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Ele: Rubens D’Oliveira, o Rubinho

Luiz Alves Lopes (*)

Algumas décadas são passadas em que a outrora princesa do vale tinha, dentro de inúmeras de suas riquezas, uma intensa movimentação e prática esportiva especializada, com destaques  para o basquetebol, o voleibol, a natação e o então futebol de salão, que virou futsal.

Colégio Presbiteriano à parte, com sua simplória quadra cimentada e cuja entrada se dava pela rua Prudente de Morais; quadra do Colégio Ibituruna, a primeira a ser coberta; quadra do Ilusão Esporte Clube onde hoje funciona o SINSEM; e quadra também cimentada na Praça de Esportes, nos tempos em que ela era do domínio do Estado movimentavam o especializado.

Diante  de tantas rivalidades existentes, o futebol de salão marcou época com um representante valadarense participando anualmente do Campeonato Mineiro de Futebol de Salão do Interior, precedido de ferrenha seletiva/eliminatória entre os pretendentes locais.

Registrados na FMFS – Federação Mineira de Futebol de Salão -, Ilusão Esporte Clube – o primo rico – e o Figueira Tênis Clube – o primo pobre da Praça de Esportes – se digladiavam anualmente na disputa da única vaga disponibilizada. A vaca tossia e a cobra fumava…

A história registra a gloriosa conquista do Ilusão Esporte Clube em 1960, em pleno ginásio do Minas Clube, na capital do estado, tornando-se o primeiro campeão mineiro de futebol de salão do interior. Paulinho Viana, goleiro fenomenal e ainda entre nós, pode melhor contar a maravilhosa conquista.

Em meados da década de 60, uma situação curiosa passou a ocorrer, quando das eliminatórias valadarenses para a definição de seu representante no interiorano salonista. O futebol de salão do Colégio Presbiteriano, muito bem organizado e conduzido – leia-se Professor Paulo Márcio Cabral e Alcino Heringer -, passou a ser o fiel da balança.

Recrutado anualmente, vez no Ilusão, vez no Figueira, normalmente se tornava vencedora da eliminatória a esquadra servida pelos salonistas do PRESBÉ (está difícil recepcionar Presbi), juntamente com seu staff. O plantel era muito bom, numérica e qualitativamente.

Em um dos muitos períodos de ouro da Praça de Esportes – foram tantos -, nomeado pelo Governo do Estado, à sua frente, como gestor, esteve a figura do inspetor do Banco do Brasil S/A, Rubens d’Oliveira, conhecidíssimo por RUBINHO.

De fino trato, elegante, bem relacionado, entusiasmado e envolvente, o dirigente em referência dispensou ao futebol de salão do Figueira Tênis Clube atenção especial, sonhando em trazer para Valadares mais um título salonista do interior. Ficou no quase.

Em 1967 a queda se deu na semifinal diante de um poderoso Huracan de Sete Lagoas, com consequências outras que merecem o relato de Paulinho Dutra, diretamente da Austrália. Restou-nos um honroso 3º lugar.

No ano seguinte sucumbimos diante de um Uberlândia Esporte Clube em noite que nada deu certo. Eramos melhores, mas caímos. Coisas do esporte, certo, doutor Gilberto Boechat?

Sob olhares desconfiados dos adversários, Rubinho sabia, e muito bem, receber e recepcionar as autoridades da FMF (árbitros, mesários e representantes), que aqui compareciam anualmente por ocasião das eliminatórias salonísticas. Sabia ser simpático e angariar simpatia. Os frutos sempre foram muito bons.

Há homens que não se parecem com outros homens; são diferentes e até se tornam esquisitos neste mundo onde a violência é tão natural e aceitável, onde se vive uma realidade de dor, de vazios que não são ocupados, de valores desajustados, sem lugar para os sonhos, sem espaço para amar.

Há homens naturalmente bons, que dormem serenamente todas as noites porque despertam todos os dias com o coração aberto, onde a fé e a esperança conversam com vontade inabalável de construir um mundo melhor.

Assim foi Rubens d’Oliveira, o Rubinho do Banco do Brasil, o Rubinho da Vitinha, o Rubino do ECC, o Rubinho do Grupo PANELÃO, o Rubinho do Ilusão, o Rubinho da Praça de Esportes, o Rubinho amigo de todos. Enfim, o Rubinho que deixou saudades no esporte especializado valadarense.


(*) Ex-atleta

N.B.- Nossos atletas profissionais de futebol, integrantes das comissões técnicas, nossos dirigentes esportivos e nossos árbitros vêm adotando condutas e procedimentos reprováveis, excessivos e destemperados, manchando a qualidade dos espetáculos futebolísticos. Para piorar ainda mais, surgiram os comentaristas de arbitragens que enrolam, enrolam e só falam depois do repeteco. Ufa!!!

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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