[the_ad id="288653"]

Brasiliano e que calor!

FOTO: Sion Pics/Freepik
Crisolino Filho (*)

O articulista Stephen Kanitz escreveu certa vez um artigo interessante, mostrando a diferença entre as palavras BRASILEIRO e BRASILIANO. Ele diz que durante 500 anos fomos enganados, que esconderam de nós um dado importante. Que disseram e continuam a dizer que somos cidadãos brasileiros; nem todos, é claro!

Escreve ele: “Esconderam todo esse tempo o fato que o termo BRASILEIRO não é sinônimo de cidadania, e sim o nome de uma profissão. Brasileiro rima com padeiro, pedreiro, engenheiro, ferreiro, enfermeiro, etc. BRASILEIRO era a profissão daqueles portugueses que vinham para o Brasil, ficavam alguns meses e voltavam com o ouro, prata e madeira, tiravam o que podiam, sem nada deixar em troca”.

Na nossa modesta opinião, o articulista tem razão. Ao contrário do que os irlandeses fizeram nos Estados Unidos, nossos colonizadores não aportaram por aqui com a ideia de criar uma grande nação. Vieram, criaram as Capitanias Hereditárias, distribuíram terras a poucos apaniguados improdutivos, escravizaram, cobraram altos impostos e foram embora. Qualquer semelhança com os dias atuais será mera coincidência?

Nos deixaram muitas influências boas, mas um país de baixa personalidade, apesar dos avanços e de seu razoável desenvolvimento. Ainda presenciamos uma era em que, toda boa referência em tecnologia e universidades de ponta têm de ser buscadas na Europa, EUA ou Japão.

E como o país precisa se organizar melhor, vivemos sob a influência de políticos de conteúdo duvidoso, de papagaios de pirata, de enganos e superlativos descartáveis.

Kanitz avalia, ainda, que “BRASILEIROS não veem o Brasil como uma nação, mas uma terra a ser explorada”. São esses BRASILEIROS que se transformam nos corruptos de amanhã; são os que sonham com a “boquinha pública ou privada”; pensam em levar vantagem em tudo. Só que você amante dessa terra deve se portar como um BRASILIANO, palavra que rima com italiano, com australiano ou coreano, do Sul, óbvio. BRASILIANO não é profissão, mas uma declaração de cidadania. Não dá para imaginar chamar um italiano de italieiro, um australiano de australieiro ou um americano de ameriqueiro, o que fatalmente diminuiria suas potencialidades.

# Dentre as famas da cidade de Governador Valadares, entre as mais difundidas estão a de exportadora de mão de obra para os Estados Unidos, terra de mulher bonita e de comércio forte. Tudo verdade. Mas a fama de ser uma cidade muito quente precede historicamente a todas as três. Que calor!!!…

# Outra expressão que fortalece a marca de cidade quente é que aqui em GV faz um calor senegalês. A ideia é de que aqui faz tanto calor quanto em Dacar, a capital do Senegal, na África, o que na realidade é um mito. De acordo com o Google, a oscilação da temperatura lá é de 18ºC a 27ºC em janeiro, já em agosto essa variação é de 25º a 33ºC. Portanto muito mais amena do que o valadarense possa imaginar, já que aqui chegar aos 42ºC não é tarefa difícil.

# Ainda que não fosse Copacabana, dizem por aí que não importa o calor da cidade, se aqui tivesse um mar com uma praia, ninguém aguentaria esse povo metido a metropolitano…

# Não temos informações sobre pesquisas de quem gosta ou de quem não gosta do calor de GV. Certo é que alguns adoram; outros detestam. Já nos disseram que adoram trabalhar ou estudar aqui; adoram fazer e ter negócios aqui; pertencer às entidades, clubes e instituições; adoram os amigos; adoram a beleza da Ibituruna, do traçado e da arborização da cidade, mas se algum dia mudassem daqui seria única e exclusivamente por causa do calor… Uns gostam; outros não toleram…

# Aliados fortes dos valadarenses nesse calor: ar-condicionado em casa, em lojas e no shopping, em açaís e em sorveterias…

# Quem nunca ouviu a frase: “Se agora está quente assim, imagina em janeiro?”. Puro mito! O calor de agora terá a mesma intensidade daquele que fará em janeiro, variando entre 36ºC a 42ºC, ou seja, um tanto mais para mais ou para menos. Agora, quando alguém sentir aquele vapor no ar não adianta correr para a piscina, a água vai estar quente. Que calor!!!…

(*) Crisolino Filho é escritor, advogado e bibliotecário
E-mail: crisffiadv@gmail.com  –  WhatsApp: (33) 9.88071877
Escreve nesse espaço quinzenalmente


As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

Melhor lugar

🔊 Clique e ouça a notícia Neste mundo, estamos em constantes e frenéticas mudanças, sejam físicas, temporais ou espaciais. Desde muito tempo, ouvimos muitas frases, referentes a lugares onde estamos

A crise moral na pós-modernidade

🔊 Clique e ouça a notícia Vivemos em uma era marcada por profundas transformações culturais e sociais, onde a crise moral tem se sobressaído de maneira sutil, mas impactante. Em

Aprendendo mais sobre hackathons

🔊 Clique e ouça a notícia Se você está por fora do que é um hackathon, não se preocupe, porque hoje é o dia de entender como esse evento pode