros e coisitas mais inerentes à conduta humana em sociedade, especificamente  do mundo esportivo.

Não menos verdade que há histórias, há registros e acontecimentos que, vindo a público, em nada contribuiriam, a não ser para provocar constrangimentos desnecessários de alguns dos nossos e de outros atores que passaram pelo mundo esportivo da terra de Serra Lima. Que outros o façam.

As transformações advindas com a modernidade e a globalização, de que muitos se aproveitam, atingiram por aqui, em cheio, a vida de nossos clubes, de nossas associações e de muitas de nossas instituições. Modernidade? Oportunidade? Oportunismo? Ocupação de espaços? O cavalo teria passado arreado?

Para os menos informados, o registro de que, juntamente com um bando de não loucos, mas idealistas e sonhadores, admiradores de Serafim LEITEIRO e de  Anísio ‘encrenqueiro’ Costa, aportamos no Coopevale Futebol Clube em fevereiro de 1976 e nele ainda militamos, cientes de que a retirada está próxima, e não com a ‘pompa’ merecida do Imperador.

A gratificante e vitoriosa história esportiva do clube caminha para ser contada em livro, graças a Catuaba Tourinho, Hoberg Batata, Tim Filho e Túlio Reis Gomes, contando ainda com a efetiva participação de outros atores. O clube merece. Seus fundadores, muito mais.

Na última década, as administrações do clube do bairro São Paulo vêm sendo marcadas por procedimentos e condutas nem sempre republicanas, obscuras mesmo, tudo a partir do falecimento do então presidente Etiene Antônio Monteiro.

A venda do terreno do clube lá para as bandas do Belvedere, uma das muitas conquistas do presidente eterno Mauro Cruz, deixaram dúvidas e indagações, marcada que foi pela falta de transparência e clareza. O procedimento adotado não foi o recomendável.

Seguiu-se à construção das quadras cobertas, desacompanhadas de procedimentos mínimos exigidos por lei, como aprovação de projetos, recolhimento de tributos e averbações. Verdadeiramente, samba do crioulo doido.

Agora, o período administrativo 2.019/2.021, do qual fizemos parte, vem provocando calorosos debates, trocas de acusações, contratação de auditoria contábil e, provavelmente, ocorrerá a judicialização. Os ânimos estão acirrados.

0 clube está com grupo de gestores novos. Prometendo muito empenho, presença e trabalho que objetiva colocá-lo na vitrine de clubes formadores de jovens talentos, afora objetivos outros já bem delineados. Que haja a união de todas as correntes políticas que hoje existem no ‘verdão’ da Placedina Cabral.

O Coopevale Futebol Cube de Serafim Leiteiro, de Anísio Costa, de Adonis Lara, de Pedrão, de Zé Moura, de Lajão, de Levindo, de Etine Monteiro, de Moacir Trindade, de Birila, de Mauro Cruz, de Carlos Purger, de Lotinha Sobreira, de Lino Alves e de todos os ‘bandos’ de não loucos que o dignificaram e lhe deram títulos aos montões, merece ocupar páginas e horários enaltecendo suas virtudes e sua vitoriosa trajetória.

Mazelas e seus autores devem ser levantadas e apuradas com os rigores da lei e sob o manto da legalidade, respeitando-se o contraditório e ampla defesa. A carta do Doutor Ulisses apregoa o estado democrático de direito. O que isso representa? Qual o significado?

As atuais nuvens escuras e nebulosas que andam lá para as bandas da Placedina Cabral, não tenham dúvidas, são passageiras e não serão suficientes para interromper a gloriosa trajetória do ‘papão’ de títulos da cidade e região. Quando muito, proporcionarão reflexões que levarão à adoção de modernidade na gestão.

Finalmente, por questão de justiça, quando se fala de Coopevale FC, há de se registrar o envolvimento da Cooperativa do Leite em décadas passadas, oportunizando a construção do estádio, implantação da Escolinha, que é a coqueluche do clube, e muito mais.


(*) Ex-atleta

N.B. – Aproxima-se o último domingo de AGOSTO – dia 28 – e com ele, nas dependências do Coopevale Futebol Clube, na parte da manhã, duas interessantes palestras. A primeira será proferida pelo consagrado GERALDÃO e terá como público-alvo a criançada. A segunda, a cargo do ex-atleta e técnico de futebol José Ângelo Ferreira – o PRECA, será voltada para o boleiros e assemelhados da velha guarda. Oportunidade em que será oficializada a criação do Projeto Pingo D’Água. Vai ter macarrão na chapa, galinhada e música com Giacomini.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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