Valadarenses contam sobre como é ir a supermercados em tempo de pandemia

Muitos ainda têm receio de ir, devido ao grande número de pessoas nesses locais, mas reconhecem ser um serviço essencial

Desde o início da pandemia, os supermercados são considerados serviço essencial e sempre ficaram abertos, ainda que existisse algum tipo de restrição de funcionamento do comércio no município de Governador Valadares. Por serem estabelecimentos em que a maioria das famílias faz suas compras para casa, é grande o volume de pessoas nesses locais, situação que gera um pouco de receio e medo de contaminação da covid-19.

No dia 7 de abril, o Comitê Covid do Plano Minas Consciente ampliou o horário de funcionamento de supermercados para até as 22 horas, com o objetivo de reduzir a circulação de pessoas em horários de pico. No início da onda roxa, esses estabelecimentos podiam ficar abertos só até as 20 horas. Para quem vai aos supermercados em Valadares é possível acompanhar o trabalho de funcionários na parte da higienização dos carrinhos, além de totens de álcool em gel.

Willian Rogério Alves Soares é gerente geral de uma rede de supermercados em Valadares e conta que em todas as entradas das lojas é realizada aferição de temperatura de clientes, higienização dos carrinhos e disponibilizados totens de álcool em gel, para uso de quem entra, além de existir o Procedimento Operacional Padrão (POP) sobre a covid-19, que contém orientação para os funcionários sobre a forma correta de higienização individual e não compartilhamento de armários para guardar pertences pessoais. O gerente ainda ressalta a importância de os funcionários levarem somente o essencial para o ambiente de trabalho, da ampliação da higienização em alguns lugares específicos, como maçanetas, portas e corrimãos, e do local por onde passam os produtos das compras nos caixas.

Uma das medidas adotadas para maior segurança nos supermercados é a higienização dos carrinhos (Foto: Divulgação)

O gerente também aponta outras medidas adotadas nos supermercados e que fazem parte do plano de prevenção da covid-19. “Foi elaborado um plano de adequações e dentre as medidas que aplicamos estão a instalação de dispenser com sanitizante (álcool gel 70%) em todos os corredores das lojas e também ao lado de bebedouros, nos lavatórios, vestiários, banheiros (que também tem disponibilizados dispensers com sabão líquido) e pontos eletrônicos. Colocamos sinalização de segurança com distanciamento de 2 metros e cartazes informativos de prevenção à covid-19 em todos os setores. Além disso, fornecemos copos descartáveis individuais ao lado dos bebedouros e nos refeitórios, que também foram adequados e tiveram escala reduzida. Aos nossos funcionários, além de protetor facial, disponibilizamos no mínimo seis máscaras de pano”, disse.

O Diário do Rio Doce também ouviu algumas pessoas em Valadares sobre como é frequentar os supermercados neste tempo de pandemia.

Rutileia Gonçalves reconhece que ainda tem um pouco de receio de ir aos supermercados (Foto: Arquivo Pessoal)

Rutileia Gonçalves, 34 anos, é vendedora e mora com um irmão no Santa Rita. Ela explica que sempre vai ao supermercado, mas tem um pouco de medo. “Receio com certeza tenho, mas é preciso ir. O receio é pela questão de no supermercado sempre dar muita gente. Creio que isso deveria ser mais organizado, porque o povo está vendo supermercado como um shopping, um lugar de lazer, onde vai com a família passear, como se nada estivesse acontecendo, infelizmente. Mas, para quem precisa ir, é manter as restrições e se cuidar, porque todo cuidado ainda é pouco”, disse.

Roberto Amaral ficou como responsável de fazer as compras nos supermercados (Foto: Arquivo Pessoal)

O personal trainer Roberto Amaral, 41 anos, mora com esposa e dois filhos no Vale Verde. Ele revela que a esposa ficou receosa de frequentar lugares públicos quando os números da covid-19 na cidade aumentaram. Com isso, a responsabilidade de ir ao supermercado é dele. “Para mim o supermercado é um dos lugares que mais tenho receio de frequentar, por conta da falta de controle do fluxo de pessoas. Na minha casa decidimos que só um vai resolver os assuntos necessários na rua. Assim, conseguimos controlar as medidas de segurança necessárias, ainda mais por termos duas crianças em casa, sendo que uma delas precisa de cuidados especiais.”

A professora Lucimar Almeida, 52 anos, mora com um filho no Santa Helena e destaca que sempre toma os cuidados devidos quando tem de ir ao supermercado. “O supermercado é essencial e necessário para fazer as compras e ter as coisas dentro de casa, mas considero também um risco, pela quantidade de pessoas. O que eu tenho feito é levar meu álcool gel, levar máscara extra, até uma luva. Por mais cuidado que a gente tenha, os riscos são grandes.

Lucimar revela que sempre toma todos os cuidados necessários para evitar a contaminação pela covid-19 quando vai ao supermercado (Foto: Arquivo Pessoal)

Lucimar também aponta que o transporte coletivo público é outro local que demanda cuidados, pois não há distanciamento social. Além disso, as pessoas se assentam no mesmo lugar de outra que sai, e não há a higienização nessa hora. “Nas vezes que tenho andando de ônibus, quando vou à rua resolver algumas coisas, entro com receio sim. Encontro os ônibus mais lotados, dependendo do horário. Ainda mais que algumas linhas aqui do meu bairro, em determinado horário, não estão disponíveis. Também não vejo álcool em gel, nada que possa ser usado para higienizar enquanto estamos lá dentro.”

Thiago Gasperazzo ressalta que não tem receio de ir ao supermercado (Foto: Arquivo Pessoal)

O músico Thiago Gasperazzo, 37 anos, mora no Elvamar. Ele diz que não tem receio de ir ao supermercado, mas alerta que qualquer pessoa pode ser contaminada em outras circunstâncias e locais. “Não tenho nenhum receio, e seria uma grande bobagem dizer que não é um serviço essencial, pois ninguém consegue viver sem usar o supermercado. Mais cedo ou mais tarde todos terão que usá-lo. Se precisa ir, vá e use o protocolo de segurança. Mas quem é do grupo de risco, ou tem sintomas, que fique em casa e peça para alguém ir no seu lugar. Lembrando que em casa, em reuniões de família, elevador e escadaria do prédio, e até na calçada da sua casa também se pega o vírus.”

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