[the_ad id="288653"]

Não deixe o samba (sonho) acabar…

Luiz Alves Lopes (*)

No vozeirão de ALCIONE em 1975, no hino e canção NÃO DEIXE O SAMBA MORRER – composição de Édson Conceição e Aloísio Silva – buscamos inspiração para este Papo de Boleiro. “não deixa o samba morrer, não deixa o samba acabar…, o morro foi feito de samba, de samba pra gente sambar…”

Se alguém é “imbrochável” neste país varonil e continental, certamente que o SAMBA é “imorrível” e se afigura como uma das nossas maiores riquezas musicais, culturais mesmo. Dá-lhe samba malandragem do bem! Sejamos orgulhosos de nossa riqueza.

Se com certeza o samba não pode acabar – e certamente não acabará -, não menos verdade dizer e lembrar que “é preciso sonhar, sonhar sonhos possíveis”. Lançar as redes em águas mais profundas objetivando alcançar frutos benéficos e alvissareiros. A boa nova.

“O tempo passa, torcida brasileira”. Esta foi a expressão marcante de Fiori Gigliotti, um dos maiores radialistas e locutores esportivos de nosso país, já falecido. Nas transmissões dos grandes clássicos do futebol brasileiro – paulistas em especial -, prendia o torcedor no radinho de pilha até que o espetáculo se encerrasse, culminando com outra expressão também inesquecível, qual seja, “fecham-se as cortinas e termina o espetáculo”.

O TEMPO passa, e como passa! São passados 17 anos em que, de forma despretensiosa, um pequeno grupo de pessoas do mundo esportivo valadarense, a maioria residindo em outras plagas e que aqui compareceu nos finais de ano, por ocasião dos festejos natalinos, buscou de alguma forma ENCONTRAR, AJUNTAR, AGLOMERAR E JOGAR CONVERSA FORA, colocando a fofoca em dia, porque ninguém é de ferro.

Nascia ali o Encontro de Ex-atletas e ex-Dirigentes Esportivos de Governador Valadares, agora sob o slogan de Encontro dos Desportistas Valadarenses, e que nos anos de 2020 e 2021 ocorreu não de forma presencial, mas que, neste 2022, volta a todo vapor, no dia 17 de dezembro, nas dependências do Coopevale Futebol Clube.

Mudanças ocorreram e continuam a ocorrer. Muitos dos nossos já não estão mais entre nós. Combateram o bom combate e estão hoje na companhia do PAI. Deixaram lembranças e saudades. E exemplos extraordinários como atletas que foram, dirigentes, árbitros, torcedores e simpatizantes dos esportes em geral, em particular do esporte das multidões.

O mundo embruteceu. E como embruteceu! Há frieza e indiferença. Cinismo, também. Desigualdades que revoltam. Há uma grande dívida social de que somos, também, devedores. Principalmente diante da omissão estatal.

O “boleiro” também é gente. Pensa. Tem sentimentos. Olha ao seu redor, constata, pensa e chora. Mas não para… segue adiante. Grita por socorro junto aos seus. E quais são os seus? Justamente os boleiros e seus seguidores.

A festa (O ENCONTRO) não é tudo. É apenas um detalhe. E dá trabalho… muito trabalho, inclusive incompreensões, que não são poucas. Fazer o quê, né Bolivar? Alguns se valem da força física, outros, cabeças pensantes, delas fazem uso.

O certo é que há UM SONHO plausível, visível e exequível. Há uma constatação de que muitos, muitos mesmos, na busca da dignidade talvez perdida na caminhada da vida, carecem, precisam e fazem por merecer UMA MÃO ESTENDIDA.

Quem sabe “um par de óculos”, quem sabe uma “dentadura”, quem sabe uma “assistência jurídica” para exercitar direitos, quem sabe uma “consulta médica”, quem sabe o “aviamento” de uma receita médica, quem sabe “uma cesta básica”, quem sabe… quem sabe…

Para as demandas existentes e conhecidas, há necessidade de pessoas/voluntárias, comprometidas e dispostas a minimizar a dor e o sofrimento do próximo, de muitos dos nossos, de muitos daqueles com quem competimos nos campos e quadras valadarenses.

Há pessoas, naturalmente boas, que dormem serenamente todas as noites porque despertam todos os dias com o coração aberto, onde a fé e a esperança conversam com vontade inabalável de construir um mundo melhor.

Há pessoas que se alimentam de SONHOS, porque pensam torná-los realidade. Quando a cidade dorme e nas ruas vazias nada mais se vê, essas pessoas acordadas meditam com sabedoria e esperança de um amanhã diferente, que traga momentos mais próximos de sua paz.

Continuemos SONHANDO, na certeza de que o Pingo D’Água vai dar certo e que inúmeras pequenas ações solidárias ocorrerão. Assim como o samba, lutemos também para que nossos SONHOS não morram.


(*) Ex-atleta

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

Melhor lugar

🔊 Clique e ouça a notícia Neste mundo, estamos em constantes e frenéticas mudanças, sejam físicas, temporais ou espaciais. Desde muito tempo, ouvimos muitas frases, referentes a lugares onde estamos

A crise moral na pós-modernidade

🔊 Clique e ouça a notícia Vivemos em uma era marcada por profundas transformações culturais e sociais, onde a crise moral tem se sobressaído de maneira sutil, mas impactante. Em

Aprendendo mais sobre hackathons

🔊 Clique e ouça a notícia Se você está por fora do que é um hackathon, não se preocupe, porque hoje é o dia de entender como esse evento pode