E o telefone não para de tocar. Manhã de domingo, do outro lado da linha a voz engasgada de Paulo de Tarso: “acaba de falecer nosso amigo Brito”. Para os menos avisados, Ubiraci Conceição de Brito, aquele dos bons tempos da Coca-Cola e da transportadora Arariboia.
O BRITO da Sociedade Recreativa Filadélfia, do Esporte Clube Vila Isa, do Garfo Clube e da Liga de Futebol Amador de Governador Valadares, noves foras uma série de outras funções e passagens por segmentos outros valadarenses.
O BRITO botafoguense roxo, conselheiro do Democrata Pantera e ‘buraqueiro’ tradicional do já mencionado Garfo Clube. E, porque não, o Brito do programa social COMUNIDADE VIVA EM AÇÃO (2007/2008).
O BRITO detentor de uma das mais controvertidas versões que envolveram a passagem de um tal de Mané Garrincha por Valadares em janeiro de 1973 , quando, ao invés de vestir o manto da Pantera, perfilou pelo Mammoud Abbas com a jaqueta do ‘cabuloso’. Estava escrito… como bem diria Nelson Rodrigues.
Vivemos tempos difíceis. Vivemos tempos de angústias e sofrimentos descomunais. Vivemos tempos desesperadores. Famílias dilaceradas, atônitas e muitas delas, que não são poucas, revoltadas.
É preciso ter fé. Fé nos reveses da VIDA. É BÍBLICO: “Não cai uma folha seca de uma árvore se não for da vontade de Deus”.
O mundo dos habitantes do planeta terra, por demais heterogêneo, tem percentual elevadíssimo de pessoas orgulhosas, que se colocam acima do bem e do mal, que acham que podem tudo e muito mais. Simplesmente foram e estão sendo atropeladas e estão sucumbindo diante da covid-19.
O mundo parou. Estamos constatando nossas insignificâncias; que nada somos; que nada valemos; que riquezas, por si só, pouco ou quase nada resolvem. Estamos tendo tempo para parar, para refletir e para constatar quão pequeninos e dependentes somos.
Os mais vividos – em especial a turma que vivenciou o dente de leite -, conhecedora de parte importante da história esportiva valadarense, certamente está tendo tempo para “no filme da vida” vivida, reviver momentos inesquecíveis, de ouro mesmo, e que contaram com a decisiva participação de atores que nos deixaram e estão nos deixando, independentemente da pandemia.
O Marreco foi chamado, o Cotinha também, o Doutor Mário Ferreira da Silva, o Doutor Enon Gouveia, o Arrastão, o João Miranda (do Borroló), o Pingo (cunhado do Jaime dos Santos), o Otacilinho do Democrata, o GUILHERME de Castro da Vale, o João JOTA Nunes, o Padeirinho, o DICÃO, o Mário Pompéia do Santa Helena e Celeste de Virginópolis, o Zé Grosso. Enfim, um mundão “dos nossos”.
Fala-se que Governador Valadares tem hoje 285.000 mil habitantes. Pode ser, um pouco mais, um pouco menos. Tivemos até 05/05, vítimas da covid-19, 1.046 mortes. Numero elevado, um dos maiores do Estado. Mas, como leigos, não devemos nos meter em tal assunto. Fica para os doutos e cultos, em profusão na terrinha.
Apenas como curiosidade, nossas ILPIs – Instituições de Longa Permanência para Idosos, estão tendo resultados altamente positivos no enfrentamento da pandemia. DEDO DE DEUS? Competência? Observância das normas? No mínimo, misericórdia.
“Quantas vidas ceifadas por esse vírus terrível. Quando não é de amigos, são pais, parentes dos meus amigos. Ora é gente muito conhecida, Ora desconhecida. É o drama da vida”.
“Eu sei que a morte vem para todos, mas não precisava ser tanta gente de uma vez só e de uma maneira tão cruel. Enquanto eu tiver vida, vou levantar minha voz em defesa da vida” (Padre Roger Araújo – Canção Nova).
TRISTEZA: Por favor, vá embora… Estamos nos cansando de tanto chorar. SENHOR, tenha misericórdia de todos nós, embora não mereçamos.
(*) Ex-atleta
N.B. – Ubiraci Conceição de Brito, Guilherme (VALE), Mário Pompéia (Santa Helena), Otacilinho e João Campos (TV a Cabo), dentre outros, nos deixaram na semana que se finda. Misericórdia SENHOR!
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