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Macbeth: A ambição e suas consequências

FOTO: Freepik

Wanderson R. Monteiro (*)

Acredito que muitos dos leitores já ouviram falar da peça “Macbeth”, escrita por Shakespeare. Como já tive a oportunidade de comentar e abordar em outro artigo, a peça de Macbeth nos mostra a natureza da ambição humana e seus efeitos corrosivos.

Ao longo da peça, testemunhamos Macbeth, o personagem principal, ser consumido pela busca desenfreada pelo poder. Movido pela profecia das bruxas e instigado pela manipulação de sua esposa, Macbeth se sente motivado e, ao mesmo tempo encurralado, e mergulha em um ciclo de violência e traição para alcançar seu objetivo, e fazer cumprir a profecia que ele recebeu das bruxas.

Na peça de Shakespeare, a ambição é retratada como uma força destrutiva, capaz de corromper até mesmo os indivíduos mais virtuosos. Macbeth, originalmente um nobre e corajoso guerreiro, transforma-se em um tirano impiedoso, disposto a cometer qualquer ato para manter seu domínio. A história de Macbeth nos serve como um lembrete poderoso dos perigos de nos deixarmos levar pelo desejo desmedido de poder, colocando em risco não apenas a nossa própria alma, mas, também, o bem-estar daqueles que estão ao nosso redor, como visto no exemplo dessa peça fantástica que Shakespeare nos legou.

Mas, além de nos mostrar a ambição e suas consequências, através de “Macbeth”, Shakespeare também explora a relação entre a culpa e a consciência humana. Pois, após cometer terríveis atos de violência, Macbeth é assombrado por remorsos e visões de seus crimes. Sua consciência fica extremamente pesada após seus atos criminosos.

Dentro disso, a culpa e a consciência desempenham um papel fundamental na tragédia de Macbeth, revelando a dimensão moral da história, mostrando como as decisões morais podem afetar toda a nossa vida, e como tais decisões podem trazer consequências drásticas, não só para nós, mas, também, para as pessoas que estão próximas de nós. Pois, as decisões de Macbeth afetam sua família, e suas amizades, pois Macbeth se vê “obrigado” a matar Banquo, seu melhor amigo. E, logicamente, as decisões tomadas por Macbeth afetam ele mesmo, o transformando completamente.

Enquanto Macbeth se vê preso em um ciclo de violência e culpa, a peça nos lembra da importância de confrontar nossos próprios erros e assumir a responsabilidade por nossas ações, e de como a ambição pode nos transformar, mudando completamente a nossa personalidade, nos levando a atos horrendos e abomináveis. A mensagem e os ensinamentos de “Macbeth” ressoam até os dias de hoje, nos lembrando de que não podemos escapar das consequências de nossas escolhas e que a redenção só pode ser alcançada através do arrependimento sincero e da busca pela reparação.

“Macbeth” é uma das peças mais famosas de Shakespeare, juntamente com Romeu e Julieta, e Hamlet. Um dos motivos para tal sucesso, talvez seja o fato de “Macbeth” ser uma peça que nos convida a refletir sobre os aspectos mais sombrios da natureza humana.

Ao explorar temas como ambição e culpa, essa peça de Shakespeare nos desafia a questionar nossas próprias motivações e a considerar as ramificações de nossas escolhas. Ainda hoje, “Macbeth” é uma fonte de inspiração e reflexão, que nos lembra da complexidade moral que permeia nossa existência e da importância de buscar a sabedoria e o equilíbrio em nossas vidas.

Que venhamos aprender com essa maravilhosa obra escrita por Shakespeare, que tem a capacidade de nos mostrar como a ambição pode destruir a vida daqueles que são consumidos por ela e, a partir disso, tomarmos o cuidado de não sermos arrastados por esse sentimento tão destrutivo.


(*) Wanderson R. Monteiro
Dr. hc. em Literatura e Dr. hc. em Jornalismo.
Bacharel em Teologia, graduando em Pedagogia.
Acadêmico Correspondente da FEBACLA.
Acadêmico Fundador da AHBLA.
Vencedor de quatro prêmios literários.
Coautor de 10 livros e quatro revistas.
(dudu.slimpac2017@hotmail.com)
São Sebastião do Anta – MG

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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