Há um ditado antigo que ouvia muito na escola entre meus colegas e amigos: “enquanto existirem os bobos, existirão os espertos“. Nunca gostei muito desse ditado, pois nunca fiz distinção de seres humanos por essas duas categorias.
Desde o aparecimento do homem na Terra, penso que já existiam os chamados “espertos“, os golpistas que visavam obter vantagens sobre outras pessoas.
Na idade média, e início da idade moderna, com o surgimento dos comerciantes e dos artesãos, criaram-se as moedas e os primeiros bancos e, com eles, os primeiros crimes financeiros. Já se iniciavam os golpes financeiros e o aparecimento dos primeiros “espertalhões“.
À medida que as metrópoles cresciam e as riquezas das nações iam aumentando, proliferavam, também, os golpes e armadilhas financeiras.
Costumo dizer que, antigamente, os golpistas se utilizavam de poucas informações e usavam mais a sua “lábia“ para aplicar golpes na “praça“. As pessoas não tinham acesso a informações pessoais de terceiros, como CPF, números de carteiras de identidade, de carteira de habilitação, seguros, número de contas bancárias, costumes de compras. Podemos até afirmar que as pessoas eram mais reservadas e tinham essas informações mais protegidas pelo Estado.
Se por um lado, nossas informações pessoais eram mais bem “guardadas“, tínhamos também menos acesso a muitos conhecimentos, pois os meios de comunicação não eram velozes e muita coisa não chegava à “ponta da linha“, ou, quando chegava, vinha cheia de “ruídos“.
O avanço tecnológico trouxe inúmeros benefícios e facilidades para todos nós, principalmente a internet. A velocidade das informações aumentou demais, de forma frenética. Lembro-me que, para fazer uma pesquisa da escola, passava um bom tempo no interior de uma biblioteca pública, mergulhado em grandes enciclopédias. Hoje, os estudantes utilizam a internet para fazer as pesquisas, e com muito mais velocidade e precisão.
A péssima notícia para nós é que a mesma internet que nos auxilia, também pode nos prejudicar, pois, atualmente, a coisa mais fácil é obter informações sobre determinada pessoa. As redes sociais facilitam também a ação de golpistas e hackers, especialistas na ciência da informática, que podem causar prejuízos não só para indivíduos, como, também, para o próprio Estado.
Temos, hoje em dia, golpes pelos canais digitais de comunicação e no sistema financeiro, com a criação do PIX, que é a transferência rápida de valores.
A boa notícia é que o Estado tem, ao longo dos anos, procurado se aparelhar para se defender, e também aos cidadãos, contra esses golpistas digitais, por meio de leis de proteção de dados, polícia e promotorias de prevenção contra crimes cibernéticos.
Enfim, necessitamos aprender a viver com segurança cibernética nesses novos tempos, que a cada dia nos apresenta com mais e mais avanços tecnológicos.
E vocês ? Já foram vítimas de golpes pela internet?
(*) Advogado militante – Coronel da Reserva da Polícia Militar. Curso de gestão estratégia de segurança pública pela Academia de Polícia Militar e Fundação João Pinheiro
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