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Conversas com um visionário sonhador!

por Luiz Alves Lopes (*)

Em mais um início de ano marcado por enchentes que provocam destruições, mortes, prejuízos e que, ao passarem, acrescem as mazelas e demandas a cargo dos municípios atingidos, vem à mente a lembrança de um visionário sonhador que viveu na cidade que já foi tida e havida como Princesa do Vale, e que hoje, um tanto quanto envelhecida, enfrenta graves e desafiadores problemas em sua infraestrutura.

Nesta terra, que também tem palmeiras e sabiás cantando, bem traçada por José de Serra Lima, que já teve ciclos importantes para seu desenvolvimento, e que, dentre os quais, podemos citar madeira, mica, pecuária, dólares etc, tivemos pioneiros que não foram poucos e outros tantos que, valadarenses não sendo, por ela lutaram, brigaram e muito fizeram.

Dentre tantos, Valadares teve seu Roberto Marinho. Sim! Privilegiados fomos em inúmeras fases da vida – esportiva, religiosa, pública e privada – em conviver com a figura marcante de Édson Gualberto de Souza.

Mas de qual Édson falamos? De vários. De Inúmeros. Daquele iniciante na mídia valadarense. Daquele diretor de emissora de rádio! Daquele Secretário Municipal dos tempos de Ruy Moreira! Daquele Vice-Prefeito da era Mourão! Daquele Presidente da Associação Comercial! Daquele Diretor-Presidente do Sistema Leste de Comunicação! Daquele integrante do Encontro de Casais com Cristo (ECC)! Daquele… Daquele… Paremos por aqui!…

Lá para as bandas da rua Mato Grosso, no bairro de Lourdes, onde moravam sogro e sogra de Édson Gualberto – senhor Jair e dona Jacira, por onde também éramos frequentes, por anos e anos, sentados no meio-fio e na calçada, o papo rolava, não faltando assuntos: políticos; o tão sonhado bondinho para a Ibituruna; ver o estádio do Democrata avançando por cima da rua Ana Neri; construção de um Estádio Municipal para 20.000 torcedores; ver o Democrata Pantera na elite do futebol brasileiro; melhor utilização e exploração do alto da Ibituruna; ver o surgimento de uma Nova Rodoviária; chegada de uma Faculdade de Medicina na cidade; uma Açucareira totalmente remodelada etc, etc, etc.

Poucos conheceram o lado simples e brincalhão de Édson Gualberto. Aos amigos e aos que lhe eram caros carinhosamente, a cada um, chamava de “sócio”. Alegre, descontraído e solidário, era extremamente obcecado por suas ideias e projetos. Sonhava em ver Valadares se transformando em uma metrópole. Sabia argumentar, convencer e envolver outros mais em suas ‘empreitadas’.

Visionário como poucos, sabia e pregava, para quem quisesse ouvir, que empresa alguma viria aportar em Valadares simplesmente pela cor dos olhos de seus gestores/mandatários. Pregava e cobrava um aeroporto decente, uma boa segurança pública, exemplar rede hoteleira, melhorias e ampliação na parte educacional e lideranças de mentes sadias.

Ao ver e relembrar, ainda que por pouco tempo, o Ipatinga Esporte Clube na elite do futebol brasileiro, roía as unhas, mudava de cor e esbravejava: “Inaceitável! Este lugar é nosso! Somos a cidade-polo da região Leste! Temos que reagir!”

Quando o Democrata Pantera, em algumas oportunidades, teve que se abdicar do direito de enfrentar alguns grandes no Mamudão, em virtude da capacidade de público, punindo assim o torcedor valadarense, exaltado nosso visionário falava e pregava uma ampliação do Estádio Mammoud Abbas, com a engenharia projetando e avançando a parte superior das arquibancadas da rua Ana Neri, dando novo formato ao estádio. Era viável…

Das mais arrojadas e persistentes foram suas demarches para que Governador Valadares tivesse um estádio – municipal ou não – com capacidade para 20.000 torcedores, afora espaços os mais diversos para inúmeras outras atividades e realizações. Quem teve acesso ao projeto pôde constatar sua grandiosidade e modernidade. Mas…

Parceiro de Toninho Coelho – outro sonhador  -, achava e entendia que a Açucareira era [e continua sendo] uma de nossas maiores maravilhas, merecendo atenção, cuidados e investimentos, objetivando sua restauração. Cartão-postal, dizia.

Desafios, demandas e estudos para a melhoria de Valadares e de sua gente, sempre tiveram em Édson Gualberto – não importando momentaneamente o cargo ou função por ele desempenhada ou exercida – um aguerrido e entusiasmado líder e parceiro na busca de soluções.

Quantos projetos! Quantas ideias! Quantos sonhos e quanto entusiasmo e manifestações de vontade por parte do homem simples que aqui chegou, viu e venceu! Que com denodo e muito trabalho, ao lado dos seus, fez surgir o Sistema Leste de Comunicação!

Ah! Saudades das inúmeras e palpitantes conversas na rua Mato Grosso, no bairro de Lourdes, sentados na calçada ou mesmo no meio-fio, ouvindo do ‘sócio’ coisas próprias de um grande gestor. Saudades, viu sócio!…

(*) Ex-atleta

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