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A tarja desfigurada

Luiz Alves Lopes (*)

Alguém escreveu que “a tarja de capitão de um time de futebol é um acessório esportivo parecido com uma braçadeira, que vai no braço esquerdo do líder de um time de futebol. E que ela ajuda o árbitro, os torcedores e os próprios jogadores a identificar quem é o capitão de determinado clube”.

De um LÍDER se espera a capacidade de conduzir um grupo de pessoas na busca de resultados e objetivos bem definidos. Sendo certo que ser líder é ter a capacidade para motivar pessoas, com ética e equilíbrio, com entusiasmo, também, objetivando alcançar as metas traçadas.

Assim sendo ao líder compete transmitir entusiasmo, credibilidade, respeito e exemplo prático. Sempre acreditando que o planejado é plenamente realizável, exigindo, portanto, para tanto, um mínimo de organização e de vontade.

Como seria um capitão?

CAPITÃO de uma equipe de futebol: Então O que isto significa? Responsabilidade aliada ao reconhecimento da capacidade de liderança? Pessoa qualificada? Dotada de atributos que a fazem diferenciada? Por isso façamos uma viagem de volta ao passado…

Aliás nos tempos do futebol romântico, empolgante e envolvente, quando nossos antigos astros se perpetuavam em defesa de uma mesma esquadra e nelas se imortalizavam, inúmeros craques personalizaram a figura do LÍDER, não necessariamente capitães.

Hideraldo Luís BELLINI marcou época do “machão da Gama”, do capitão ELIAS. Bem como da seleção brasileira campeã na Suécia, em 1958, numa época ainda não recepcionada pela tarja ou braçadeira no braço esquerdo do capitão. Postura e conduta dentro das quatro linhas identificam o capitão de ambas as esquadras.

MAURO RAMOS de Oliveira, mineiro de Poços de Caldas, além de forte liderança clubista, levantou a taça do bicampeonato mundial pela seleção canarinha, em 1962, no Chile, sendo capitão de um grupo que tinha Nilton Santos, Didi, Zagallo, Zito, Djalma Santos, Amarildo e muitos outros.

José Ely Miranda, o ZITO, muito mais que capitão e líder do todo-poderoso SANTOS, de Pelé e Cia, foi cognominado “Gerente da Vila” pela sua capacidade de liderar, motivar e comandar seus companheiros de equipe dentro das quatro linhas. Naquele time que tinha na frente  Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e ‘seu PEPE’, e lá atrás começava com GILMAR.

Cabuloso, Fluminense e Pantera

Enquanto nas Alterosas e em defesa do CABULOSO reinou  por anos e anos a figura de Wilson da Silva PIAZZA, líder e capitão como poucos. Portador de valores éticos, morais e humanitários não comuns nos futebolistas. Fez parte do esquadrão de 70, tricampeão mundial no México.

João Batista PINHEIRO, dos bons tempos de Castilho, Píndaro e PINHEIRO, Jair, Emilson e Bigode, Telê, Didi, Ambroes, Robson e Escurinho, sob a batuta de Zezé Moreira, por anos e anos capitaneou o Tricolor das Laranjeiras. Uma liderança fantástica, humana, também.

Como o espaço é limitado, registrando que em quantidade e qualidade no passado tivemos nomes aos montões, aqui na ‘terrinha’, dentre tantos, a figura de ELCY RODRIGUES personificou a passagem de um grande capitão e líder dentro e fora das quatro linhas, defendendo a PANTERA nos bons tempos de Henrique Frade e do Tenente NATAL.

O que vemos nos dias atuais? Mequetrefes, desqualificados, despreparados e ignorantes fantasiados de CAPITÃES de suas equipes, usando no braço esquerdo chamativas BRAÇADEIRAS coloridas próprias para espetáculos circenses, com condutas não condizentes com atribuições próprias de um líder, de um capitão. Exemplos negativos para o torcedor e para os iniciantes na prática de um esporte que já foi das multidões. Uma lástima!

Verdadeiramente, a TARJA inserida na manga esquerda de determinados atletas de futebol escolhidos ou indicados para capitães de suas equipes vai sendo desfigurada e desqualificada pelas escolhas infelizes de seus atores. Os tempos não são bons no futebol.

FOTOS: Divulgação

N.B. – Uma loucura a vida de técnico de futebol no Brasil ante uma campanha sórdida movida pela mídia raivosa, ávida por alcançar alguns pontinhos a mais no Ibope, garantindo assim patrocínios aos montões.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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