[the_ad id="288653"]

Luzes, sim! Trevas, não!

Luiz Alves Lopes (*)

Nas distantes AUSTRÁLIA e NOVA ZELÂNDIA se desenrola mais um campeonato mundial de futebol feminino, no qual o nosso país mais uma vez se fez presente e que, ao contrário do que se esperava, não passou da primeira fase classificatória. Faz parte! Nada de anormal.

O futebol – esporte das multidões – não é uma ciência exata. Esclareça aí, Bolivar! Numa competição pode-se ganhar, perder ou mesmo empatar. Em competições “relâmpagos”, de tiro curto, de curta duração, de cunho eliminatório, tudo é possível; imprevisível mesmo. Vide Libertadores, Copas Europeias, Copa do Brasil e similares.

Inimaginável e inaceitável na atualidade, a célebre frase do Barão de Coubertin, em 1.908, por ocasião dos jogos olímpicos de Londres – “o importante é competir”. Com o passar dos anos o ideal e o espírito amadorista foram desaparecendo, dando lugar a uma transformação draconiana e perversa no esporte em geral; no futebol em especial. Danem-se os menores!

Evolução 

Quantitativamente e qualitativamente, o mundial feminino, prestes a se encerrar, mostrou a evolução do futebol feminino em todo o mundo, apresentando resultados por muitos não esperados, afora equilíbrio entre os competidores. Jogos decididos em pequenos detalhes.

E foi por alguns senões ou pequenos detalhes que a seleção brasileira não passou da primeira fase. Sobre as atletas, comissão técnica e dirigentes choveram e continuam a chover as mais variadas críticas e comentários não republicanos, originários de uma considerável parte da mídia brasileira. Há um bando de desclassificados buscando audiência de forma irresponsável, atirando para todos os lados.

São passadas algumas décadas em que em pavilhão coberto com lona, espetáculo circense anunciava, como parte do espetáculo, o início de torneio de futebol feminino por moças integrantes da empresa proprietária da companhia. Eram as primeiras referências ao futebol  feminino em nosso país. Era parte do espetáculo, nada mais. Fato ocorrido no Rio de Janeiro.

Os menos avisados talvez não saibam que a prática do futebol feminino em nosso país chegou a ser visto e tratado como caso de polícia. Por mais de quatro décadas estiveram elas excluídas da prática do esporte, que é a paixão nacional.

Através do Decreto 3.199, de 14 de abril de 1.949, foi escrito que “às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional do Desporto baixar as necessárias intimações”.

Ainda que cessada a proibição em 1.979, muitos anos se passaram para que o futebol feminino se organizasse minimamente, com disputas regulares de campeonatos. 

Descaso 

Quase sempre faltaram interesse e apoio por parte dos clubes, dirigentes e confederações. Sempre houve descaso e falta de profissionalismo no tratamento a elas dispensado. Sem falar em outros constrangimentos ou mesmo situações indesejáveis. Precisa registrar?

O que a RAINHA MARTA, FORMIGA e um respeitável grupo de notáveis guerreiras em todos os sentidos fizeram pelo futebol feminino de nosso país, dando-lhe visibilidade, respeito mundial e, sobretudo, abrindo portas para as novíssimas que aí estão, há de ser reconhecido e motivo de orgulho para todos nós. Vencedoras, sim!

No contexto atual há de se refletir ainda sobre o trabalho da treinadora atual, a simpática sueca PIA SUNDHAJE, cuja proposta de renovação reclamada e implementada, ocorreu. O imediatismo tão presente no futebol brasileiro deve ser repensado e abortado.

Portanto, a seleção brasileira de futebol feminino representa, sim, luzes para muitas jovens brasileiras que buscam na prática esportiva uma melhor condição de vida. As trevas vistas ou desejadas por alguns poucos serão apenas pequenos pesadelos. Que os Anjos digam amém!


(*) Ex-atleta

N.B.1 – No dia 26 deste vigente mês de agosto, nas dependências do COOPEVALE, o projeto Pingo D’Água estará promovendo ação social pela passagem do Dia V – DIA DO VOLUNTARIADO. Abertura da II Exposição de Fotos do mundo esportivo valadarense, em conjunto com a Secretaria Municipal de Cultura, e sorteio de prêmios por meio eletrônico fazem parte da programação.

N.B.2 – E  a arbitragem em nosso país continua dando o que falar! Não há critério ou mesmo padronização. E o tal do VAR, tido como salvação da lavoura, também tem feito coisas do arco da velha.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

‘I have a dream’

🔊 Clique e ouça a notícia Não importa se parodiando Martin Luther King ou o grupo ABBA. “Eu tenho um sonho”, de magnitude ímpar, se coaduna com caminhadas terrenas de

Máfia e Loucura

🔊 Clique e ouça a notícia Não se pode negar de maneira alguma que os times do Atlético mineiro e do Cruzeiro são dois gigantes do futebol brasileiro, e como