(*) Luiz Alves Lopes
Quarentena imposta pelo Covid-19 permite e proporciona momentos e oportunidades para reflexões as mais diversas. Lembranças, filmes e passagens pitorescas vêm à memória.
Paulinho Hilel, que já foi “catuaba”, alimenta-nos de vídeos, fotos, passagens e histórias interessantes, ainda que algumas tristonhas por excelência. A última delas relatando e retratando o final da passagem de PERIVALDO – “o Perí da Pituba“, pelo mundo de Deus, passageiramente ocupado por humanos.
O texto referenciado registra e ilustra que Perivaldo, saindo da “boa terra” e destacando-se no Botafogo de Futebol e Regatas da cidade que já foi maravilhosa, transferiu-se posteriormente para a Sociedade Esportiva Palmeiras, onde trombou com Rubens Mineli e não se deu bem.
Resumidamente, teria acreditado que se daria bem em Portugal e para lá se mandou, porém, tal não ocorreu. Por lá ficou e acabou como “pedinte” de rua. Acidentalmente descoberto e identificado por humorista de nome Nilton Rodrigues, teve resumo de sua história vinculado a algum órgão de imprensa e tal notícia acabou chegando a seu país de origem, dando conta de seu infortúnio.
Contou, dentre outras, com a decisiva participação de Alfredo Sampaio, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio de Janeiro para seu retorno ao Brasil, e, acolhido no mesmo Sindicato, nele trabalhou durante três anos, vindo a falecer em 2017. Triste história de quem chegou à Seleção Brasileira. Mais um retrato de integrante do mundo da bola que não soube se cuidar. Deslumbramento desmedido, que quase sempre conduz ao “fundo do poço”, o que ainda ocorre em percentual elevado.
ROMÁRIO – aquele do Tetra, controvertido e atrevido – entrou para a vida púbica. Virou vidraça. Nos dias atuais está senador da República. Recentemente ocorreu (ou sofremos) a Reforma da Previdência.
Sabidamente curta é a carreira de um atleta de futebol profissional. No Congresso Nacional há bancadas para todos os gostos, até “bancada da bala” (não se trata de bala doce). Não se sabe ou se tem conhecimento de que o “baixinho” tenha feito algo ou mesmo lutado para melhorias de sua classe. Uma pena! O final de vida terrena de um atleta profissional, em percentual altíssimo, é triste e constrangedor, muitas vezes levado ao abandono. É preciso que algo seja feito na base, na formação.
Osvaldo Silva de Almeida é pessoa pouco conhecida. Quando se fala em ZADO, vem à mente a figura serelepe de um “baixinho” chato que se atreveu a ser centroavante. Tem baixinho que não é chato Bolivar? Zado teve passagem pelas divisões de baixo do Cruzeiro de BH e, retornando à terrinha, fez parte daqueles “times” chatos do Coopevale. Aposentado da CAIXA e dando uma trégua na atividade de corretor de imóveis, curte e anda mais pela zona rural.
De ZADO uma das páginas mais tristes de nosso futebol amador quando, em jogo entre CELESTE e COOPEVALE, na cidade e terra das jaboticabas, juntamente com o árbitro Wilson Henrique (Zé Nilton), foi agredido fisicamente, espancado e sofreu fraturas, tudo documentado pela câmera do “sumido” fotógrafo Amaral. As fotos são chocantes.
Terríveis eram os duelos do Esporte Clube Democrata quando tinha pela frente o ESPORTE CLUBE CARATINGA. Em especial na década de 70, quando CACAU, FIFI, ZEZÉ, ALTAIR, VERMELHO, ALEMÃO, ARI e cia defendiam o “Dragão”. Certa feita, por ocasião de mais um clássico marcado para a “terra das Palmeiras”, o clima estava para lá de hostil. No microfone da RPUMM, ele, o poeta maior, botava lenha na fogueira. A alternativa encontrada foi “preparar” uma bela corbelha de flores e fazer uma homenagem ao FIFI antes do jogo. Espíritos desarmados, tudo correu bem. A gente (a Pantera) tinha Roberto Felipe e Wellington. Adivinhem quem venceu a partida?
“Catuaba” tem nos impostos algumas coisas semelhantes a videoconferências. Recentemente, em uma delas, procedidas as chamadas, apareceu na tela MÁRIO LÚCIO LUÍS DE MEIRA – ou simplesmente Mário Lúcio -, aquele que fez parte da história de 1975, quando o Democrata participou pela primeira vez do Campeonato Mineiro da categoria infantojuvenil, correspondente a juvenil, nos dias atuais.
Sob o comando técnico de Weliton “Kolinos”, fez companhia a Márcio Chisté, Fausto Rosa, Rogério Brasil, Santiago, Ricardo Sabino, Arnaldinho, Daniel, João Bosco, Wagner BOB e tantos outros. O time de infanto deu liga e a campanha foi muito boa.
Posteriormente defendeu, também, o Coopevale Futebol Clube, onde conquistou inúmeros títulos. Transferindo residência para VIRGINÓPOLIS, tornou-se ídolo do Celeste daquela cidade. Mário Lúcio soube se cuidar. O tempo passou. Hoje, orgulhosamente aposentado do TJMG, curte a família e a vida na terra das jaboticabas. Detalhe: sem o vistoso e tradicional bigode e com pouca telha. Coisas da vida.
Em outro vídeo, aparece nada menos do que Rogério Márcio Lopes, ou “Rogerinho Cachaça”, como queiram. Está “ali” nos EUA, passados anos que não são poucos. De Rogerinho e sua “turma”, ou de parte dela, vem a lembrança dos bons tempos do COLÉGIO IBITURUNA, das exaustivas disputas dos JECI’s e também do Coopevale Futebol Clube, onde fez parte do esquadrão comandado por Gerílio Nunes – leia-se BIRILA. Tempos de ouro. Tempos que deixaram saudades. Papo agradável. Boas recordações. Esse tal de Covid-19 tem provocado situações até então inimagináveis. A quarentena continua…
(*) Ex-atleta
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