Desejo que a paz esteja com você, caro irmão e leitor.
Como você tem se relacionado com Deus? Uma pergunta recorrente, dada a pouca importância que costumamos dar principalmente quando os questionamentos da vida se voltam para nós mesmos pedindo respostas que buscamos nos outros.
São comuns alguns “mergulhos” que damos no mar de desafios, incertezas e desesperança. Então recorremos a Ele. Um Pai que imaginamos sempre acolher e confortar.
Esperamos um Deus de milagres. Exatamente. Quando o vento sopra contra a nossa embarcação, é quando nos manifestamos crentes no milagre. Milagre contra a doença, contra as desilusões, uma inquietação.
Esperamos de Deus, os milagres que saciem as muitas fomes e sedes.
Daí volto a perguntar: como você tem se relacionado com Deus?
Todo o milagre que espero de Deus vai depender invariavelmente da minha resposta. Pois se meus diálogos com Deus são verdadeiros e conscientes do Seu amor e proteção, certamente saberei que as respostas que busco jamais me frustrarão.
Por outro lado, se busco um Deus que realiza milagres sem encontrar em mim, mangas arregaçadas, prontas para construir os milagres, estarei propenso a dizer que Deus é “carrasco” e radical.
Isso mesmo. Há duas maneiras de sermos abraçados pela ternura e compaixão de Deus à procura de um milagre: Primeiro, Ele nos cura e salva pela nossa fé. E isto é inegociável; Segundo, Ele nos cura e salva pela nossa disponibilidade de nos movermos em Sua direção, com trabalho e serviço. Os milagres podem depender muito mais de mim, do que de Deus. Não se assuste com esta afirmativa.
Tomemos como exemplo aquela parabólica dos “5 pães e 2 peixes”.
Havia uma multidão de aproximadamente cinco mil homens, fora mulheres e crianças, para serem alimentados com apenas 5 pães e 2 peixes. Claro, pela lógica humana, é impossível. Por isso, o divino sempre se sobressai.
Quando procurado para falar algo a respeito, o que Jesus diz é: “dai-lhes vós mesmos de comer”.
E agora?
Sabe-se que ao final, todos foram saciados e ainda sobraram 12 cestos de alimento.
Isto quer dizer que Deus realiza os milagres mas requer de nós, sairmos do comodismo e ir à luta. Nós podemos e devemos ser instrumento da graça buscando as soluções que muitas vezes esperamos “cair do céu”. Isso é ser instrumento de Deus na construção do milagre.
E assim são todas as interferências de Deus em nosso cotidiano.
Se ele não me cura pela fé, me cura pela consciência em minha participação no processo do milagre, me fazendo um servidor da messe, mesmo violando os limites da razoabilidade. Deus ultrapassa e perpassa a lógica humana. Por esta razão toda minha liberdade de falar com Deus poderá ser premiada num acolhimento por aquele passo adiante na busca de construir os milagres por mim e/ou por meu irmão.
Onde e quando o milagre aconteceu? Só Deus dará esta resposta. O correto sempre será buscar primeiro o Reino de Deus e Sua justiça. E tudo mais nos será acrescentado.
Bom domingo com desejo de que alcance a paz que busca.
(*) tiaoevilasio1@gmail.com
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