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Ética da Conveniência x Conveniência da Ética

Por Heldo Armond (*)

 Neste mês de junho trabalha-se no Amor Exigente o 6º princípio – Comportamento. Neste texto propomos a seguinte reflexão: Qual é a minha postura quanto ao lugar da ética nas relações entre as pessoas, indagando como ela se apresenta nos diversos ambientes da sociedade.   

Este tema se justifica em razão de que tomou dimensão preocupante a inversão de papéis no cotidiano das pessoas (diz-se que uma mentira muitas vezes defendida se torna verdade), o abandono de conceitos culturalmente assimilados pelos cidadãos, o desprezo e deturpação de princípios e valores baseados nos ensinamentos cristãos – fundamentais para a conduta moral e ética do frágil ser humano, inseguro diante do materialismo e imediatismo que preponderam nas relações.

É recorrente as cínicas justificativas amparadas no “politicamente correto, ecologicamente sustentável, economicamente viável” para as irregularidades de todo tipo que o cidadão assiste na mídia diária.     

De acordo com os conceitos clássicos, o termo Ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). É um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos, mas não deve ser confundida com a lei, embora com certa frequência a lei tenha como base princípios éticos.

“Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser compelido pelo Estado ou por outros indivíduos a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas. Por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética.”

É aqui que nos vem a preocupação com o que ocorre na sociedade, onde tomou corpo o discurso da Ética, mas voltada para a conveniência dos interesses de cada situação – é a “Ética da Conveniência”.  

A Ética da Conveniência ocorre quando se defende práticas imorais, mas que, devido às brechas na legislação, aparentam legalidade. A Ética da Conveniência é defender práticas inescrupulosas em nome do grupo ao qual se pertence.    

Diante de tantas distorções, necessário se faz tomar consciência da importância da prática da Verdadeira Ética, ou seja, inverter a frase “Ética da Conveniência”, em que a pessoa se coloca de acordo com a conveniência dos seus interesses, e optar pela “Conveniência da Ética”, esta verdadeira, isenta, sincera, justa, amparada por valores puros e verdadeiramente cristãos.

A Conveniência da Ética implica em que nas instituições públicas, por exemplo, o interesse coletivo prevaleça sobre o particular; a defesa da Conveniência da Ética resgata o real sentido de família. A Conveniência da Ética é não deixar que interesses escusos de minorias, a pretexto de discriminação ou preconceitos, deturpem/agridam costumes e valores culturalmente aceitos na sociedade. A Conveniência da Ética é ter a coragem de dizer não e não ceder a intimidações. A Conveniência da Ética é protestar, contestar, fazer valer os direitos de cidadão.

Enfim, a Conveniência da Ética é dizer um sonoro NÃO à Ética da Conveniência, tomando como desafio fazer prosperar a primeira, a Ética Verdadeira, não se deixando abater, atento ao alerta do grande Rui Barbosa, que dizia:

De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.

P.S.: Nesse período de Pandemia, as reuniões do AE estão sendo realizadas à distância, através do Aplicativo Zoom.

Grupo de Apoio Amor Exigente
Reuniões às terças-feiras, de 19:30 às 21:30h, no Colégio Franciscano Imaculada Conceição
Coordenação Local: Berta Teixeira Rodrigues –
Coordenação Regional: Washington J. Ferreira/Penha

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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