Dívidas com cartão de crédito batem recorde na pandemia

Foto: Divulgação

Consultor financeiro de Valadares orienta consumidores a realinharem as despesas

A crise gerada pela pandemia do novo coronavírus aumentou o índice de endividamento no Brasil. Segundo levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o primeiro semestre deste ano encerrou com um percentual de 69,7% das famílias brasileiras com alguma dívida, em atraso ou não. Este é o maior patamar de endividamento familiar da série histórica de sua pesquisa, iniciada em 2010. As dívidas com cartão de crédito bateram recorde, aparecendo como principal fonte de endividamento para 81,8% do total. O orçamento das famílias na pandemia de covid-19 é um dos principais motivos da inadimplência.

De acordo com Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da CNC, o percentual de inadimplentes, ou seja, pessoas que têm contas ou dívidas em atraso, ficou em 25,1% em junho deste ano, acima dos 24,3% do mês anterior, mas abaixo dos 25,4% de junho do ano passado. As famílias que sem condições de pagar suas contas passaram de 10,5% em maio para 10,8% em junho deste ano. Em junho do ano passado, o percentual era de 11,6%.

De acordo com o consultor financeiro Décio Pessoa, compras feitas no cartão de crédito em excesso precisam ser evitadas. Caso a fatura esteja alta, é bom ter uma reserva de emergência. “Mas no Brasil não é comum as pessoas fazerem reservas de contingência/emergência. A pandemia, o aumento de preços, desemprego e o gasto maior que a receita fazem com que esse endividamento aumente. Neste momento as famílias precisaram escolher: contas básicas (alimentação, água e luz) ou a fatura do cartão de crédito. Foi “abandonado” o pagamento de contas não urgentes. O valor do alimento também aumentou muito, e um valor que era destinado a outras contas, teve de ser utilizado para as compras de casa”, explicou.

De acordo com o consultor financeiro Décio Pessoa, o consumidor precisa realinhar as despesas nesta pandemia

Os motivos do aumento do endividamento são vários: aquela compra feita no calor do momento para aproveitar a promoção; a falta de pagamento ou o pagamento do valor mínimo do cartão; o crédito rotativo com juros que vão sendo acumulados e cobrados pela operadora do cartão, entre muitos outros. Segundo Décio, o ideal é mudar hábitos e controlar as despesas. “É preciso realinhar as despesas de acordo com as entradas da casa. O velho ditado popular que mais funciona é: o cano da entrada tem que ser mais largo do que o da saída. Outra orientação: as compras não prioritárias devem ser evitadas. Deletar aplicativos de compra por impulso como fast food e outros para evitar gastos de impulso. Se for precisar comprar algo, pesquise e pense antes de efetuar a compra”, orienta.

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