Por solidariedade vamos entender quando alguém se identifica com o sofrimento do outro, dispondo-se a ajudar a solucionar ou pelo menos amenizar algum problema ou mesmo determinada situação.
A gratidão nada mais é do que o agradecimento de uma pessoa a outra, reconhecendo seus méritos ou atitudes. Pode se aplicar ainda em casos de situações mais abrangentes.
O carinho se caracteriza por gesto afetivo, não necessariamente através do contato físico, muitas vezes sintetizado por palavras ou mesmo um simplório olhar. Comum, inclusive, entre os próprios animais.
Quanto ao respeito, é o ato de respeitar, de considerar, de ter apreço, de reverenciar, de cultuar e de venerar. Como diziam os antigos: “Respeito é bom e deve ser conquistado”.
Carlos Roberto de Oliveira – O ROBERTO DINAMITE – o maior ídolo da história do Clube de Regatas Vasco da Gama – deixou o mundo dos mortais nesse 8 de janeiro,
vítima também de um câncer no intestino. Contava 68 anos de idade.
A mídia raivosa e tendenciosa noticiou que oito campeões mundiais que não foram ao velório e enterro do REI MAIOR, compareceram e participaram do velório ou
sepultamento do ídolo maior do Machão da Gama. Fez questão de enumerá-los. Desnecessário.
Divergências à parte, beicinhos também, o futebolista brasileiro, com raríssimas e honrosas exceções, dentre as quais Zico, Júnior, Piazza, Normandes, Telê Santana, Evaldo, Roberto César, etc, etc, não é dado a determinadas posturas em situações adversas que o mundo dos homens nos apresenta. A maioria é composta de despreparados.
A questão não é simplesmente deixar de comparecer ou não comparecer a um velório ou a um sepultamento. Há de se refletir sobre o conjunto da obra e aí o resultado é lamentável, lastimável e reprovável. Normalmente, frios, indiferentes e sem sentimentos. Vivem em outro mundo.
O passamento do REI PELÉ, mesmo antes do capítulo final, recebeu de todas as partes do mundo o reconhecimento, a gratidão, o carinho, o respeito e o agradecimento por tudo aquilo que ele fez pelo e no futebol. Inquestionável!
Certamente que inúmeros fatores e situações impossibilitaram a ida de muita gente boa até Santos para um último Adeus ao Rei. E a mídia é maldosa, explora mesmo. Mas quem é celebridade ou se acha, deve se cuidar. E convenhamos: a maioria não foi por que não teve interesse ou vontade. Não conhece determinados valores.
Dona CBF bem que poderia ter designado e providenciado para que uns dois ou três do grupo de 1970 (que encantou o mundo), alguns outros do grupo de 1994 (que ganhou sem encantar) e outros ainda do grupo de 2002 (mais ou menos), acrescidos de representantes do grupo de 1982 (que não ganhou mas encantou) se fizessem presentes no Adeus ao Rei do Futebol! A entidade maior do futebol brasileiro perdeu uma grande oportunidade de se redimir de tanta m. que faz.
Aguçando a memória e buscando lá no fundo do baú, vamos relembrar e reviver que na década de 90, futebolistas famosos das Minas Gerais e outros tantos do Leste de Minas, nos finais de ano, aqui compareciam e participavam do chamado JOGO DA SOLIDARIEDADE para ajudarem a Associação Santa Luzia. Certa feita vieram alguns do Rio de Janeiro.
E quem não se lembra de Agnaldo Timóteo, de saudosa memória, aqui comparecendo no sepultamento de Pedro Tassis, a quem considerava e muito, cantando linda melodia nas dependências do Cemitério Santo Antônio?!
E o mesmo Agnaldo, de forma totalmente graciosa, lotando o salão da Sociedade Recreativa Filadélfia em espetáculo para ajudar a Associação Santa Luzia?! Não dá para esquecer.
Sentimentos são o que seres humanos são capazes de sentir em oportunidades e situações vivenciadas. Solidariedade, Gratidão, Carinho, Respeito e Agradecimento são valores que devemos cultuar e conservar na vida mundana e que, se vivenciados, fazem um bem danado. O duro é querer que o futebolista brasileiro os recepcione.
(*) Ex-atleta
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