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SER TÉCNICO DE FUTEBOL NO BRASIL

por Luiz Alves Lopes (*)

São passadas mais de seis décadas em que, no Santos Futebol Clube, um tal de Luís Alonso Perez, competentíssimo técnico de futebol, conhecidíssimo como LULA, fez parte de um grupo que conquistou mais de 30 (trinta) títulos, encantou o mundo, inclusive interrompendo momentaneamente atritos guerreiros lá para as bandas da África.

Em 1958, um gordo conhecido como VICENTE FEOLA levou o Brasil ao seu primeiro título mundial, encantando o mundo e exibindo figuras como Mané Garrincha e um tal de Édson PELÉ, noves fora a enciclopédia Nilton Santos e o príncipe etíope DIDI. Muito pouco, né?

Alfredo (Zezé) Moreira Júnior, disciplinador por excelência, treinador da seleção brasileira na copa de 1954, foi inúmeras vezes campeão pelo Fluminense e campeão das Américas com o Cabuloso, fazendo história no futebol brasileiro. É bem verdade que exagerou em ‘querer’ fazer do Roberto César um lateral direito. A coisa ficou feia…

No campeonato carioca de 1959, famosas foram as goleadas de 1×0 do tricolor das Laranjeiras, época de Castilho, Jair Marinho, Pinheiro, Clóves e Altair, Edmilson e Paulinho, Telê, Valdo, Robson e Escurinho. Tempo “bão”, que não volta mais… Saudades do seu ZEZÉ.

Na década de 60, Ayrton Moreira, dirigindo o Cruzeiro das Alterosas, teve a ousadia de montar um ‘time’ que tinha Raul, Pedro Paulo, Wilian, Procópio, Neto, Piazza, Dirceu Lopes, Natal, Evaldo, Tostão e Hilton Oliveira, desbancando o Santos de Pelé e tornando-se Campeão da Taça Brasil, afora inúmeros outros títulos importantes.

Elba de Pádua Lima – o conhecidíssimo TIM, pescador do Rio das Ostras, foi estrategista como poucos, simplificando a árdua e difícil tarefa de dirigir um time de futebol profissional. E o fez com maestria e competência. Tendo sido futebolista, sabia o caminho das pedras… e brilhou.

Otacílio Pires de Camargo – o Cilinho -, de competência e qualidades ímpares, fez maravilhas principalmente à frente do São Paulo Futebol Clube, apresentando, dentre tantos, Silas e Miller para o mundo do futebol. Via o esporte rei de forma diferenciada.

Telê Santana da Silva, que um dia foi o “fio de esperança tricolor”, foi técnico de futebol diferenciado e reconhecido mundialmente. Foram tantas suas façanhas. Ah! Seu Telê, hem Murici Ramalho?

Flávio Costa foi o comandante do escrete de 1950, que perdeu a Copa dentro de casa. Mas foi simplesmente fenomenal como técnico de futebol. Passou e brilhou em grandes clubes do futebol brasileiro.

Manuel Agostin Fleitas Solich, o “Brux ou Feiticeiro”, além de dirigir a seleção paraguaia, brilhou como técnico no Clube de Regatas do Flamengo, era de Garcia, Tomires e Pavão, Jadir, Dequinha e Jordan….

Jorge Vieira, ainda muito jovem, teve a petulância de tornar o América do Rio campeão carioca em 1960, tirando o bi do Fluminense, no time que tinha Pompéia/Ari, Jorge, Djalma Dias, Wilson Santos, Ivan, Amaro, João Caros, Calazans, Antoninho, Quarentinha e Nilo.

Osvaldo Brandão – o seu Osvaldo, como era tratado pelos boleiros -, dentre tantas conquistas a que mais marcou foi tirar o  Corinthians de uma fila de 23 anos sem vencer um paulistão. Venceu a Ponte Preta na polêmica decisão de 1977.

Oto Glória, da velha guarda, após inúmeros sucessos aqui na Terra de Santa Cruz, fez maravilhas em Portugal, levando os comandados de Euzébio e Coluna a um inédito 3º lugar no mundial de 66 na Inglaterra, mandando para casa a seleção brasileira.

Gentil Cardoso foi  competente e folclórico, partindo dele a expressão “deu zebra”, no encontro do pequeno contra o grande. Dos mais eficientes treinadores do futebol brasileiro.

Mário Jorge Lobo Zagalo, aquele da expressão “vocês vão ter que me engolir”, figura como um dos técnicos mais vencedores do futebol brasileiro. Conquistas memoráveis.

Poderíamos aqui continuar enumerando nomes de técnicos consagrados e que fizeram história, tais como Carlos Alberto Parreira, Luiz Felipe Escolari, Rubens Minelli, Yustrich, Carlos Alberto Silva, Martin Francisco e inúmeros outros, ignorando Vanderlei Luxemburgo, Nelsinho Batista e Murici Ramalho e outros tantos. O espaço é diminuto e não comporta.

Nos dias atuais, ser ou tentar ser técnico de futebol no Brasil se constitui de um dos maiores desafios na vida de um profissional. O futebol virou um comércio e grande negócio, infestado, dentre tantos, por pseudojornalistas e apaniguados, afora uma droga rotulada de torcida organizada e que se mete em tudo o que diz respeito a organização, montagem e comando de um clube de futebol. Uns mequetrefes mau humorados, desqualificados, de caráter questionável e que infernizam a vida dos técnicos brasileiros. Uma lástima! Pobres técnicos de futebol profissional no Brasil!

(*) Ex-atleta

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