Com hospitais lotados, Prefeitura admite interesse em utilizar estrutura do Hospital São Vicente

A Prefeitura informou que estuda a viabilidade de utilizar a estrutura física do Hospital São Vicente para desafogar o Hospital Municipal

Governador Valadares atravessa seu pior momento na pandemia do novo coronavírus. Não há mais vagas de leitos de UTI Covid disponíveis no SUS ou na rede privada. Até o momento, já são 662 óbitos e 18.126 casos confirmados. A necessidade de mais espaço para atender a alta demanda de pessoas infectadas se mostra cada vez mais evidente no município.

Na segunda-feira (23), o vereador Cabo Amorim (PSDB), através de ofício encaminhado ao Poder Executivo, pediu a “reabertura imediata” do Hospital São Vicente de Paula (HSVP), para auxiliar o Hospital Municipal nos atendimentos, no combate ao coronavírus.

Em nota ao DRD, a Prefeitura, através da assessoria de comunicação, informou que o “Município vem estudando a viabilidade operacional e jurídica de utilizar a estrutura física do Hospital São Vicente, a fim de desafogar o Hospital Municipal. Tão logo a análise seja concluída, será divulgada”.

Autor do oficio, o vereador Cabo Amorim disse que “cada dia que passa o Hospital Regional vai ficando cada vez mais lotado. Para fazer um hospital de campanha neste momento o investimento é muito alto. A gente sabe que o Hospital São Vicente está fechado, mas tem estrutura suficiente para atender o público, pelo menos atendimentos de casos leves. Assim, desafoga um pouco o Regional e outros hospitais. A estrutura física está lá e pronta para ser usada. A Prefeitura deveria aproveitar isso. Por isso apresentei esse ofício, e espero que respondam à minha demanda”, disse.

Cabo Amorim apresentou ofício na segunda-feira (23)

No segundo semestre de 2020 o Hospital São Vicente perdeu o credenciamento para atender pacientes em convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), devido a irregularidades fiscais e sanitárias. No início deste ano, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Governador Valadares (Sindes-GV) revelou ao DRD que temia pela falência do hospital, devido as dificuldades financeiras, atrasando FGTS, INSS, pagamento, férias e décimo-terceiro dos trabalhadores, culminando em uma dívida que gira em torno de 25 milhões. Além disso, cerca de 50 ex-funcionários ainda aguardavam na época o pagamento, após rescisão de contrato.

Administração do HSVP apoia reabertura

A equipe de reportagem do DRD esteve nesta tarde (24) no Hospital São Vicente, mas as portas estavam fechadas. O DRD tentou entrar em contato com um dos administradores do HSVP, o ex-vereador e ex-vice-prefeito Dr. Luciano de Oliveira e Silva, para saber se ainda ficou para trás alguma pendência administrativa. Dr. Luciano afirmou que, embora não consiga reativar o hospital, o espaço está a “disposição do município”.

“Agradeço o interesse dos vereadores em tentar ativar o São Vicente. Já estamos em negociação com o Município há algum tempo. Já falei isso para a Secretaria Municipal de Saúde e a Procuradoria Geral do Município. Temos lá 50 leitos, que podem ser usados neste momento difícil; temos camas e macas. Estamos procurando uma solução para o São Vicente ajudar Valadares, e que isso ocorra rápido”, disse.

Hospital São Vicente, o mais antigo de Valadares, segue de portas fechadas

Necessidade de mais hospitais

Em Valadares, o Hospital Municipal e o Hospital Bom Samaritano são os únicos hospitais de atendimento SUS/Covid no município. Ao todo, foram abertos 58 leitos de UTI, mas já estão ocupados.

Na rede privada, os hospitais também estão com sua capacidade esgotada para leitos UTI/Covid. Com ofertas mais limitadas de leitos, cidades do interior estão recorrendo à outras unidades, fora de Valadares, para conseguir atender os pacientes.

Para descentralizar os atendimentos na Policlínica central, a Secretaria de Saúde disponibilizou semana passada o atendimento precoce contra a covid-19 em 25 postos de saúde no município. A medida foi para diminuir a alta procura de atendimento no HM e na Policlínica. Apenas casos moderados a graves serão encaminhados para a Policlínica.

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