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Da porta para fora tem problemas emocionais sim e “alerta” na estrutura psicológica no trabalho

Dileymárcio de Carvalho (*)

A antiga frase “do serviço para dentro, eu preciso esquecer meus problemas”, nunca foi uma postura emocional saudável. E a exigência desse comportamento não é só das organizações. Profissionais realmente acreditam que essa seja a melhor postura profissional que se pode ter. A grande questão, é que nosso cérebro e nossa estrutura emocional trabalham juntos.

Toda vez que forço “deixar tudo lá fora para concentrar aqui dentro do trabalho”, eu estou enviando para o meu cérebro comandos de confusão e repressão. Ainda que eu precise ser produtivo e dedicado e, um “problema familiar”, por exemplo, “não poderia tirar o meu foco”, mas não é assim que a nossa estrutura psíquica entende.

Assumir que não está tudo bem por situações que vivo fora do trabalho não pode ser visto pela empresa como “já vi o que vai acontecer por aqui: a produtividade vai cair”. E sendo franco, vai mesmo e precisa cair porque estou diante de um ser que é integral. Então, qual o caminho, tanto para empresas como para profissionais?

Primeiramente passa por abrir no ambiente organizacional a busca pelo cuidado psicológico de todos. O trabalho é para muita gente sua maior expressão psicológica, e quando essa é uma realidade, isso significa que a pressão psicológica externa, impacta sim mais no trabalho que as próprias circunstâncias externas.

Mas não podemos esquecer de que “eu sou eu e as minhas circunstâncias”. O que identifico nos meus clientes em sofrimento externo potencializado no trabalho é justamente a não valorização e reconhecimento por parte da empresa da vida emocional externa. Essa pressão é adoecedora.

Então, temos também dois enfrentamentos a fazer: o primeiro passo é o autoconhecimento emocional que me dê a dimensão exata do meu “eu emocional” em seus diversos papeis. Explicando melhor: eu preciso mesmo ter sentimentos e emoções diferentes para situações externas ao trabalho e principalmente diante de conflitos. E que sim, elas vão impactar meu estado psicológico no trabalho e a minha produtividade, e os meus relacionamentos no trabalho serão sim afetados. E como parte do enfretamento, se conhecendo psicologicamente, é preciso deixar bem claro, não os motivos, mas com o que estou enfrentando, não posso viver a pressão emocional de manter a minha estabilidade de sempre nas minhas rotinas e atividades.

E para empresa? Está tudo bem! Porque esse profissional já deve ter demonstrado que sua entrega por meio de habilidades e competências o faz ser de fato profissional. A empresa saudável emocionalmente não faz cobranças de pressão psicológica. E se a situação se prorroga muito, a empresa com uma cultura de “segurança psicológica” vai agir com respostas saudáveis emocionais, para que tudo passe em condições de apoio psicológico. 


DILEYMÁRCIO DE CARVALHO- PSICÓLOGO CLÍNICO COMPORTAMENTAL- CRP: 04/49821
EMAIL:  contato@dileymarciodecarvalho.com.br

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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