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O dia em que a pedra do Ibituruna chorou

Luiz Alves Lopes (*)

Manhã de domingo, 3 de setembro, chega mensagem com a tristonha notícia de que, em virtude da grave enfermidade que enfrentava, veio a falecer João Elias, o popularíssimo, encantador e por demais alegre e conhecido JOÃO BARRIGA.

De tradicional e popularíssima família valadarense, numerosa também, JOÃO BARRIGA como ficou conhecido e como por todos era tratado, figura no rol dos personagens marcantes da terra de Serra Lima, deixando legado incomum.

Já tendo atingido a casa dos 70, jovem ainda foi vítima de grave acidente que o deixou totalmente cego, porém não lhe retirando a alegria contagiante, marca registrada e indelével de sua caminhada terrena.

Católico como poucos, sua religiosidade se fazia e se fez presente intensamente enquanto no mundo dos mortais.  Figurar em corais religiosos, em movimentos e serviços da Igreja de PEDRO nada mais foi de que uma simplória rotina. Um comprometido na FÉ.

A casais, jovens e adolescentes dedicou, juntamente com sua GUILHERMINA, toda atenção, carinho e dedicação quando se tratava de encontros ou trabalhos de cunho religioso, filantrópicos ou mesmo para alegrar párias da sociedade.

Músico como poucos, soube ministrar com sabedoria impar aulas, cursos e treinamentos para todas as idades, sendo certo ainda que também compunha em quantidade e qualidade letras musicais de cunho amoroso e religioso.

O primeiro domingo de setembro amanheceu e permaneceu tristonho. Nele o valadarense foi levar o seu último abraço a seu filho ilustre e diferenciado. Lá do alto da montanha, com a serenidade de sempre a IBITURUNA a tudo acompanhava e assistia. E ELA  também CHOROU…

Segundo Moisés Esper “há seres humanos que acreditam nas ideias e acham que elas ressoam no mundo com maior estampido que os canhões. Acreditam que os pensamentos são mais poderosos que as baionetas e os princípios tem alcançado mais vitórias que os canhões”.

“Há pessoas que não se parecem com outras pessoas; são diferentes e se tornam até esquisitas neste mundo onde a violência é tão natural e aceitável, onde se vive uma realidade de dor, de vazios que não são ocupados, de valores desajustados sem lugar para os sonhos, sem espaço para amar”.

“Há pessoas que acreditam nas pessoas. Ainda há. Que usam o pensamento também para compreender as razões da experiência que fazem de seus postulados um sacerdócio que casam com Deus quando nascem e, quando morrem, podem sorrir no céu”.

“Há pessoas que se alimentam de sonhos, porque pensam torná-los realidade. Quando a cidade dorme e nas ruas vazias nada mais se vê, estas pessoas acordadas meditam com sabedoria e esperança um amanhã diferente, que traga momentos mais próximos de sua paz”.

“Há pessoas que morrem porque creem nos valores que defendem, porque lutam com despreendimento e não se preocupam com a própria vida, porque gostam de gente. Não veem o ser humano agressivo e revoltado que pode matar, mas veem a criança que não viu mãos estendidas que a ajudasse a levantar”.

“Há pessoas que não morrem, apenas se calam, apenas se despedem. Viajam apenas, porque sempre serão encontradas nas coisas mais sublimes; estarão sempre presentes e vivas toda vez que alguém falar de amor, de humanidade, de compreensão, de fraternidade, de religiosidade, de abnegação, de paz e liberdade”.

Todas essas coisas nos fazem lembrar da figura de João Elias – O JOÃO BARRIGA que provocou uma festança danada no CÉU. Missão aqui cumprida. O legado é descomunal.


(*) Ex-atleta.

N.B. – O pseudo craque NETO, o tal de CASAGRANDE e o famigerado PILHADO devem ser de outro planeta. Afora conhecimentos, faltam-lhes minimamente noções de educação, respeito e sentimentos. Criticar não é ofender, esculhambar  e denegrir a imagem do próximo. Bom seria se se espelhassem no Maestro JUNIOR, em Caio Ribeiro, NORIEGA, Juninho Pernambucano e outros mais. Um dia a conta chega…

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

Comments 1

  1. Rui Simões de Souza says:

    Luizinho deveria montar um livro com suas crônicas dominicais…..

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