Graça e paz cumulem nossos dias, porque brotam do amor do Pai e se consumam no Filho que nos apascenta.
Caros amigos leitores e irmãos, a festa que se celebra hoje na igreja católica, é para mim de particular reverência. Ora pois, no Quarto Domingo do tempo pascal, também buscamos dar ênfase à figura do Bom Pastor.
Mas afinal, o que podemos refletir a respeito?
Em primeiro lugar, a liturgia nos dá subsídios suficientes para que possamos compreender a nossa missionariedade pastoral como aqueles e aquelas incumbidos pelo próprio Jesus Cristo a sermos luz, sal e fermento. Infelizmente, seja por esquecimento, seja por indiferença ou mesmo desconhecimento da Palavra, acabamos cedendo à soberba, arrogância e intemperança, passando a nos relacionar com irracionalidade fria e desnuda.
Mas nada disso é novidade, se pararmos para analisar o que diz Atos dos Apóstolos 4, 8-12: Pedro já acusava esta mesma ausência de empatia entre os chefes dos povos, que não compreendiam que as curas, as pregações, as orientações eram em obediência ao que Cristo lhes ordenara.
E muitos de nós, ainda hoje não assumiu o que a primeira carta de João preconiza: Somos filhos e filhas de Deus. Pela autoridade de batizados no Espírito Santo, somos igualmente capacitados e imbuídos de apascentar ovelhas, tanto quanto nos abrir ao gratuito amor com o qual Deus nos apascenta.
O evangelista João bem nos relata e rememora Jesus Cristo que a nós se apresenta como O Bom Pastor. E o Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas; o Bom Pastor conhece suas ovelhas e estas o conhecem. O Bom Pastor não faz distinção pois acolhe todas as ovelhas, pois quer o resgate e salvação de todas. Que nenhuma se perca.
Podemos perceber, por meio de Jo10, 11-18, que estamos muito longe de sermos como Jesus, o Bom Pastor, e exatamente por esta razão, devemos nos policiar em nossas atitudes, pensamentos, conceitos e gestos para que possamos pelo menos tentar ser um pouquinho do que Ele é.
Vivemos em um mundo de devaneios, ilusões, ambições e cobiças que nos afastam uns dos outros. O fogo ardente do poder e do ter consome facilmente nossa necessidade da busca pela catolicidade, ou seja, da universalidade em comunhão com Deus.
Me permitam transcrever aqui o versículo 16 do capítulo décimo de João que diz: “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil; também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor”.
Então ficam as indagações: “Por que o homem se coloca no direito de “peitar” o próprio Jesus Cristo, promovendo a divisão do Seu povo?” Por que existe tanta resistência em nos reconhecermos como ovelhas de um único rebanho?” “Por que não nos iluminarmos no fogo do Espírito para a nobre missão de apascentarmos mais e mais ovelhas?”
Que o Bom Pastor nos conduza e nos ajude a encontrar respostas para questões tão inquietantes.
Que o Bom Pastor nos proteja e nos abençoe.
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