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No túnel do tempo

Luiz Alves Lopes (*)

A Federação Mineira de Futebol, filiada e subordina à Confederação Brasileira de Futebol – a CBF -, acaba de dar a conhecer o seu calendário futebolístico para o próximo ano e cuja novidade maior é o formato do campeonato de profissionais do módulo A, mais ou menos a cópia do campeonato paulista dos últimos anos.

Com seus doze (12) clubes divididos em três (3) grupos, e não havendo enfrentamento dentro do próprio grupo, conclui-se por uma participação mínima em oito (8)partidas, o que é muito pouco para quem mantém, planeja e “toca” futebol profissional nas Minas Gerais, no interior em especial. É o futebol de negócios que domina o mundo. Aqui não é diferente.

Décadas de 50, 60 e 70 por estas bandas e regiões próximas: um amadorismo forte, profissionalismo, profissionalismo  oficioso, amadorismo marrom etc, etc, etc. Dirigentes apaixonados e torcedores vibrantes e participativos.

Na vizinha Timóteo/Acesita, um tal de ACESITA ESPORTE CLUBE infernizava a vida de seus concorrentes, inclusive fazendo bonito em alguns campeonatos mineiros da primeira divisão. Já ouviram falar do estádio do Timirim? Dentre tantos, LÚCIO, um exuberante lateral-esquerdo, passou pelo Democrata Pantera sob o comando técnico de Jordan.

Sem falar no ano em que o clube do Vale do Aço, sob o comando técnico de Juquita José Lúcio, alcançou o acesso em memorável melhor de três disputada com o Democrata Pantera. 1×0 lá e 1×1 aqui. Que sofrimento!

Na terra das Palmeiras, de Ziraldo e de Agnaldo Timóteo, os ferrenhos Esporte Clube Caratinga – O Dragão – e o América Futebol Clube se faziam presentes nas disputas oficiais e oficiosas, fazendo um barulhão danado. Batizaram-nos de “charreteiros”. E ainda tinha o jornalista Flávio Anselmo, em BH, para infernizar nossas vidas. Era sofrido, mas era “bão”.

Em Teófilo Otoni, muito antes do Santo Antônio, os tradicionais CONCÓRDIA e AMÉRICA sempre deram um trabalho danado. Eternizados ficaram CATITÚ e CARUÊ como lendas maiores, muito embora o terreno sempre fértil em quantidade e qualidades. Para Teófilo Otoni exportamos Clayton Alan de Almeida Maciel, que foi e por lá ficou…

Ainda no Vale do Aço, IDEAL e SOCIAL, em Coronel Fabriciano, tiveram seus altos e baixos, enquanto que na rica e poderosa IPATINGA o Usipa teve o seu tempo de glória. Bons tempos em que a Usina mantinha tudo. Hoje não mais. Restou a história.

Na pequenina Inhapim reinou um tal de BOTAFOGO, dos tempos do goleio Miltão, do zagueiro Garoa, dos atacantes Nivrau, Neder e Nereu, o qual dava muito trabalho aos grandões de Valadares, Caratinga e região. Sem falar que também na mesma cidade teve seu tempo o FAIXA AZUL, que deu para o mundo futebolista valadarense o consagrado Cavaleiro Negro JOTA.

FLUVASAN, em Manhuaçu, e GRÊMIO, em Manhumirim, dois clubes de cidades muito próximas, rivalidade ímpar e com  ricas e  interessantes trajetórias no mundo do futebol. Há de se falar ainda do Ipiranga, também de Manhuaçu, fundado na década de 80 e com títulos importantes das terceironas e segundonas das Minas Gerais.

Nacional de Muriaé e a Tombense da pequenina Tombos, em décadas passadas, mantinham plantéis exuberantes e incomodavam seus concorrentes do andar de cima. Comumente exportavam seus craques para os mais poderosos. Pela “terrinha” muitos passaram. De onde mesmo veio Cocó? E o goleiro PEDROCA? E o zagueiro Jorge Figo?

Para as bandas praianas capixabas, NACIONAL de Resplendor e COMERCIAL de Aimorés incomodavam nas disputas dos antigos regionais, promovidos pelo jornal Tribuna Fiel, quando um tal de Clube Atlético Pastoril resolveu ser tricampeão. Do lado de lá da divisa, o COLATINENSE também fez e continua fazendo história.

Esporte Clube Carlos Chagas – O BORROLÓ -, Bueno de Nanuque, América de Tarumirim (do antigo craque Ronan, que veio para o Pastoril), Operário de Raul Soares (de onde veio Ziquita) e Volante de Mantena, dentre tantos outros, foram pujantes nas manutenções de grandes equipes futebolísticas do interior das Minas Gerais. Épocas de ouro na envolvente prática esportiva do futebol association. Época que passou e deixou saudades.

Tempos em que os nossos DEMOCRATA Pantera e PASTORIL Leão da Baixada eram grandes gigantes e reinavam na prática do apaixonante esporte que é o futebol. Clubes maiores do futebol nacional, com seus renomados craques, desfilaram nos estádios Armando Vieira e Magalhães Pinto (hoje Mamudão). Restou-nos a PANTERA. Uma pena!

Os rumos do futebol que o torna para poucos estão a desafiar estudos e formação de lideranças visionárias capazes de torná-lo viável em centros menores, proporcionando-lhes competir regionalmente. Quanto aos grandes, ou que querem ser grandes, a SAF aí está.


(*) Ex-atleta

N.B.- Dentre os humanos há aqueles que muito estudam, capacitam-se e, consequentemente, ganham dinheiro e acumulam riquezas. Há, também, pessoas que muito estudam e se capacitam, também ganham dinheiro e acumulam riquezas, porém aprofundam seus conhecimentos e entendimentos através do Direito Constitucional e Administrativo. Passam a entender, compreender, aceitar, enfrentar, transigir e aguardar…

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