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Ansiedade e estresse: quando o coração sente o peso da mente

FOTO: Freepik

Nos últimos tempos, a relação entre saúde mental e sintomas físicos tem sido amplamente discutida, especialmente quando falamos de ansiedade e estresse. Esses dois vilões do bem-estar moderno, frequentemente desencadeados pela vida agitada, compromissos e pressões sociais, podem causar uma série de sintomas que facilmente se confundem com problemas cardíacos, como dor no peito, palpitações e falta de ar.

O coração acelerado pela mente: Quem já vivenciou uma crise de ansiedade ou um episódio de estresse intenso conhece bem a sensação: o coração dispara, a respiração fica curta e, muitas vezes, uma pressão desconfortável surge no peito. Embora comuns em quadros de ansiedade, esses sintomas também podem indicar problemas cardíacos. A grande questão é: como distinguir um do outro?

Durante uma crise de ansiedade, o corpo entra em “modo de alerta”, o que aumenta a produção de adrenalina, o hormônio que prepara o organismo para reagir em situações de perigo. Esse mecanismo, útil para nossos ancestrais, faz o coração bater mais rápido e com mais força. Em momentos de estresse, essa reação pode se intensificar, gerando, além das palpitações, dor no peito e até falta de ar.

O impacto no sistema cardiovascular: Embora esses sintomas possam ser inofensivos e passageiros em situações controladas, a exposição constante ao estresse e à ansiedade pode ter consequências sérias para o coração. Estudos mostram que o estresse crônico pode aumentar a pressão arterial e favorecer o desenvolvimento de doenças cardíacas, como arritmias e até infarto.

Isso ocorre porque, sob estresse contínuo, o corpo mantém altos níveis de hormônios como cortisol e adrenalina, que afetam a função dos vasos sanguíneos e do coração. Além disso, a resposta inflamatória do corpo é exacerbada, prejudicando a saúde cardiovascular. Para muitos, os sinais de alerta surgem como dor no peito, muitas vezes confundida com um infarto, mas que, na realidade, é consequência de uma crise de pânico.

Quando procurar ajuda? É essencial estar atento a esses sinais e saber quando buscar ajuda médica. Se a dor no peito ou as palpitações vierem acompanhadas de outros sintomas, como suor excessivo, tontura ou desmaio, ou se ocorrerem em momentos de esforço físico, é fundamental procurar um cardiologista para descartar problemas cardíacos graves.

Por outro lado, para aqueles que já sabem que ansiedade e estresse são os principais desencadeadores desses sintomas, o ideal é adotar estratégias para gerenciar essas condições. Terapia, técnicas de relaxamento, meditação e atividades físicas regulares podem trazer grandes benefícios para a saúde mental e, consequentemente, para o coração.

A mente e o coração: uma conexão forte: No fim das contas, o coração e a mente estão intimamente conectados, e os sinais que um envia muitas vezes refletem o que o outro está enfrentando. Cuidar da saúde emocional é, sem dúvida, uma forma eficaz de proteger o coração, o órgão vital que nos mantém em movimento.

Conclusão: A ansiedade e o estresse podem gerar sintomas intensos e assustadores, mas é fundamental distinguir o que é de origem psicológica e o que realmente envolve problemas cardíacos. O acompanhamento médico, tanto com psiquiatras quanto com cardiologistas, é essencial para garantir o tratamento adequado, promovendo um coração mais saudável e uma mente em paz.


(*) Dr. Lucas Bichara | Cardiologista pela USP | CRM 180164 – RQE 56184

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