O mundo perdeu a noção e a razão. Há muito, passamos a fase das piadinhas de humor negro e das frases prontas, tais como: “É só uma gripezinha” ou “sou o Messias, mas não faço milagres”, e outras nesta linha de irrefutável ignorância.
No princípio, enquanto uns se descabelavam de medo do contágio pela Covid-19, outros ‘faziam vistas grossas’ numa autossugestão de intocabilidade pelo tal vírus.
Hoje, passado mais de um semestre de convivência com esse “inferno” imposto sei lá por quem, depois de muito se ter falado em defesa da economia, outros em defesa da vida, me parece que “deu a louca” nas pessoas que se recusam a enxergar a gravidade da situação.
Ora pois, enquanto o mundo revela assustadoramente o crescimento no número de óbitos, a incapacidade das instituições de saúde no que tange ao acolhimento dos doentes e o despreparo dos organismos diretamente ligados com o controle e tratamento, há uma inexplicável tendência de relaxamento das medidas protetivas.
Eu sou tão burro assim, que não consigo justificar uma situação sobre a outra?
Ou o mundo pirou mesmo?
Num momento quando deveria arrochar a atenção devido ao descontrole evidente do vírus, se faz exatamente o contrário, deixando as pessoas ainda mais vulneráveis.
Qual a dificuldade de entender isso?
Meu Senhor e meu Deus, até a minha amada Igreja Católica (só posso falar dela, pois é a minha) tende a ampliar o relaxamento de participações, seja nas celebrações, seja nas atividades pastorais. O Deus que eu sirvo não é o Deus da Vida? Então por que expor os fiéis a risco de morte? Eu tenho consciência da dureza desta crítica, mas ela retrata uma realidade. Eu creio na igreja una, santa, católica e apostólica exatamente porque nela posso sentir um Deus vivo, dono da vida e que esta mesma vida preserva e defende.
Tudo bem que a Covid-19 nos faz parar pra refletir sobre nossos valores, e os valores da vida, mas não podemos deixar de encarar que a Covid-19 também é um braço da morte física.
Sei que muitos podem discordar do meu posicionamento, mas confesso que esta não é minha maior preocupação no momento. Se estas palavras conseguirem, de alguma forma, sacudir formadores de opinião no sentido de fazê-los repensar as ações em defesa do bem comum, já estarei bastante satisfeito.
Eu cresci aprendendo que todos devemos e podemos ser um pouquinho de Cristo na vida de nosso próximo. E, neste particular, posso entender que ser Cristo na vida do próximo, é defendê-la, preservá-la. É desejar muita saúde, paz e tranquilidade a todo ser cristão, a todo ser vivente.
E se ninguém estiver disposto a dar novos rumos ao tratamento desta pandemia, parem o avião, porque eu quero descer!!!
Que a paz de Cristo, o amor do Pai e a santificação do Espírito Santo se façam sentidos em sua vida, em cada coração.
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